Regeneração natural em diferentes fragmentos de Floresta Ombrófila Mista no Estado do Paraná
Carla Fernanda Mussio
Defesa Pública: 16 de junho de 2019
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Francelo Mognon – UFPR – Primeiro Examinador
Dr. Aurélio Lourenço Rodrigues – SANEPAR – Segundo Examinador
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias – UNICENTRO – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento da regeneração natural de espécies arbóreas em fragmentos florestais conservados e em propriedades rurais na Floresta Ombrófila Mista. O estudo foi realizado em duas áreas distintas, ambas no município de Fernandes Pinheiro, Paraná, sendo uma delas a Floresta Nacional de Irati (FLONA), caracterizada como um fragmento conservado e a outra são fragmentos florestais em pequenas propriedades rurais, sendo que em um fragmento pertencente a uma propriedade, há áreas de clareira oriundas de pesquisa científica em manejo florestal seletivo sustentável. A regeneração natural foi avaliada por meio de classes de tamanho em que indivíduos com altura a partir de 0,3 m a 1,0 m foram classificados na Classe I, altura de 1,01 m a 3,0 m pertencentes à Classe II e indivíduos com altura a partir de 3,01 m até 9,9 cm de diâmetro à altura do peito, pertencentes à Classe III, onde foram mensuradas as alturas de todos os indivíduos, o diâmetro de coleto dos indivíduos da Classe II e CAP dos indivíduos da Classe III. O levantamento da regeneração natural foi realizado por meio da instalação de transectos permanentes de 10 m de comprimento e de acordo com a classe de tamanho, os indivíduos foram amostrados em parcelas de tamanho diferenciado; para Classe I, II e III foram estabelecidos um metro, três e sete metros para cada lado do transecto, totalizando 20, 60 e 140 m², respectivamente. Para FLONA de Irati, para os fragmentos florestais de pequenas propriedades rurais e áreas de clareira foram instaladas 13, 23 e sete unidades de amostra, respectivamente. Na análise conjunta dos dados, foram encontradas 118 espécies pertencentes a 42 famílias botânicas, em que a família mais representativa em número de indivíduos e riqueza de espécies foi Myrtaceae; com relação aos grupos ecológicos, 45,7% dos indivíduos pertencem ao grupo das secundárias iniciais. Na amostragem realizada na FLONA de Irati foram encontradas 65 espécies em que a família Rubiaceae foi a que apresentou maior abundância de indivíduos e Myrtaceae a maior riqueza de espécies, possuindo Coussarea/Rudgea com o maior potencial de regeneração natural e a Classe I com maior densidade de indivíduos (6.923 ind.ha-1); com relação aos indivíduos do estrato arbóreo, Araucaria angustifolia foi a espécie com maior IVI. Nos fragmentos florestais de pequenas propriedades rurais foram encontradas 99 espécies em que a família com maior abundância de indivíduos e riqueza de espécies foi Myrtaceae, possuindo Curitiba prismatica como a espécie com maior potencial de regeneração natural e a Classe I com a maior densidade de indivíduos (8.652 ind.ha-1); com relação ao estrato arbóreo, Araucaria angustifolia também foi a espécie com maior IVI. Nas áreas de Clareira foram encontradas 54 espécies onde a família Myrtaceae apresentou maior abundância de indivíduos e riqueza de espécies. O índice de similaridade de Jaccard indicou, de forma geral, que não existe similaridade florística entre o estrato regenerante e arbóreo na FLONA de Irati e nos fragmentos florestais de pequenas propriedades rurais. Em ambas as áreas a distribuição diamétrica assumiu a forma de exponencial negativa ou J-invertido. A análise de agrupamento utilizando como variável a densidade relativa das espécies encontradas na FLONA de Irati e nos fragmentos florestais de pequenas propriedades rurais, formou três grupos, em que o Grupo 1 foi constituído por 8 parcelas representando 22,3% do agrupamento, o Grupo 2 por 21 parcelas representando 58,3%, o Grupo 3 por 7 parcelas representando 19,4%; a análise discriminante indicou que houve 94,4% de classificação correta das parcelas dentro dos grupos, possuindo duas parcelas mal classificadas, em que a análise de agrupamento classificou como pertencentes ao Grupo 3 e a análise discriminante indicou que essas pertencem ao Grupo 2. Com as parcelas reclassificadas dentro dos grupos, uma nova análise discriminante foi realizada obtendo 100% de classificações corretas, tendo o Grupo 1 Coussarea/Rudgea como principal espécie discriminante, o Grupo 3, Curitiba prismatica e o Grupo 2 não apresentou nenhuma espécie para discriminá-lo.