Análises dendrocronológicas de três espécies comerciais no Sul da Amazônia brasileira como ferramenta para o manejo florestal

Victor Hugo Ferreira Andrade

 

Defesa Pública: 14 de março de 2019

 

Banca Examinadora:

Dr. Lucas José Mazzei de Freitas – EMBRAPA– Primeiro Examinador
Dr. Paulo Cesar Batosso – EMBRAPA – Segundo Examinador
Prof. Dr. Tomaz Longhi Santos – UFPR – Terceiro Examinador
Profª. Dra. Fabiane Aparecida Retslaff Guimarães – UNICENTRO – Quarta Examinadora
Prof. Dr. Sebastião do Amaral Machado – UFPR / UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

 

Resumo:

A região Amazônica concentra o maior ecossistema tropical e maior a floresta tropical contínua do mundo, com funções hidrológicas e biogeoquímicas de grande importância para o mundo. A atividade florestal é considerada uma das principais fontes econômicas da região. Contudo, grande parte dessa atividade, ainda, é realizada de forma predatória, causando sérios danos ao ecossistema e suas funções. O manejo florestal torna-se a melhor alternativa para garantir a sustentabilidade e conservação desses recursos. Apesar de todos os esforços dos governos para regulamentar leis e técnicas a grande diversidade da floresta, aliada aos poucos estudos disponíveis, tornam a definição de critérios bastante complexa. O atual manejo florestal de florestas nativas é regido por leis e normas que definem, como procedimentos técnicos, critérios de manejo únicos para todas as espécies. Isso pode provocar uma pressão ou um baixo aproveitamento dos recursos disponíveis e pode causar a degradação das populações de muitas espécies arbóreas. O objetivo deste estudo foi analisar o ritmo de crescimento e estimar critérios de manejo específicos para três espécies arbóreas comerciais com ocorrência natural no sul da Amazônia, contribuindo assim para a conservação e manejo dos recursos madeireiros dessas espécies. Dessa forma, foram realizados estudos dendrocronológicos tradicionais, aplicando a metodologia GOL (Growth-Oriented Logging). A partir das análises de anéis de crescimento de Astronium lecointei Ducke, Clarisia racemosa Ruíz & Pavón e Hymenaea courbaril L. foi possível reconstruir as trajetórias de crescimento e avaliar as estratégias de alcance ao dossel destas espécies bem como modelar o crescimento das espécies, estabelecendo critérios específicos de manejo, como ciclos de corte- CC e diâmetro mínimo de corte- DMC, e por fim, discutir com as atuais leis florestais vigentes. Cada espécie apresentou especificidades no crescimento com evidente variação intraespecífica que refletiram em critérios de manejo divergentes dos previstos pela legislação florestal em vigor. Esses resultados endossam a necessidade de uma reformulação e atualização das leis e normas que prescrevem parâmetros técnicos dos planos de manejo florestal desenvolvidos na Amazônia brasileira.

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