Numape Florescer participa de campanha pelo fim da violência de gênero

Numape Florescer participa de campanha pelo fim da violência de gênero

O projeto Núcleo Maria da Penha – Florescer fez parte da programação da campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência de gênero, que teve início em 25 de novembro, organizado pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Guarapuava. A ação acontece mundialmente desde 1991 e seu objetivo é estabelecer um elo simbólico entre violência de gênero e direitos humanos, enfatizando que a violência contra a mulher é um ataque contra esses direitos.

No dia 30, por exemplo, o projeto realizou o evento Assédio na universidade: como identificar e combater, na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Campus Santa Cruz (Guarapuava), para discutir questões e soluções relacionadas à temática. Para isso, foram convidadas autoridades do Município, da Justiça e da Unicentro para participar da mesa-redonda. A coordenadora do Numape Florescer, professora Ariane Pereira, explicou que, em julho passado, o grupo foi procurado por algumas alunas que relataram se sentirem vítimas em sala de aula e nos corredores da instituição. “Entendemos que a Universidade não tem nenhuma normatização que diga o que deve ser feito em caso de assédio, onde o aluno deve denunciar e qual o trâmite após isso”, explicou Ariane, sobre a urgência da discussão.

A titular da Delegacia da Mulher de Guarapuava, Amanda Ribeiro, explicou que essas questões culturais não se resolvem de uma hora para a outra, que a maioria das mães e avós provavelmente não tiveram a oportunidade de dialogar sobre isso quando mais novas e que, por isso, o primeiro passo agora é discutir. “Nós somos uma das primeiras gerações que está debatendo isso, tudo é muito novo. Eu percebo que, se um homem grita, ele está mostrando virilidade e, se a mulher grita, ela é chamada de louca”, comenta a oficial.

O evento reuniu alunos e comunidade de Guarapuava. (Foto: Luisa Urbano/Numape Florescer)

Durante a mesa redonda no Santa Cruz, muitos apontamentos foram feitos a respeito da fiscalização de atos lesivos e da importância de se procurar ajuda para que as providências sejam tomadas. Para o vice-reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza, é necessário valorizar atividades como a campanha dos 16 dias de ativismo. “Essa discussão auxilia na prevenção e conscientização, é importante uma mudança de postura que se propague durante o tempo”, aponta o dirigente. Enquanto isso, a estudante de Jornalismo e bolsista do Numape Caroline Albertini compartilhou sobre a experiência de fazer parte de um projeto do programa Universidade Sem Fronteiras. “Para mim,, ter a oportunidade de participa do Florescer é gratificante. Trabalhar com o combate da violência é algo que vai além da graduação”, contou à reportagem.

Segundo a Secretária de Políticas Públicas para as Mulheres de Guarapuava, Priscila Schran, de 2009 até 2013, 28 mulheres foram vítimas de feminicídio na cidade e, por isso, a campanha dos 16 dias é vista como oportunidade de fazer um trabalho informativo, mostrando os serviços da Secretaria para apoio, defesa e proteção das vítimas. Priscila ainda parabeniza as ações desenvolvidas pelo Numape Florescer, explicando que a Universidade consegue enxergar a questão com um olhar científico “O Núcleo surgiu nesse sentido, de encontrar a linguagem e meios adequados para termos a melhor comunicação com as mulheres sobre a violência. Quando eu falo sobre isso através de um exemplo, talvez a mulher não se reconheça, mas quando ela assiste um depoimento de outra mulher, que também foi vítima, é diferente”, destaca a secretária, a respeito de pessoas que já procuraram a Prefeitura após assistirem os produtos audiovisuais produzidos pelo projeto do USF. “São histórias de mulheres que conseguiram romper o ciclo da violência, pois isso é possível e cria esperança em tantas outras”, finaliza.

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