Unicentro sedia primeiro Congresso Nacional de Educação dos Surdos
É garantido por lei: o aluno surdo deve ser incluído no processo de ensino educacional e a Língua Brasileira de Sinais deve ser difundida por todos os órgãos públicos e empresas concessionárias de serviços públicos. Tais legislações, que vigoram desde 2002 e 2005, respectivamente, no entanto, ainda encontram empecilhos quanto a sua atuação e implantação prática. Considerando esta realidade dentro do ambiente educacional, Elenir Guerra, professora do Departamento de Letras da Unicentro, está coordenando a realização do primeiro Congresso Nacional de Educação dos Surdos: Conquistas e Desafios, que será realizado na Unicentro, de 4 a 6 de junho, no campus Santa Cruz.
Para transformar essas conquistas amparadas pela lei em ações que possibilitem aos surdos o acesso aos saberes sistematizados por ouvintes e que os ouvintes acessem as produções de conhecimento dos surdos, o congresso vai abordar alguns pontos fundamentais. “O nosso objetivo é proporcionar uma discussão da educação dos surdos no Brasil, voltada especialmente hoje para o bilinguismo. Queremos discutir essa proposta do bilinguismo, da educação do surdo no Brasil e dentro disso, também a cultura e identidade surda, a profissionalização do interprete, que é fundamental na mediação da comunicação, a atuação do professor surdo nas escolas e nas instituições de ensino superior e também trocar experiências entre os educadores”, explicou Elenir.
Com uma expectativa de cerca de 250 congressistas vindos de diferentes partes do país, foram programadas palestras com importantes nomes da Educação Especial, mesas redondas com intérpretes, professores e com acadêmicos surdos, além de uma atividade especial na primeira noite, dedicada ao lançamento de livros.
De acordo com a coordenadora do evento, a iniciativa da Unicentro em organizar e sediar a primeira edição do congresso é de grande importância para a comunidade acadêmica, que vai principiar melhorias no âmbito da inclusão. “Como a partir do ano que vem é obrigatório para todas as instituições de ensino ou instituição pública, ter alguém conhecedor ou intérprete da língua de sinais, temos que ter clareza que nós como instituição formadora, temos que começar a formar esses profissionais”, finalizou.