Organogênese in vitro de explantes juvenis de Toona ciliata var. Australis
Marina de Souza Romaniuk
Defesa Pública: 27 de maio de 2021
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Elisa Cristina Soares de Carvalho – IFES – Primeira Examinadora
Profa. Dra. Andréa Dias Koehler – UFV – Segunda Examinadora
Prof. Dr. Alexandre Techy de Almeida Garrett – UNICENTRO – Terceiro Examinador
Profa. Dra. Fabiana Schmidt Bandeira Peres – UNICENTRO – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O Cedro Australiano (Toona ciliata M. Roem. var. australis) é uma espécie da família das meliáceas com grande potencial econômico e ambiental pois possui rápido crescimento e possui resistência à broca dos cedros (Hypsipyla grandella Zeller), além de produzir metabólitos secundários amplamente utilizados na medicina em tratamentos de doenças como o diabetes, artrite, depressão e o câncer. No entanto, um fator limitante para o emprego da espécie é a sua propagação de forma seminal visto a complexidade da colheita e a curta viabilidade das sementes, sendo a micropropagação uma alternativa para propagação da espécie. Dessa forma, o presente estudo avaliou a morfogênese de explantes juvenis de cedro australiano cultivados em meio de cultura com diferentes concentrações de thidiazuron (TDZ) e benzilaminopurina (BAP), bem como a multiplicação dos brotos regenerados. Foram instalados dois experimentos independentes utilizando como material vegetal para ambos experimentos explantes de segmento de caule, folha e raiz, sendo cultivados em meio MS com diferentes concentrações de TDZ (0,0; 0,25; 0,5 e 1,0 mg. L-1), primeiro experimento e de BAP (0,0; 0,1; 0,5 e 1,0 mg. L-1), segundo experimento. Em ambos os experimentos se avaliou a organogênese, contabilizando o percentual de explantes regenerados e a taxa de multiplicação, contabilizando quantos brotos se formaram em um único explante e a calogênese, considerando as características da oxidação, textura, cor, intensidade e região dos calos formados. Foram realizados três subcultivos sucessivos das brotações obtidas em meio MS+ 0,3 mg. L-1 BAP+ 0,01 mg. L-1 ANA. Posteriormente, as plantas foram transplantadas para frascos contendo substrato Agrinobre®, sendo, no transplantio, realizada a biometria. O cultivo em meio com diferentes concentrações de TDZ induziu a regeneração em 43,8% dos segmentos de segmento de caule sob a concentração de 0,25 mg. L-1. Houve formação de calos em 94,4% dos explantes de segmento de caule, destes 85,5% foram formados em concentração 1,0 mg. L-1 de TDZ, com predominância de calos de textura semi-compacta e coloração branca. A concentração 0,5 mg. L-1 de TDZ teve a maior formação de calos friáveis. Quanto ao experimento com BAP houve regeneração em 95% de explantes de segmento de caule, cultivados em meio com concentração 0,5 mg. L-1. Aos 90 dias de cultivo, o maior número de brotações por explante foi na concentração 0,1 mg. L-1 BAP com taxa de multiplicação 1,66. As brotações com 180 dias tiveram maior crescimento em altura (56,8 mm) e percentual de enraizamento (34,14%) na concentração 0,5 mg. L-1 BAP. Aos 240 dias as brotações formadas em 1,0 mg. L-1 BAP apresentaram maior crescimento em altura total, com 142,0 mm e percentual de enraizamento de 63,15%. A utilização de BAP e TDZ na organogênese de explantes juvenis de T. ciliata proporcionou avanço quanto aos efeitos dos biorreguladores e as respostas morfológicas de cada explante demonstrando quais são mais propícios para propagação dessa espécie, além de servir como linha para futuras pesquisas.