Comparação ergonômica em harvester de esteiras e pneus no desbaste de pinus – estudo de caso

Alysson Braun Martins

 

Defesa Pública: 14 de março de 2019

 

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Renato Cesar Gonçalves Robert – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Nilton Cesar Fielder – UFES – Segundo Examinador
Prof. Dr. Erivelton Fontana de Laat – UNICENTRO – Terceiro Examinador
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

 

Resumo:

A colheita mecanizada em povoamentos florestais submetidos ao desbaste é uma tarefa complexa devido aos espaços reduzidos para o deslocamento das máquinas, a baixa produtividade operacional e os elevados custos de produção, exigindo constante atenção do operador. Tal condição atrelada a extensas jornadas de trabalho poderá ocasionar ao operador problemas ocupacionais. Objetivou-se neste estudo realizar uma análise ergonômica comparativa no posto de trabalho de harvesters de esteiras e pneus na colheita de madeira em povoamentos submetidos ao desbaste. O estudo foi realizado em povoamentos de Pinus taeda, submetidos ao primeiro desbaste com 10 anos de idade. Avaliou-se a operação com uso de dois harvesters, sendo um com rodados de esteiras e um de pneus. A análise ergonômica contemplou os fatores ambientais (exposição ao calor, ruído e vibração); análise postural; e movimentos repetitivos. A exposição ocupacional ao calor, ruído e à vibração foram avaliadas de acordo com os critérios estabelecidos pelas normas NHO 06, 01 e 09, respectivamente. Na análise postural, identificou-se as posturas típicas adotadas pelos operadores, com posterior análise pelas metodologias REBA e RULA. Na análise de repetitividade no trabalho, caracterizou-se o movimento repetitivo por meio da contagem por ciclo, turno e jornada de trabalho, analisando pelas metodologias Strain Index e TOR-TOM. Os resultados demonstraram valores de Índice de bulbo úmido e termômetro de globo (IBUTG) abaixo do limite máximo estabelecido pela norma. Os resultados do nível de exposição normalizado (NEN) estavam abaixo no nível de ação (58 e 62 dB). A dose diária estava acima do nível de ação no harvester de esteiras (52%), indicando a necessidade de medidas preventivas. Os resultados da aceleração resultante de exposição normalizado (aren) demonstraram valores acima do nível de ação no harvester de esteiras (0,6m/s²) e, quanto ao valor da dose de vibração resultante (VDVR), ambas estavam acima do nível de ação (9,3 e 11,2m/s1,75). Foram identificadas 15 posturas típicas adotadas pelo operador no harvester de esteiras e 8 no harvester de pneus, com risco médio à saúde. A análise de repetitividade demonstrou número de movimentos maior no harvester de pneus por ciclo, turno e jornada de trabalho, no entanto, os comandos da máquina apresentaram-se melhor distribuídos. De modo geral, as condições ergonômicas no posto de trabalho do harvester de pneus se apresentaram favoráveis quando comparadas ao harvester de esteiras, sendo a máquina mais apropriada do ponto de vista ergonômico para realização da colheita de madeira em povoamentos submetidos ao desbaste.

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