Efeito da classificação das árvores em grupos arquitetônicos na estimativa de biomassa florestal acima do solo
Kauana Engel
Defesa Pública: 20 de fevereiro de 2020
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Jonathan William Trautenmüller – UFPR – Primeiro Examinador
Profa. Drª. Fabiane Aparecida Retslaff Guimarães – UNICENTRO– Segunda Examinadora
Prof. Dr. Henrique Soares Koehler – UFPR/UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Muitas equações para estimar biomassa já foram desenvolvidas, no entanto, ainda não são suficientemente acuradas, constituindo desafios a cerca da eficiência dos métodos indiretos de obtenção desta variável. Alguns pesquisadores sugerem a inclusão de variáveis de copa nos modelos de regressão, devido a relevância deste componente na composição da biomassa total. Todavia sabe-se da complexidade associada a coleta em campo e inclusão dessas variáveis em modelos estatísticos. Este contexto instigou a seguinte questão de trabalho: “A alocação da biomassa acima do solo pode ser influenciada pelo padrão arquitetônico da copa das árvores?”. Nesta perspectiva, este estudo tem como objetivo verificar se a classificação das árvores em grupos arquitetônicos melhora a acurácia das estimativas de biomassa florestal acima do solo. Com os seguintes objetivos especificos: (i) verificar se há diferença entre os grupos em termos de arquitetura de copa; (ii) verificar se existe um padrão de comportamento de variáveis dendrométricas e alométricas nos grupos; (iii) ajustar modelos de regressão para biomassa florestal acima do solo por grupo arquitetônico. Para isto, foi realizada uma classificação arquitetônica de árvores provenientes de florestas nativas localizadas na região sul do Brasil, utilizando os seguintes critérios: a) simpodiais ou monopodiais; b) eixos das copas predominantemente ortotrópicos ou plagiotrópicos. Posteriormente fez-se uma estatística descritiva dos dados, em seguida uma MANOVA, análise discriminante e análise de agrupamento. Por fim, realizou-se o ajuste e avaliação estatística do desempenho de dois modelos de regressão. Os resultados obtidos permitiram concluir que: (i) as árvores simpodiais diferem das monopodiais em termos de arquitetura de copa; (ii) nas árvores simpodiais, não foi possível encontrar um padrão da distribuição da biomassa e nem da relação entre altura do ponto de inversão morfológico e comprimento de copa; (iii) as árvores monopodiais, apresentam um padrão de comportamento da distribuição da biomassa entre fuste e copa, e entre a altura do ponto de inversão morfológico e comprimento de copa principalmente nos indivíduos de maiores dimensões; (iv) as estimavas de biomassa são mais exatas quando realizadas separadamente entre simpodiais e monopodiais.