PANORAMA DA FLORESTA URBANA DE CURITIBA E CIDADES DO SUDESTE PARANAENSE: SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS EM UMA PERSPECTIVA SOCIOAMBIENTAL
Tarik Cuchi
Defesa Pública: 18 de maio de 2023
Banca Examinadora:
Profª. Dra. Daniela Biondi Batista, UFPR, Primeira Examinadora.
Profª. Dra. Silvia Méri Carvalho, UEPG, Segunda Examinadora.
Profª. Dra. Angeline Martini, UFV, Terceira Examinadora.
Prof. Dr. Paulo Costa de Oliveira Filho, UNICENTRO, Quarto Examinador.
Prof. Dr. Rogério Bobrowski, UNICENTRO, Orientador e Presidente da Banca Examinadora.
Resumo:
Este estudo abrange três capítulos que se concentram nas complexidades do planejamento urbano e na importância da gestão da floresta urbana nas cidades do sudeste paranaense, Brasil, em comparação com Curitiba (CWB), uma cidade-modelo na região. Dentre as cidades do sudeste paranaense foram avaliadas Irati (IRT), Prudentópolis (PRD), Rebouças (RBC) e São Mateus do Sul (SMS). Essas cidades foram selecionadas para análise devido à carência de políticas públicas de planejamento urbano e à necessidade de avaliar as complexas interações entre a paisagem urbana, os serviços ecossistêmicos e as desigualdades socioeconômicas. No primeiro capítulo, adotou-se uma análise da paisagem urbana e da floresta urbana das cidades de estudo. Essa análise utilizou mapas de uso e ocupação do solo, que contemplaram as classes Água, Construído, Solo Exposto, Vegetação Arbórea, Vegetação Não-Arbórea e Sombra, derivados de imagens de alta resolução (PlanetScope Dove) e técnicas de aprendizado de máquina para avaliar a configuração da paisagem em relação a de treze métricas de paisagem. Os dados obtidos das cidades do sudeste paranaense foram comparados a CWB pelo teste de Kruskal-Wallis e pelo teste post hoc de Dunn. Os resultados destacaram diferenças significativas na configuração da paisagem entre as cidades, com CWB exibindo valores superiores em algumas métricas devido à sua maior extensão territorial, enquanto SMS e RBC demonstraram performance preocupante devido à extensão das áreas construídas e à falta de cobertura florestal urbana. A análise indicou que melhorias no planejamento urbano são necessárias, particularmente em áreas com cobertura construída substancial. O segundo capítulo focou na avaliação da disponibilidade de serviços ecossistêmicos em escala de paisagem, com estimativas de biomassa total (TB), estoque de carbono total (TCS), dióxido de carbono equivalente (CO2eq), ilhas de calor urbanas (UHI) e extensão de áreas verdes públicas (AVP) em cidades do sudeste paranaense, comparadas a CWB. Métodos indiretos baseados em geotecnologia foram empregados para estimar esses serviços ecossistêmicos. A comparação entre CWB e as demais cidades seguiu a mesma metodologia descrita para o capítulo anterior. Os resultados evidenciaram disparidades significativas na disponibilidade de serviços ecossistêmicos, com CWB apresentando maior disponibilidade em todas as situações, exceto em relação à regulação do microclima. A análise concluiu que uma gestão mais eficaz da floresta urbana e das infraestruturas verdes associadas é essencial nas cidades do sudeste paranaense para aprimorar a qualidade de vida e a resiliência urbana. O terceiro capítulo explorou as desigualdades sociais urbanas e seu impacto no acesso aos serviços ecossistêmicos, concentrando-se na acessibilidade aos serviços ecossistêmicos culturais das AVP. Mapas de acessibilidade foram gerados para distâncias de 300 e 800 metros (ACS_AVP_300; ACS_AVP_800) e, em seguida, correlacionados com indicadores socioeconômicos por meio da análise de Mann-Kendall. CWB se destacou em termos de acessibilidade, mas ainda persistem desigualdades na distribuição de AVP. As análises de correlação destacaram disparidades significativas, com áreas sujeitas a condições socioeconômicas desfavoráveis tendo menor acessibilidade a serviços ecossistêmicos. No geral, o capítulo concluiu que existe uma injustiça social substancial em relação a uma variedade de fatores, enfatizando a necessidade de políticas de planejamento urbano mais equitativas e sustentáveis nas cidades do sudeste paranaense. Em síntese, esses três capítulos coletivamente destacam a diversidade nas paisagens urbanas, enfatizam a necessidade de conservação da floresta urbana e apontam os desafios associados às desigualdades socioeconômicas na oferta de serviços ecossistêmicos. Os insights dessas análises têm o potencial de dar suporte a políticas de planejamento urbano e estratégias de sustentabilidade, visando a criação de um futuro urbano mais resiliente, equitativo e consciente em relação às questões ambientais.