Estrutura Fitossociológica e Crescimento de Cedrela Fissilis Vell. em Floresta Estacional Decidual no Extremo Oeste de Santa Catarina

Rafael Schmitz

Defesa Pública: 16 de maio de 2014

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Evaldo Muñoz Braz – EMBRAPA – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Thiago Floriani Stepka – UNICENTRO – Segundo Examinador
Prof. Dr. Luciano Farinha Watzlawick – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

Estudos dendrocronológicos são necessários para prover conhecimentos que permitem interpretar melhor o crescimento de uma espécie e floresta ao longo do tempo. Nesse contexto, a partir da análise da composição florística, características de solos e ritmo de crescimento da Cedrela fissilis em um remanescente da Floresta Estacional Decidual no município de Descanso, SC, o presente estudo teve como objetivo, analisar os parâmetros fitossociológicos, verificar subáreas com características ambientais semelhantes, determinar o incremento, o tempo de passagem entre classes diamétricas e ajustar equações de crescimento em diâmetro em função da idade para a Cedrela fissilis no fragmento estudado. Dessa forma, árvores amostra da espécie foram identificadas por meio de transectos e 30 unidades amostrais, considerando a Cedrela fissilis como o centro da parcela, foram sorteadas. Nessas unidades foram realizados levantamentos florísticos, de parâmetros fitossociológicos, coleta de solo e de rolos de incremento da árvore amostra para análise dendrocronológica. Ao todo foram observadas 94 espécies distribuídas em 33 famílias, sendo que 33 espécies são de valor madeirável. O Índice de Diversidade de Shanon foi de 3,96 e três subáreas diferenciadas pelo solo e frequência de espécies foram observadas no remanescente em estudo. Os anéis de crescimento das árvores amostra de Cedrela fissilis foram identificados, medidos e submetidos à datação cruzada. O período cronológico obtido foi de 1844 a 2012. Pela aplicação do teste Tukey (α ≤ 0,01) os incrementos anuais das árvores amostra apresentaram homogeneidade para o crescimento da espécie no local de estudo. Os modelos matemáticos de Mitscherlich, Gompertz, Weibull e Schumacher foram ajustados para interpretar o crescimento em diâmetro em função da idade. O modelo de Schumacher forneceu a melhor acomodação para o comportamento dos dados e características da espécie em estudo. A partir da estimativa do crescimento foram identificadas as idades de 42 anos e 82 anos, respectivamente, pelo incremento em diâmetro e em área basal, como sendo as mais adequadas para intervenções na Cedrela fissilis no remanescente estudado sob condições de manejo. O tempo de passagem da espécie entre classes diamétricas aumentou consideravelmente com a diminuição do incremento em diâmetro, chegando aos 35 anos para a última classe. Dessa forma, os resultados desta pesquisa apontam que o remanescente em estudo apresenta alta diversidade de espécies, inclusive de valor madeireiro, com possibilidades de exploração em médio prazo. A dendrocronologia mostrou aplicabilidade como uma ferramenta para contribuir com o manejo sustentável da espécie e da Floresta Estacional Decidual da região do extremo oeste catarinense.

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