Severidade do cancro do eucalipto em espécies recomendadas para regiões de geada
Paula Burigo Vandresen
Defesa Pública: 30 de maio de 2014
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Maria Alves Ferreira – UFLA – Primeira Examinadora
Profa. Dra. Daniele Ukan – UNICENTRO – Segunda Examinadora
Prof. Dr. Flávio Augusto de Oliveira Garcia – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O cancro do eucalipto é uma das principais doenças dos cultivos de Eucalyptus spp. no Brasil, sobretudo em regiões de clima tropical. Embora haja relatos da ocorrência de cancro na região sul do Brasil nas área cultivadas, devido às características das variáveis climáticas não há ocorrência de epidemias nos locais cultivados desta região. Todavia, há uma franca expansão dos povoamentos florestais na região sul, áreas anteriormente não utilizadas para o plantio florestal estão sendo avalianda para essa finalizadade, e até já implantando povoamentos florestais, principalmente de espécies de Eucalyptus. Estas novas áreas possuem clima distinto das tradicionalmente cultivadas com espécies florestais no sul brasileiro, assemelhando-se mais as características climáticas de outras regiões do país. Assim o presente trabalho objetivou a avaliar a interação de três espécies de Eualyptus com o fitopatógeno Crhysoporthe cubensis a fim de gerar dados sobre a resistência e suscetibilidade destas espécies ao fungo. Para tanto dois ensaios foram montados um com as espécies E. dunnii e E. viminalis, e outro ensaio com E. benthamii, usando nos dois ensaios E. grandis como comparador de suscetibildade. Foram utilizados nos dois ensaios dois isolados de C. cubensis obtidos de plantas sintomáticas de plantios da Bahia (Isolado 1) e de plantas cultivadas no Pará (Isolado 2). Para a realização do primeiro ensaio procedeu-se o cultivo de mudas de seminais de E. dunnii, E. viminalis e E. grandis em vasos de 4L tendo-se dois grupos de plantas, sendo que um foi inoculado aos 7 meses após a semeadura e outro aos 11 meses após a semeadura. A inoculação foi feita por meio de ferimento na base do coleto das plantas e deposição de disco de micélio fungico, que foram recobertos com algodão umedecido e envoltos por filme plástico por 30 dias. As avaliações ocorreram aos 60, 90 e 180 dias após a inoculação, mensurando a área da lesão no caule. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. No grupo de plantas inoculado primeira avaliação ao 7 meses de idade, não houve diferença entre os padrões de lesões das espécies de E. dunnii e E. grandis não diferiram estatisticamente, demonstrando que não houve diferença nos níveis de resistência entre as duas espécies, independente do isolado inoculado. Já para a avaliação das plantas inoculadas aos 11 meses, E. viminalis demonstrou ser mais suscetível que as outras espécies avaliadas, apresentando uma maior área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) em relação ao isolado 2. Não havendo diferença entre as espécies testadas e o isolado 1. No segundo ensaio comparou-se mudas de E. benthamii com E. grandis, procedeu-se de modo similar ao primeiro porém foram inoculadas aos 19 meses após a semeadura. As avaliações foram aos 60, 90 e 180 dias após a inoculação, mensurandose a área da lesão no caule. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em arranjo fatorial duplo, constituído por duas espécies de eucaliptos e dois isolados do Chrysoporthe cubensis (Isolado 1 e 2). As mudas de E.benthamii e E. grandis apresentaram lesões com formato elipsoidal, formato característico de causas bióticas. A inoculação artificial realizada no presente estudo, não houve diferença estatística entre a AACPD para E. benthamii e E. grandis, nem entre as AACPD do isolado da 1 e 2. Conclui-se que E. dunnii apresentou mesmo padrão de resistência ao isolado 2 que E. grandis, porém E. viminalis foi mais suscetível. Em relação ao isolado da 1 nenhuma das três espécies diferiram no nível de resistência. Para E. benthamii não houve diferença no padrão de resistência a E. grandis para nenhum dos dois isolados testados. As espécies E. dunnii, E. viminalis E. benthamii e apresentaram-se suscetíveis à C. cubensis em relação E. grandis, sendo assim é necessário a avaliação prévia do comportamento das progênies, clones e híbridos oriundos destas espécies para o plantio em áreas de potencial risco de epidemia da doença.