Densidade inicial de plantio e seus efeitos na produção de biomassa e carbono, no crescimento e no sortimento de madeira de Pinus taeda L.
Aline Beatriz do Vale
Defesa Pública: 26 de agosto de 2020
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Carlos Roberto Sanquetta – UFPR – Primeiro Examinador
Profª. Dra. Sintia Valerio Kohler – UFRA – Segunda Examinadora
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a influência da densidade inicial de plantio na produção de biomassa e carbono, no crescimento de variáveis dendrométricas e na evolução da forma e dos sortimentos de madeira em povoamentos de Pinus taeda L. O plantio foi instalado no ano de 2003, com espaçamentos de 2,0 m x 2,0 m; 3,0 m x 2,0 m e 4,0 m x 2,0 m e está localizado no município de Irati, região Centro-Sul do Estado do Paraná. Foi realizado um Inventário a 100% em cada talhão e conforme a distribuição diamétrica foram amostradas 136 árvores para obtenção da biomassa seca por componentes da árvore e também para avaliar o crescimento de variáveis dendrométricas com o uso da técnica de análise de tronco completa (ANATRO). Cada componente da árvore foi pesado separadamente e amostras foram coletadas e levadas para a estufa à 70 ºC, para posteriormente quantificar a biomassa seca. Com base na biomassa de cada componente, utilizando o teor de carbono médio de 0,45, foi também quantificado o carbono. Para a modelagem da biomassa, foram testados três modelos: Hohenadl-Krenn, Schumacher-Hall e Husch. Os discos, utilizados na ANATRO, após secos, foram lixados e demarcados os anéis de crescimento que foram medidos com o equipamento LINTAB e processados no FlorExel. Com base nos dados da ANATRO, determinou-se a produção média de cada variável dendrométrica (diâmetro à altura de 1,30 m do solo, área transversal, altura total, volume individual, área basal e volume por hectare). O modelo de Chapman-Richards foi utilizado para descrever as curvas de produção dessas variáveis, gerando as curvas de incremento corrente anual (ICA) e incremento médio anual (IMA). Os dados da ANATRO foram utilizados também para analisar a evolução da forma dos fustes das árvores usando o fator de forma artificial e o ajuste da função de afilamento de 5º grau para todas as árvores amostradas e por classes de idade. Essas equações foram usadas para estimar os sortimentos e o volume total. A alocação de biomassa nos componentes das árvores de P. taeda, com 15 anos de idade, apresentou a seguinte sequência de acúmulo: fuste, galhos mortos, galhos vivos e acículas. Para a biomassa total individual obteve-se de 170,30 kg.ind-1 a 229,10 kg.ind-1 do menor espaçamento para o maior; e, para a biomassa acima do solo por hectare foi de 223,78 Mg.ha-1 a 304,39 Mg.ha1 , do maior espaçamento para o menor, respectivamente. Seguindo a tendência esperada, para as variáveis dendrométricas individuais, o espaçamento 4,0 m x 2,0 m produziu as maiores dimensões, contrastando com as variáveis área basal e volume por hectare, onde os maiores valores foram no espaçamento 2,0 m x 2,0 m. O fator de forma artificial em densidades iniciais maiores (2,0 m x 2,0 m) resulta em troncos 7% mais cilíndricos do que os encontrados em densidades menores. O polinômio de 5º grau foi adequado em todas as classes de idades, inclusive para os dados não agrupados (todas as idades). No sortimento aos 10 anos de idade, 50% do volume é destinado para celulose (8 a 17,99 cm de diâmetro na ponta fina da tora), tendo maiores volumes por hectare no espaçamento 2,0 m x 2,0 m. O volume para a serraria do tipo 2 (25 a 34,9 cm com 3,1 m de comprimento) é maior no espaçamento 4,0 m x 2,0 m a partir dos 9 anos de idade. Até a idade avaliada (15 anos) os espaçamentos analisados não tinham ainda produzido madeira com diâmetro na ponta fina superior a 35 cm e com 3,1 m de comprimento, classe de sortimento com maior valor agregado.