Caracterização do espaço de crescimento e modelagem do diâmetro de ancoramento de árvores em calçadas
Elisiane Vendruscolo
Defesa Pública: 21 de julho de 2021
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Angelini Martini – UFV – Primeira Examinadora
Prof. Dr. Everaldo Marques de Lima Neto – UFRPE – Segundo Examinador
Prof. Dr. Rogério Bobrowski – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
A expansão acentuada e desordenada das cidades tem ocasionado crescentes problemas relacionados à falta de espaço físico para o desenvolvimento das árvores. Dessa maneira a largura mínima do canteiro deve ser um requisito importante para evitar que o diâmetro de ancoramento não danifique as calçadas e outras infraestruturas urbanas. Este trabalho teve como objetivo analisar o espaço ocupado pelas árvores em relação à estrutura das calçadas e à acessibilidade de pedestres, bem como realizar a modelagem do diâmetro de ancoramento superficial de espécies arbóreas plantadas nas calçadas da cidade de Frederico Westphalen, RS. Para a realização do trabalho, utilizaram-se dados de 400 árvores de 10 espécies comumente utilizadas na arborização de calçadas. Para cada espécie, foram avaliados dados quantitativos e qualitativos das árvores e da estrutura urbana. A largura do passeio foi utilizada como variável para analisar a acessibilidade para pedestres, dividindo-se os dados em duas classes: classe 0 (< 1,2 m) e classe 1 (≥ 1,2 m). Os dados de capacidade do canteiro foram divididos em três classes: classe 0 (< 50 cm); classe 1 (0,5 m ≤ 1,0 m) e classe 2 (> 1,0 m) para avaliar se os indivíduos apresentam capacidade mínima adequada de canteiro ou não. Quanto a relação do ancoramento com a largura do canteiro, foram classificadas em três classes: classe 1 (< 0,5 m), classe 2 (0,5 m ≤ 0,8 m) e classe 3 (> 0,8 m). Utilizando essas classificações, realizou-se a Análise de Correspondência Canônica Múltipla (MCA) para extrair informações sobre os espaços de ocupação das árvores. Também foi verificada se a quantidade de solo estava adequada para cada árvore, utilizando a razão “volume de solo por área de copa” simulando duas situações: situação 1: largura da calçada multiplicado por 4 (espaço mínimo entre árvores nas calçadas) e a situação 2: largura do canteiro multiplicado por 1 (largura mínima do canteiro). Os resultados do estudo para a MCA quanto à acessibilidade das calçadas da cidade de Frederico Westphalen, a maioria dos indivíduos (90,25%) estão plantados em locais onde as calçadas estão em locais com acessibilidade e o restante em locais sem acessibilidade. Em relação a capacidade do canteiro, 60,25% dos indivíduos apresentam condições de canteiros com capacidade adequada e 39,75% deles estão em locais onde há necessidade de aumentar a capacidade dos canteiros para melhorar o desenvolvimento das árvores. Quanto à quantidade de solo, para a “situação 1”, 72,25% dos espécimes não estão com a quantidade adequada, ao passo que, para a “situação 2”, esse valor é de 100%. A Ancova permitiu concluir a necessidade de um modelo para cada espécie quando os diâmetros de ancoramento estiverem fora da amplitude de variação dos dados observados neste estudo, caso contrário, pode ser utilizado o modelo geral. Os modelos gerados foram construídos utilizando as variáveis lnDAP e ! ” e apresentaram R2 = 0,5354 para todas as espécies, e para cada espécie os R2 foram superiores a 0,3549, erro padrão da estimativa inferiores a 27,05 cm, coeficiente de variação inferiores a 61%. Com isso conclui-se que a maioria das calçadas da cidade apresentam acessibilidade, a maioria dos indivíduos estão com a capacidade do canteiro adequado, quanto a quantidade de solo disponível a grande parte precisa aumentar essa quantidade e sugere-se a utilização dos modelos gerados neste estudo para auxiliar no planejamento e manejo de floresta urbana, bem como, da acessibilidade e infraestrutura do município.