Método integrado para avaliação ergonômica de máquinas na colheita de madeira

Felipe Martins de Oliveira

 

Defesa Pública: 15 de março de 2019

 

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Renato Cesar Gonçalves Robert – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Alexandre Behling – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Nilton Cesar Fiedler – UFES – Terceiro Examinador
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias – UNICENTRO – Quarta Examinadora
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

 

Resumo:

O avanço da mecanização das operações de colheita da madeira trouxe preocupações como o aumento nos níveis de vibração e ruído, posturas inadequadas, movimentos repetitivos, dificuldades de visibilidade, sendo necessária a busca por novos modelos de avaliação ergonômica integrada, contribuindo para a melhoria das condições laborais. Objetivou-se nesta pesquisa propor um novo método para a avaliação ergonômica em operações de colheita da madeira mecanizada, capaz de correlacionar as variáveis ergonômicas de forma integrada, buscando soluções para a melhoria do desempenho ergonômico e das condições de segurança e saúde dos trabalhadores. A pesquisa foi conduzida em áreas operacionais de uma empresa florestal no estado do Paraná, sendo avaliadas as máquinas: feller buncher, skidder, processador florestal, harvester e forwarder. Foi determinada a produtividade das máquinas por meio de um estudo de tempos e movimentos e avaliados os níveis de exposição dos operadores à vibração ocupacional de corpo inteiro, ao ruído, ao calor e à iluminância. Foram ainda avaliadas as posturas e a repetitividade dos movimentos dos operadores e os ângulos de visibilidade. Os instrumentos ergonômicos foram instalados no interior dos postos de trabalho das máquinas de forma simultânea para obtenção dos dados. A padronização dos resultados das avaliações ergonômicas foi realizada por meio da adaptação do método do Grau de Conformidade (V) das variáveis em relação às normas previstas na legislação e proposta uma classificação de urgência ergonômica em uma escala de cores. Os dados também foram submetidos a uma análise multivariada de agrupamentos para identificar grupos de máquinas semelhantes em relação às variáveis ergonômicas, bem como uma análise multivariada fatorial para determinação das variáveis de influência na composição do Indicador Ergonômico Integrado (IEI). Os resultados mostraram que nenhuma das máquinas estudadas apresentou 100% de conformidade em relação às variáveis ergonômicas estudadas. O skidder foi classificado como a máquina com os maiores problemas ergonômicos, necessitando da adoção de medidas corretivas emergenciais em relação às vibrações, ao ruído e à visibilidade no plano lateral. As máquinas com os melhores desempenhos ergonômicos foram o processador florestal e o harvester de pneus, ocasionado pelos baixos níveis de vibração e ruído, capacidade de proporcionar postura adequada e boa visibilidade. A classificação dos resultados de acordo com a necessidade de intervenção ergonômica por meio da escala de cores possibilitou melhor interpretação dos indicadores ergonômicos, facilitando a identificação das variáveis prioritárias para uma intervenção ergonômica corretiva. A análise multivariada permitiu agrupar três grupos de máquinas em relação às variáveis ergonômicas, sendo os grupos que possuíam skidder e forwarder aqueles que apresentaram os piores valores. A produtividade foi satisfatoriamente utilizada como auxílio à explicação dos dados na avaliação ergonômica e na determinação do IEI. O método proposto se mostrou eficaz na avaliação ergonômica integrada.

PDF

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *