EXPOSIÇÃO ÀS VIBRAÇÕES E POSTURAS CORPORAIS NA COLHEITA DE MADEIRA MECANIZADA EM FUNÇÃO DA DECLIVIDADE DO TERRENO

Antonio Ozenilto de Souza Lima

 

Defesa Pública : 19 de março de 2025

 

Banca Examinadora:

Profª. Dra. Denise Ransolin Soranso Bonazza,Universidade Federal de Itajubá, Primeira Examinadora.
Prof. Dr. Nilton César Fiedler, Universidade Federal do Espírito Santo, Segundo Examinador.
Dr. Alisson Alfred Klein, Ergonomista da Kinebot, Terceiro Examinador.
Prof. Dr. Alexandre Behling, Universidade Federal do Paraná, Quarto Examinador.
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Orientador e Presidente da Banca Examinadora.

 

Resumo:

 

O avanço da mecanização nas operações de colheita da madeira resultou em melhorias na capacidade produtiva e no ambiente de trabalho. No entanto, existem alguns riscos ergonômicos em relação à exposição as vibrações e posturas corporais que podem ser agravadas em condições inadequadas de terreno, comprometendo o conforto e a saúde do operador. Objetivou-se nesta pesquisa avaliar os níveis de vibrações e posturas corporais de operadores em máquinas de colheita da madeira em diferentes declividades do terreno. O estudo foi realizado no sul do Brasil, em povoamentos de Pinus elliottii submetidos ao corte raso com 41 anos de idade. Foram avaliadas as operações de corte e extração com harvester, forwarder e skidder em três classes de declividade do terreno. Os dados de vibração foram obtidos com um medidor de vibração, instalado nos assentos e joysticks das máquinas, conforme as diretrizes da ISO 8041. Os resultados foram comparados com os limites estabelecidos pelas ISO 2631, ISO 5349 e Diretiva 2002/44/CE. A avaliação postural foi realizada por meio de filmagens com uso de câmeras instaladas no interior das máquinas. As imagens foram analisadas no software Kinebot® que faz o uso do método RULA, que identifica as angulações das articulações corporais. Por fim, os dados de vibração e postura corporal foram correlacionados por meio de uma MANOVA. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre os níveis de vibração em função da declividade do terreno. Os níveis de VCI para o corte com harvester foram 0,47, 0,46, 0,48 m/s², estando abaixo do nível de ação, enquanto, para a extração com forwarder foram 0,52, 0,55 e 0,59 m/s² ficando acima do nível de ação. As maiores vibrações foram obtidas na extração com skidder, com 1,21, 1,19 e 0,86 m/s², nas três classes de declividade do terreno, estando acima dos limites recomendados pela Diretiva Européia. A postura do operador de harvester em função das angulações das articulações esteve inadequada na região do pescoço com elevado risco à saúde, seguido pelos ombros e cotovelos, mais especificamente o ombro esquerdo, onde o operador permaneceu 43,6% e 50,2% do tempo de trabalho na declividade entre 10 e 20° com risco “Leve” a “Médio” a saúde, ocasionado pela extensão, flexão e rotação do pescoço e a movimentação dos braços e antebraços no manuseio dos joysticks. Na extração com forwarder as articulações mais afetadas foram o pescoço devido a extensão e flexão no momento do carregamento e descarregamento da madeira e rotação para a visualização das pilhas de madeira com 6,9% do tempo de exposição com risco “Elevado”, em seguida os ombro esquerdo que esteve 61,6%, 4,2% e o ombro direito com 73,9% e 4,3% do tempo de exposição com risco “Leve” e “Médio” na declividade até 10°. Na extração com skidder, o tronco, pescoço e os ombros permaneceram com as articulações em angulações inadequadas em todas as etapas do ciclo operacional, principalmente o ombro direito na declividade entre 10 e 20° com 4,5%, 81,0% e 13,4% do tempo de exposição com risco “Leve”, “Médio” e “Elevado” a saúde do operador. A análise multivariada indicou que o skidder foi a máquina com os maiores problemas ergonômicos, especialmente nas menores declividade do terreno em função das maiores velocidades e quantidades de ciclos operacionais. Foi possível concluir que, independentemente das condições do terreno, os operadores de máquinas de colheita da madeira estão expostos, em alguns momentos, a níveis de vibração e posturas corporais inadequadas que podem comprometer a sua segurança e saúde.
Palavras-chave: Máquinas florestais; vibrações mecânicas, distúrbios músculo-esqueléticos; ergonomia.

 

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