TIPOLOGIAS DA FLORESTA URBANA PARA PROMOÇÃO DE JUSTIÇA SOCIOAMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA

Jonathan Matheus Santos

 

Dissertação Pública: 06 de agosto de 2024.

 

Banca Examinadora:
Dra. Jennifer Viezzer, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Primeira Examinadora.
Profª. Dra. Kelly Geronazzo Martins, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Segunda Examinadora.
Prof. Dr. Rogério Bobrowski, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Orientador e Presidente da Banca Examinadora.

 

RESUMO:

As alterações climáticas globais tem impactado significativamente a qualidade de vida nas cidades. Para promoção de cidades saudáveis se torna imprescindível que todas as pessoas tenham acesso as áreas verdes independente do seu contexto social, tornando as cidades socioambientalmente mais justas. Com isso o objetivo deste estudo é demonstrar características de justiça socioambiental de acesso às áreas verdes públicas da cidade de Irati, Paraná, e sua relação com variáveis de saúde pública. A pesquisa avaliou a justiça socioambiental em Irati por meio da regra 3-30-300, considerando áreas verdes públicas, privadas e potenciais. Utilizando dados cartográficos, foram gerados arquivos vetoriais da floresta urbana e rede hidrográfica, e os bairros foram comparados em termos de justiça socioambiental. Inventariaram-se 2,5% dos pontos residenciais, excluindo empresas, comércios e prédios públicos. A análise foi realizada no QGIS, aplicando pesos aos critérios via Processo de Análise Hierárquica (AHP). O índice de densidade de Kernel espacializou os resultados, e um Dendrograma de Cluster classificou os bairros em categorias de justiça (ótima, razoável, ruim). Além disso, os mapas de Ilha de Calor Urbano (UHI) e índice térmico urbano (UTFVI) permitiram correlacionar justiça socioambiental e climática, com análises no RStudio. O segundo capítulo investigou a relação entre saúde pública, áreas verdes e UHI. Foram utilizados dados do E-SUS (1º de julho de 2022 a 1º de julho de 2023), considerando diagnósticos de doenças associadas às mudanças climáticas. Mapas de áreas verdes e UHI foram gerados no QGIS, enquanto a distribuição espacial das doenças foi analisada com densidade de Kernel. Indicadores socioeconômicos (número de moradores e renda média) foram obtidos do censo de 2010 (IBGE) e organizados por setores censitários. A acessibilidade às unidades básicas de saúde foi verificada com um buffer de 800 m. A correlação entre UHI, áreas verdes e saúde pública foi analisada com o teste de Mann-Kendall no RStudio.
Os resultados indicam que a adoção da diretriz 3-30-300-Potencial para o cenário socioambiental atual em Irati é necessária para promover discussões sobre a implantação de novas áreas verdes públicas que garantam a equidade ambiental em Irati, promovendo acessibilidade a áreas verdes e melhorando a qualidade de vida da população urbana. Esses insights são valiosos para gestores urbanos na formulação de políticas públicas que promovam cidades mais resilientes e saudáveis. Os resultados mostraram que as doenças intensificadas pelas mudanças climáticas têm correlação com áreas verdes. O estudo também revelou que pessoas com maior renda têm mais acesso às áreas verdes públicas. Concluiu-se que são necessárias políticas públicas de atendimento básico às unidades de saúde e equidade socioambiental para mitigar os impactos da ebulição climática. No geral, ficou evidente que Irati carece de políticas públicas que garantam a criação de áreas verdes públicas para promoção da justiça socioambiental e políticas mais universais de atendimento à saúde pública.

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