POTENCIAL TECNOLÓGICO DA MADEIRA DE PINUS TAEDA L. MODIFICADA POR PRÉ-HIDRÓLISE E DENSIFICAÇÃO TERMOMECÂNICA
Everton Lorenzett Tavares
Defesa Pública: 19 de agosto de 2025.
Banca Examinadora:
Profª. Dra. Raquel Marchesan, Universidade Federal do Tocantins, Primeira Examinadora.
Profª. Dra. Cilene Cristina Borges, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Segunda Examinadora.
Prof. Dr. Antonio José Vinha Zanuncio, Universidade Federal de Uberlândia, Terceiro Examinador.
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Quarta Examinadora.
Prof. Dr. Éverton Hillig, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Orientador e Presidente da Banca Examinadora
RESUMO:
A crescente demanda por materiais sustentáveis tem impulsionado o desenvolvimento de tecnologias aplicadas à modificação da madeira, especialmente aquelas provenientes de reflorestamento. Entre essas espécies, Pinus taeda destaca-se pela ampla disponibilidade e pelo potencial de valorização por meio de processos que aprimoram suas propriedades físico-mecânicas. Neste estudo, se investigou a modificação da madeira de Pinus taeda por meio de pré-hidrólise (auto-hidrólise, organossolve e alcalina) e densificação termomecânica. As tecnologias de préhidrólis, demonstraram eficácia ao alterar a estrutura química da madeira, especialmente ao reduzir teores de extrativos e hemiceluloses, e expor maior concentração de lignina. Essas modificações químicas tornaram a madeira mais suscetível à densificação, com resultados que aumentaram a densidade aparente em até 220% em relação à madeira in natura de pinus. As propriedades estéticas, como a coloração, também foram significativamente alteradas, com tons mais escuros e avermelhados atribuídos à degradação térmica das hemiceluloses e rearranjo da lignina. A combinação de pré-hidrólise e termodensificação reduziu a higroscopicidade da madeira e melhorou suas propriedades mecânicas, com aumentos de até 266% no Módulo de Ruptura (MOR) e 227% no Módulo de Elasticidade (MOE), tornando o material mais resistente. Além disso, a densificação proporcionou maior resistência ao fogo, reduzindo a perda de massa durante a combustão, aumentando o tempo de ignição e retardando o espalhamento do fogo, características essenciais para maior segurança estrutural em situações de incêndio. Ainda, evidenciou que a madeira densificada apresenta propriedades similares ou superiores às madeiras nativas comerciais, como Jatobá e Cumaru, destacando-se como uma alternativa viável e sustentável para substituir espécies nativas em aplicações estruturais e decorativas. As técnicas empregadas no trabalho não apenas aumentaram o desempenho físico e mecânico da madeira de Pinus, mas também demonstraram que seu uso pode reduzir a utilização de madeira oriundas de florestas nativas, promovendo sustentabilidade e inovação no setor madeireiro. Em aplicações estruturais, embora a densificação prolongue o tempo de chama e brasa, o que pode gerar combustão lenta, esse comportamento favorece o controle em casos de incêndio. Assim, o processo de termodensificação, combinado à pré-hidrólise, promove transformações que potencializam o uso do P. taeda como alternativa renovável e tecnológica. Este avanço tecnológico posiciona a madeira densificada como uma solução ecológica, reforçando o desenvolvimento de práticas sustentáveis.
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