Aspectos técnicos e custos na determinação da densidade de estradas em plantios florestais
Felipe Nascimento de Faria
Defesa Pública: 25 de setembro de 2020
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Carlos Cardoso Machado – UFV – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Marcelo Bonazza – UFSC – Segundo Examinador
Prof. Dr. Gabriel de Magalhães Miranda – UNICENTRO – Terceiro Examinador
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
A densidade de estradas florestais inadequadas ocasiona aumento nos custos de produção, perda de área de plantio e impactos ambientais, e a análise da densidade ótima de estradas considerando o relevo, gênero cultivado, capacidade de estocagem e número de máquinas pode suportar esta adequação. O objetivo geral do trabalho foi determinar a densidade atual (DE), ótima (DOE) e operacional (DOP) de estradas florestais em diferentes condições de declividade do terreno e gênero do povoamento para o sistema de colheita de árvores inteiras (full tree). O método aplicado foi o indireto, através da minimização do custo total, que contemplou o somatório dos custos de construção (CC) e manutenção de estradas (CM), extração da madeira (Cext), mitigação de impactos de estradas (CIE) e perda de área de plantio (CPA). Foi estabelecida a restrição de capacidade máxima de estocagem de madeira (CME) nas áreas, esta foi analisada a partir da taxa de utilização das estradas florestais (TE) e a capacidade de estocagem teórica (CET). Na definição da DOP considerou-se o número de máquinas necessárias para atender a demanda de produção anual nas diferentes condições de relevo, adicionado o custo de aumento de frota de máquinas no custo total. Os resultados mostraram que as áreas declivosas apresentarem os maiores custos de construção de estradas e extração da madeira e o custo de perda de área de plantio foi maior nas áreas planas. Todos os cenários na DOE apresentaram a CME menor que o volume total de produção previsto, enquanto na DOP todas as áreas apresentaram uma CME maior que o volume previsto de produção, exceto as áreas declivosas de eucalipto. De forma geral, a DE, DOE e DOP foram maiores nas áreas mais declivosas e a DOE e DOP foram menores que a DE em todos os cenários, exceto as áreas declivosas de eucalipto. Nas áreas planas de eucalipto, a DE foi de 85 m ha-1 , a DOE de 38 m ha-1 e a DOP de 74 m ha-1 . Nas áreas declivosas de eucalipto a DE foi de 102 m ha-1 , a DOE 44 m ha-1 e a DOP de 123 m ha-1 . Nas áreas planas de pinus DE foi de 126 m ha-1 , a DOE de 53 m ha-1 e a DOP de 92 m ha-1 . Nas áreas declivosas de pinus DE foi de 180 m ha-1 , a DOE de 65 m ha-1 e a DOP de 123 m ha-1 . O planejamento de estradas florestais deve considerar as características de relevo e gênero do povoamento, pois ambos impactam na densidade de estradas, assim como a CME e a DOP, que adequam o planejamento as condições e situações locais e possibilitam verificar a viabilidade de implantação da DOE e o potencial real de ganhos nos custos operacionais.