Florística e estrutura horizontal no período 2002-2008 de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Centro-Sul do estado do Paraná

Alex Roberto Sawczuk

Defesa Pública: 23 de julho de 2009

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Solon Jonas Longhi – UFES – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Henrique Soares Koehler – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

Este trabalho teve como objetivo estudar a alteração na composição, diversidade e similaridade florística e estrutura horizontal de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista, localizada na Floresta Nacional de Irati, região Centro-Sul do estado do Paraná, no período 2002 a 2008. Neste fragmento foi instalado um experimento permanente de 25 ha dividido em 25 blocos de 1 ha cada (100 m x 100 m). Cada bloco possui 4 parcelas de 50m x 50m (0,25 ha) divididas em 5 faixas de controle de 10 m x 50 m. Nestas faixas de controle cada indivíduo arbóreo com DAP≥10 cm foi numerado, identificado, localizado em coordenadas (X, Y) e medido nos anos de 2002, 2005 e 2008. Foi avaliada a alteração da composição florística, assim como vários índices de diversidade e similaridade florística, além da estrutura horizontal. Foram encontrados 14518 indivíduos (580,72 ind./ha) de 111 espécies no ano de 2002 divididos em 44 famílias; 14300 indivíduos (572 ind./ha) de 111 espécies divididos em 44 famílias em 2005; e 14178 indivíduos (567,12 ind./ha) de 116 espécies pertencentes a 44 famílias em 2008. No período de estudo (6 anos) encontrou-se um total 118 espécies de 80 gêneros pertencentes a 45 famílias. A diversidade no ano de 2002, pelo índice de Shannon (H’), foi de 3,55, para 2005 foi de 3,56 e para 2008 foi de 3,57. O índice de Simpson (S) indica que a diversidade não se alterou no período e foi igual a 0,04. Pelo índice de equabilidade de Pielou (J’) a diversidade encontrada foi de 0,75 para o ano de 2002, de 0,76 para o ano de 2005 e 0,75 para o ano de 2008. Estes valores altos de diversidade são indicadores do estádio avançado de sucessão no qual a floresta se encontra. A diversidade tratada em nível de bloco pelo índice de Shannon (S’) mostrou que o bloco B12 apresentou maior diversidade com valor de 3,39 no ano de 2002, para o ano de 2005 foi o bloco B06 com 3,41 e para o ano de 2008 foi o bloco B06 com 3,43. O bloco B21 apresentou os mais baixos valores de diversidade (S’) para o período estudado com 2,80 em 2002, em 2005 foi 2,78 e em 2008 foi de 2,78. O bloco B17 ficou 4,05% mais diverso no período 2002-2005, apresentando o maior ganho em diversidade. Os valores dos índices de similaridade florística entre blocos para o ano de 2002 mostraram que os blocos com maior número de espécies em comum foram os blocos B12 e B20, com 83% de espécies em comum (49). Para o ano de 2005 os blocos mais semelhantes foram os blocos B12 e B20, com 75% das espécies em comum (49) e para o ano de 2008 os blocos mais semelhantes foram os blocos B22 e B23, com 77% das espécies em comum (48). O bloco B25 não foi semelhante a nenhum outro bloco, devido à baixa densidade de espécies. As variáveis fitossociológicas da estrutura horizontal apontam Araucaria angustifolia (Pinheiro-do-paraná), Ilex paraguariensis (Erva mate) e Ocotea odorifera (Sassafrás) como as espécies mais importantes da Floresta Ombrófila Mista. Observou-se uma tendência de inversão de posição entre a Ilex paraguariensis e o Ocotea odorifera com base na evolução dos índices fitossociológicos. A floresta encontra-se em avançado estádio de sucessão ecológica, com VI absoluto de 24,90 (8,30%) para espécies pioneiras e 175,16 (58,39%) para secundárias tardias.

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