Aspectos ergonômicos do posto de trabalho de um trator-subsolador na implantação florestal

Ana Paula Micali Figueiredo

Defesa Pública: 21 de fevereiro de 2017

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Nilton Cesar Fiedler – UFES – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Paulo Torres Fenner – UNESP – Segundo Examinador
Prof. Dr. Erivelton Fontana de Laat – UNICENTRO – Terceiro Examinador
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:
As operações de preparo do solo na implantação florestal são realizadas na maioria das vezes com máquinas adaptadas da agricultura, podendo oferecer condições ergonômicas inadequadas aos operadores em termos de dimensões do posto de trabalho, posturas corporais e fatores ambientais. Objetivou-se neste estudo realizar uma análise de alguns aspectos ergonômicos no posto de trabalho de um conjunto trator-subsolador, visando contribuir para a melhoria das condições de conforto, segurança, saúde e qualidade de vida dos operadores. O estudo foi realizado nas áreas operacionais de implantação florestal em uma empresa localizada no município de Arapoti, estado do Paraná, envolvendo 10 operadores de um conjunto trator-subsolador. A análise ergonômica contemplou as dimensões de acesso e assento do posto de trabalho do trator-subsolador, confrontando com as normas ABNT 4252 (2011) e 4253 (2015), respectivamente. As dimensões do assento foram também comparadas com dados antropométricos de operadores da região. Para a análise postural foram instaladas câmeras no interior da máquina, sendo as filmagens visualizadas com o software MSSHOW e analisadas com a metodologia REBA (Rapid Entire Body Assessment) e RULA (Rapid Upper Limb Assessment). Os fatores humanos, as condições de trabalho e o desconforto postural foram realizados por meio de entrevistas individuais com os operadores, sendo realizado a correlação de Pearson (r) para testar as variáveis dos fatores humanos. Por fim, foi realizada uma análise da exposição ocupacional dos operadores ao ruído com o uso de um dosímetro, sendo obtidas as doses de ruído realizadas com o aparelho de som da máquina ligado e desligado, sendo posteriormente os resultados comparados com a Norma Regulamentadora NR 15. Os resultados mostraram que para abertura de acesso e saída de emergência, todas as medidas estavam em conformidade com a norma, enquanto que em relação às dimensões do assento, apenas a altura do encosto e a largura do assento estavam em conformidade. Quando realizado a comparação das dimensões do assento com dados antropométricos verificou-se que a maioria das medidas do assento do trator não estavam de acordo com os dados antropométricos dos operadores. Quanto à análise postural foram encontradas duas posturas típicas adotadas pelos operadores na execução do trabalho. As posturas adotadas pelos operadores apresentaram risco biomecânico ocasionado pela rotação do tronco e pescoço, repetitividade de movimentos das mãos e punhos e permanência por longos períodos na posição estática (25,5%). As variáveis dos fatores humanos apresentaram baixa correlação entre si, com exceção da estatura que apresentou correlação média com as variáveis joelhos e lombar. O mapa de segmentos corpóreos indicou desconforto na região das mãos, ombros, braços, punhos, joelhos, panturrilhas, tornozelos, pés, lombar e pescoço, justificado pelos operadores em função dos movimentos repetitivos e da adoção de posturas inadequadas durante o trabalho. Com relação ao ruído, foram encontrados níveis de 85 dB (A) com o aparelho de som ligado e 76 dB (A) para o som desligado, estando, portanto, dentro do nível máximo de exposição diária aceitável.

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