RISCOS ERGONÔMICOS NA EXPLORAÇÃO DE MADEIRA EM UNIDADE DE PRODUÇÃO ANUAL NA AMAZÔNIA MERIDIONAL
Ivan Cleiton de Oliveira Silva
Defesa Pública: 20 de outubro de 2023
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Danilo Simões, UNESP, Primeiro Examinador.
Prof. Dr. Nilton César Fiedler, UFES, Segundo Examinador.
Prof. Dr. Renato César Gonçalves Robert,, UFPR, Terceiro Examinador.
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias, UNICENTRO, Quarta Examinadora.
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes, UNICENTRO, Orientador e Presidente da Banca Examinadora.
Resumo:
O manejo florestal sustentável na Amazônia deve ser realizado atendendo requisitos ambientais, legais, de segurança e saúde dos trabalhadores, que são de grande importância para o país e a sociedade, pois os trabalhadores nesta região estão sujeitos a diversos riscos ergonômicos desconhecidos que comprometem a qualidade de vida. Nesse contexto, objetivou-se realizar um diagnóstico dos riscos ergonômicos aos quais os trabalhadores estão expostos na exploração de madeira em floresta manejada, subsidiando a adoção de soluções ergonômicas para segurança e saúde dos trabalhadores. O trabalho foi realizado em uma floresta tropical sob manejo convencional na região norte do estado do Mato Grosso. Foram estudadas as operações de corte das árvores e arraste de madeiras de diferentes densidades. Foram realizadas avaliações dos níveis de exposição ocupacional ao calor, ruído e vibração, posturas corporais e da carga de trabalho físico, usando equipamentos e metodologias específicas. Foram realizadas análises discriminantes para o agrupamento das variáveis ergonômicas e a correlação com a densidade da madeira. Os limites de IBUTG indicaram a exposição dos trabalhadores à sobrecarga térmica. Na operação de arraste, a máquina apresentou nível de vibração acima do nível de ação, enquanto no corte, os níveis de vibração estavam acima no limite de exposição (> 5 m/s²), destacando-se na madeira de maior densidade com vibração de 13,96 m/s². O nível de ruído foi superior ao limite de exposição em todas as densidades e se manteve dentro do limite aceitável no arraste das toras. As operações de corte e arraste das árvores não proporcionaram uma carga de trabalho físico elevada e nem potenciais riscos posturais com exigência de uma ação imediata de mudanças na rotina de trabalho. A análise discriminante indicou correlação entre a densidade, CCV e VMB na operação de corte e na operação de arraste entre densidade e VCI e ruído, indicando alta correlação da densidade da madeira com as variáveis ergonômicas. A densidade da madeira é uma variável operacional de maior influência nos níveis de vibração ocupacional nas operações analisadas, exigindo a adoção de medidas ergonômicas mitigadoras para a preservação da saúde dos trabalhadores na região amazônica.