Falta de documentação impede concessão de bolsas pela Fundação Araucária
Tem chamado atenção o alto número de projetos que chegam à Fundação Araucária de Apoio à Pesquisa do Paraná, vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), com problemas na documentação exigida através de edital como currículo lates e validação pelo pró-reitor de pesquisa da instituição de ensino. Em média, quase 20% das propostas dos pesquisadores que solicitam recursos para seus projetos não são contempladas por este motivo.
A diretora científica da Fundação Araucária, Janesca Alban Roman, explica que todos os itens divulgados em edital são obrigatórios e podem tornar um projeto inelegível. “Por falta de atenção ao edital, que contém todos os itens para que o pesquisador inscreva seu projeto, propostas que poderiam trazer bons resultados para a ciência e tecnologia do Estado acabam não sendo avaliadas”, explicou.
Desde 2001, os projetos são selecionados por meio de editais/chamadas, o que garante a total transparência do investimento público. A maior delas é a destinada à Pesquisa Básica Aplicada, encerrada no início do mês e que teve um total de 1353 projetos inscritos, porém, cerca de 300 foram encaminhados ao setor responsável com algum problema de documentação.
Com o objetivo de contribuir para redução destes números, a Fundação, que antes só divulgava a lista das propostas aprovadas, passará a divulgar também as inelegíveis e o motivo. Antes o pesquisador precisava entrar com recurso para conseguir a informação.
“É importante salientar que para a aprovação de um projeto pela comissão avaliadora ele precisa ser elaborado com qualidade e consistência, além de ter sua viabilidade bem fundamentada”, destacou o presidente da Fundação Araucária, Paulo Brofman.
Pesquisa Básica Aplicada – O programa é a maior chamada da Fundação Araucária, por abranger todas as áreas do conhecimento e contemplar vários itens que podem ser financiados. São destinados a este programa R$ 8,75 milhões em recursos próprios.
A entidade busca, através deste programa, promover o fortalecimento da produção científica, tecnológica e de inovação, por meio da concessão de apoio financeiro para a execução de projetos de pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento.
Brofman lamenta o fato de muitos projetos bons não serem contemplados por falta de recursos. “Das 1353 propostas submetidas a este edital, apenas 16% poderão ser aprovadas. Aqui no Paraná temos pesquisadores com um potencial enorme, mas nossos recursos ainda estão muito aquém da demanda”, destacou.
As propostas inscritas nesta chamada estão em fase de avaliação, o resultado deve ser divulgado em setembro.