Felipe Orsolin Teixeira

 

As publicações completas do professor Felipe podem ser consultadas em seu Lattes ou no Orcid, recentemente o professor publicou os trabalhos:

 

Income distribution and development: Celso Furtado’s theory in a context of global economic changes and its proximity to neo(post)-Kaleckian literature

 

PDF DA PUBLICAÇÃO

 

Artigo publicado pelo professor do Decon, Felipe Orsolin Teixeira, em coautoria com Daniel Coronel (UFSM) e José Oreiro (UNB) na PSL Quarterly Review. Os autores buscaram analisar as perspectivas e as medidas propostas por Celso Furtado no que tange ao alcance do desenvolvimento das economias periféricas e a proximidade dessas abordagens com a teoria neokaleckiana.

O ponto essencial da discussão foi a mudança de perspectiva de Celso Furtado com relação a possibilidade de superação do subdesenvolvimento. Proeminente intelectual, destacou-se por sua abordagem flexível e dinâmica nas análises econômicas, adaptando-se aos complexos desafios do século XX. Ao longo de sua carreira, ele demonstrou uma notável capacidade de revisar e ajustar suas perspectivas, reconhecendo as mudanças políticas e econômicas em curso. Esse dinamismo intelectual refletiu-se em suas análises, que podem ser divididas em duas fases distintas: antes e depois da década de 1970.

Antes da década de 1970, Furtado desenvolveu sua visão do desenvolvimento econômico centrada em um esquema macroeconômico, onde a interação entre diferentes agentes econômicos desempenhava um papel crucial. Ele enfatizava a disputa entre “trabalhadores e empresários-capitalistas” (salário x lucro) pela distribuição da renda social, buscando um cenário que favorecesse o aumento dos salários e do excedente econômico. Sua análise sugeria um padrão cooperativo de crescimento, onde o aumento da participação nos lucros impulsionaria os salários e estimularia o investimento, resultando em uma economia com demanda mais diversificada e, portanto, mais industrializada.

No entanto, as transformações globais ocorridas após a década de 1970, que Furtado descreveu como a ascensão da “civilização industrial”, desafiaram suas concepções anteriores. A concentração de riqueza nas mãos das empresas transnacionais e dos países industrializados alterou significativamente a dinâmica econômica, levando Furtado a repensar suas estratégias para superar o subdesenvolvimento. Nesse novo contexto, ele observou um padrão de crescimento conflituoso, onde os salários reais estavam cada vez mais desconectados dos lucros. Ele reconheceu a importância da integração econômica global, mas enfatizou a necessidade de uma abordagem estratégica para garantir que os países periféricos não se tornassem ainda mais dependentes.

No texto os autores demonstram que os diferentes cenários considerados por Furtado estão presentes na teoria neokaleckiana de crescimento e distribuição de renda.

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