Crescimento e produção em povoamentos de Pinus taeda L. danificados por macacos-prego e seus impactos econômicos

Franciéle Maria de Souza Retslaff

Defesa Pública: 28 de junho de 2018

Banca Examinadora:
Profª. Dra. Ana Paula Dalla Corte – UFPR – Primeira Examinadora
Dr. Dieter Liebsch – Pesquisador e Consultor Independente – Segundo Examinador
Prof. Dr. Sebastião do Amaral Machado – UFPR / UNICENTRO – Terceiro Examinador
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:
A pesquisa teve como objetivo avaliar as perdas de crescimento e as consequências econômicas produzidas por macacos-prego (Sapajus nigritus) em plantios de Pinus taeda. Os dados foram coletados em dois talhões da espécie, com 18 anos de idade, plantados na região Centro-Sul do estado do Paraná, os quais receberam similar tratamento silvicultural e pertencem à mesma classe de sítio, sendo um deles danificado e o outro não danificado pelo macaco-prego. Em uma primeira fase do trabalho de campo, duas parcelas com área de um hectare cada foram instaladas e medidas nos dois talhões, medindo-se os diâmetros e altura de todas as árvores. Em uma segunda fase, foram selecionadas e derrubadas 80 árvores (40 árvores danificados e 40 não danificadas pelo macaco-prego) contemplando toda a variabilidade diamétrica. Nessas árvores, os volumes foram cubados pela fórmula de Smalian, gerando dados para ajustes de equações de volume, identificando-se e mensurando-se ainda a extensão dos danos sobre as 40 árvores danificadas, classificando-as em aneladas e janeladas. Foram coletados também nessas mesmas árvores, 663 discos (8 discos em cada árvore não danificada e janeladas e 9 discos nas árvores aneladas) para aplicação da técnica de análise de tronco completa (ANATRO) a fim de reconstituir o crescimento passado das variáveis diâmetro, área transversal, altura e volume, fator de forma comum nas várias idades, além de gerar dados dos perfis dos troncos nas várias idades, com os quais foram ajustados o polinômio de quinto grau para avaliar a evolução do sortimento. Com essas funções de afilamento, sortimentos por classes de idade foram estimados para o primeiro desbaste (8-11 anos), segundo desbaste (12-15 anos) e corte raso (16-18 anos). O modelo de ChapmanRichards foi utilizado para descrever as curvas de produção e as curvas de incremento corrente anual (ICA) e incremento médio anual (IMA). O teste de Regazzi (2013) foi aplicado nas curvas de produção a fim de verificar a possibilidade de agrupar ou não os dados de árvores não danificadas e danificadas (dois grupos: aneladas e janeladas). O sortimento de madeira aos 18 anos para árvores não danificadas foi comparado com o sortimento para árvores danificadas, assim como as receitas produzidas. Para ajustar as equações de volume nas árvores danificadas por macacos-prego foram testados diferentes agrupamentos dos dados de acordo com o tipo de dano existente (anelada e janelada). O teste de identidade (teste de Graybill, 1976) foi empregado para verificar a possibilidade de ajuste de árvores danificadas e não danificadas por macacos-prego em um único modelo ou se há necessidade de ajustá-las separadamente, assim como para verificar a possibilidade do ajuste de árvores com danos do tipo janelamento e danos do tipo anelamento em um único modelo. Os modelos testados para estimar o volume individual de árvores de Pinus taeda danificadas e não danificadas por macacos-prego mostraram-se adequados, com alguma vantagem para o modelo de Meyer. O teste de identidade indicou que é necessário realizar ajuste das equações de volume especificas para árvores danificadas e não danificadas. Apontou ainda que, para as árvores danificadas devem ser realizados ajustes, separadamente, para árvores aneladas e janeladas. Os resultados gerados pela ANATRO indicaram que os primeiros danos ocorreram entre 5-6 anos de idade, porém a maioria ocorreu entre 7-8 anos. A altura foi a variável mais afetada com os danos de macacos-prego, reduzindo em aproximadamente 50% seu potencial de crescimento para danos do tipo anelamento e, por consequência, afetando o volume. As árvores janeladas apresentaram volume médio individual superior ao das árvores não danificadas e isso ocorreu devido ao processo de cicatrização das fissuras abertas pelos macacos e também pela excentricidade da seção onde ocorreu o dano. O teste de Regazzi (2013) demonstrou diferença entre as curvas de crescimento para as variáveis diâmetro (DAP), altura (h) e volume (v), não sendo possível o uso da mesma equação para os três grupos de árvores avaliados (aneladas, janeladas e não danificadas). As curvas produzidas com as funções de afilamento em várias idades, assim como o fator de forma por idade permitiram descrever a evolução média da forma dos troncos para árvores não danificadas, janeladas e aneladas, constatando-se que as árvores danificadas se tornaram mais cilíndricas com a idade que as árvores não danificadas. Os danos à madeira concentraram-se principalmente nos sortimentos destinados à celulose (8-18 cm) e serraria 2 (18-25 cm). No corte raso o principal produto obtido para o povoamento danificado e para o povoamento não danificado foi destinado à serraria 1 (25-35 cm). A diferença entre as receitas obtidas para o povoamento danificado e para o povoamento não danificado foi de 12%, o que equivale a R$ 5.426,48. ha-1.

PDF

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *