Fitossociologia, dinâmica e biomassa de um fragmento da Floresta Estacional Semidecidual

Qohelet José Ianiski Veres

Defesa Pública: 31 de agosto de 2012

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Marcos Vinicius Winckler Caldeiran – UFES – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Rafaelo Balbinot – UFSM – Segundo Examinador
Prof. Dr. Luciano Farinha Watzlawick – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

O presente estudo teve como objetivos abordar a Floresta Estacional Semidecidual nos aspectos das relações floristicas e fitossociologicas, conhecer os seus processos dinâmicos, estimar a quantidade de biomassa acumulada e carbono seqüestrado em seus diversos componentes, e por fim, realizar uma avaliação econômica atual e futura do capital estocado na floresta. A floresta em questão localiza-se no município de São José das Palmeiras, região Oeste do Estado do Paraná. Foram coletados os dados de diâmetro à altura do peito – DAP (cm) e altura (m) de todas as árvores com DAP ≥ 5 cm, procedentes de uma unidade amostral permanente, com área de 5000 m², subdividida em 50 subunidades de 100m², que foram instaladas em 2007 e remedidas em 2011. Em relação ao aspecto fitossociologico, realizada em 2007, foram registrados 779 indivíduos arbóreos, sendo 102 indivíduos mortos em pé e 677 vivos, distribuídos em 31 famílias, 56 gêneros, e 61 espécies. Destacaram-se em numero de espécies as famílias Fabaceae (27,47%), Verbenaceae (15,51%), Euphorbiaceae (7,39%), Meliaceae (5,61%), seguidos por Malvaceae (4,87%) e Rutaceae (4,87%), representando 65 % do total de espécies encontradas. Em relação ao aspecto florístico, o fragmento apresentou uma riqueza de espécies considerável, com altos valores de Shannon e Pielou. Com isso podese observar que o fragmento é bem conservado, caracterizando uma floresta em estagio inicial de regeneração. Em 2011, foram registrados os indivíduos mortos, remensurados os sobreviventes e mensurados e identificados os indivíduos recrutados (DAP > 5 cm). A área basal/hectare manteve-se praticamente a mesma, com queda de 0,30 m²/ha, sendo influenciada pela alta taxa de mortalidade anual (5,98%) e pequena taxa de ingresso (3,32%). O incremento médio anual (IMA) para todas as espécies foi de 0,20 cm, variando de 0,03 a 0,76 cm. As espécies Chorisia speciosa A.St.-Hil. e Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez obtiveram IMA de 0,86 cm e 0,32 cm respectivamente, elevando assim o IMA médio para as últimas classes de diâmetro. Foram abatidas 32 árvores-amostra para o ajuste das equações alométricas, as quais foram selecionadas por meio do ranqueamento do valor de importância (VI). Os componentes das árvores foram separados em casca, fuste, folhas, miscelânea, galhos vivos, galhos mortos e total. Foram selecionadas as equações que obtiveram os melhores valores referentes às estatísticas de regressão, R² ajustado e Syx%, bem como por análise visual do gráfico de dispersão dos resíduos. A prognose da distribuição diamétrica foi realizada pelo método da razão de movimentos. Na avaliação econômica foi estimado o Valor produtivo do povoamento referente à capacidade atual e futura de fixação do carbono. Os coeficientes de determinação (R² adj.) para as equações selecionadas variaram de 0,11 a 0,90 e erro 141,89 a 41,53%, para biomassa dos componentes, e de 0,03 a 0,87 para R² adj. e 143,64 a 46,20% de erro, para carbono estocado nos componentes. Estimou-se em 42,1 ton.ha-1 para biomassa total e 29,39 ton.ha-1 para carbono estocado total. Para o fragmento da Floresta Estacional Semidecidual, há um maior estoque de carbono na madeira do fuste > galhos vivos > folhas > casca do fuste> galhos mortos > miscelânea. Utilizando as distribuições diamétricas futuras por meio do método da razão de movimentos estimou-se o carbono estocado total (aérea + raízes), de 4 em 4 anos, até atingir o ano de 2031. Utilizou-se o valor de U$ 9,28 por tonelada de Dioxido de carbono efetivamente sequestrado. O valor produtivo para o povoamento atingiu R$ 299,95 por hectare/ano.

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