QUALIDADE DO SOLO E DA ÁGUA NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DA BACIA DO RIO DAS ANTAS – PARANÁ
Guilherme Gavlak
Defesa Pública: 14 de março de 2024
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Marcos Vinícius Winckler Caldeira, Universidade Federal do Espirito Santo, Primeiro Examinador,
Prof. Dr. Gerson dos Santos Lisboa, Universidade Federal de Goias, Segundo Examinador,
Prof. Dr. Carlos Magno de Sousa Vidal, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Terceiro Examinador,
Prof. Dr. João Anésio Bednarz, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Quarto Examinador,
Prof. Dr. Paulo Costa de Oliveira Filho, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Orientador e Presidente da Banca Examinadora.
Resumo:
Estudos sobre a relação entre o uso e ocupação da terra e sua relação com a fertilidade dos solos, qualidade e toxicidade das águas dos corpos hídricos são extremamente importantes para a preservação dos ecossistemas. O estudo buscou avaliar a influência do uso da terra em APP de floresta ombrófila mista aluvial na fertilidade do solo, qualidade e ecotoxicidade dos cursos hídricos. Foi realizado o mapeamento dos usos e ocupação da terra na bacia hidrográfica do Rio das Antas, selecionados 14 pontos de amostragem no rio principal e gerado buffers de 400 metros a partir destes. Foram coletadas amostras da água do rio em períodos secos e submetidas a caracterização referentes aos parâmetros do índice de qualidade da água (IQA) e amostras de solo da APP nos pontos de amostragem, seguidas da realização de análises de fertilidade. Realizou-se testes estatísticos por meio de modelos lineares generalizados mistos e análise de correspondência canônica para verificar a relação destas variáveis. Coletou-se amostras de água também em período chuvoso, e calculou-se novamente o IQA de cada ponto. Realizou-se a análise de variância, clusterização e de componentes principais (ACP) para investigar a diferença na qualidade da água em função da chuva, dos pontos de amostragem e do uso e ocupação da terra. Em período seco, foi realizado bioensaios ecotoxicológicos da água utilizando neonatos do microcrustáceo Daphnia magna e posteriormente relacionado os dados com o uso e ocupação da terra por meio das análises de clusters, de variância e do teste t. A vegetação nativa na APP impactou positivamente nos teores de material orgânico, fósforo, cálcio e no pH em CaCl2 do solo e está associada a baixos teores de material orgânico, e alumínio na água e melhores índices de qualidade. Já as áreas urbanas, baixo material orgânico e altos teores de alumínio no solo e reduzida qualidade da água. Ao comparar os períodos, obteve-se maiores valores de IQA em período chuvoso e nos locais vegetados. Na ACP, explicando cerca de 61,3%, houve uma correlação com as variáveis: IQA, OD e pH, de maneira positiva, e negativamente com: P, N, DBO e E.coli, sofrendo influência do período amostrado e do uso e ocupação. Com 22,5% de explicação, correlacionaram-se os parâmetros de turbidez, temperatura e resíduos totais, influenciados pela chuva e pelo uso e ocupação da terra. Além disso, o uso e ocupação da terra influenciou diretamente na ecotoxicidade da água de forma a impactá-la (áreas urbanas) ou preservá-la (áreas de floresta nativa) a depender do uso. Portanto, conclui-se que as áreas vegetadas atuam de maneira intrínseca e positiva na fertilidade dos solos das APPs e na preservação da qualidade e ecotoxicidade das águas dos corpos hídricos.