Aspectos mercadológicos da produção de compensados no Estado do Paraná

Nayara Guetten Ribaski

Defesa Pública: 14 de dezembro de 2012

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Márcio Lopes da Silva – UFV – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Carlos Alberto Marçal Gonzaga – UNICENTRO – Segundo Examinador
Prof. Dr. Éverton Hillig – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

A sobrevivência das empresas em um mercado competitivo depende do conhecimento do progresso e do comportamento do setor em que atua, para que possam tomar as melhores decisões. O presente trabalho teve como objetivo geral descrever o perfil da indústria de compensado paranaense de acordo com a visão de seus gestores. Os objetivos específicos foram: caracterizar o setor paranaense de painéis compensados; analisar a percepção dos gestores das empresas de compensados sobre a situação atual do mercado e avaliar os fatores que afetam a produção, como os produtos substitutos e a competitividade. Os instrumentos de pesquisa utilizados para obtenção dos dados primários foram entrevistas e questionários, apresentando caráter exploratório e descritivo. A coleta de dados foi dividida em duas fases, sendo a primeira aplicada no período de julho a setembro 2010, com aplicação de 89 questionários nas empresas paranaenses produtoras de compensados. E a segunda fase no período de julho a setembro de 2012, com aplicação de 81 questionários, um número inferior à fase I devido ao fechamento de empresas e/ou incorporação a empresas maiores. Por meio das perguntas abertas foi aplicada a metodologia SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças), e para as fechadas, o tratamento foi quantitativo. Na fase I 30,34% das empresas participaram da pesquisa e na fase II 27,16%, ambas obtendo um erro amostral inferior a 13,5%. De acordo com a análise da estrutura de mercado, foi constatado que na década de 80 os produtores de compensados, estrategicamente, optaram por abastecer o mercado externo, vislumbrando maiores lucros devido à valorização do dólar. Nesse período, os Estados Unidos tornaram-se o principal cliente, em detrimento do mercado interno. Esse nicho de mercado brasileiro vem sendo ocupado por painéis de madeira reconstituída, tornando tais produtos em substitutos para o compensado em diversos setores de atuação. Desse modo, alterou-se a elasticidade-preço da demanda. Observou-se que, em 2010, a produção das empresas atuantes no mercado teve uma redução de 56% em relação ao ano de 2008. E que, em 2012, 60% da produção estão sendo destinadas para o mercado interno, com o intuito de se aproveitar o aquecimento da construção civil. O restante da produção destinada à exportação apresentou novos destinos em 2010, focando os mercados emergentes, como o da América do Sul, do Oriente Médio e da África. Esses, ainda não apresentam barreiras técnicas ou comerciais específicas para o compensado, como as verificadas nos mercados dos Estados Unidos e Europa. As barreiras mais citadas foram: comprovação legal da origem da madeira e exigência em relação ao controle da qualidade. Em relação aos fatores que afetam a produção de painéis de compensado, 93% dos produtores entrevistados afirmaram que o preço da venda é o maior problema e que o custo de produção está elevado. Em relação à exportação, o valor comercializado é fator desestimulante para os produtores. De acordo com os participantes, 52% acreditam que existe um produto substituto ao compensado, dentre os quais, 57% acreditam ser o MDF. De acordo com as análises setoriais o segmento de painéis de compensados vinha apresentando sinais de queda em sua produção desde 2004, atribuída ao elevado custo de produção, baixa competitividade e elevado custo da terra, culminando com a crise imobiliária americana. No entanto, mesmo com o setor mostrando fragilidade, os participantes da pesquisa não demonstraram ter conhecimento desses acontecimentos. Conclui-se que os produtores, ou não têm domínio sobre o mercado em que atuam, o que dificulta a tomada de melhores decisões, ou não os mencionaram propositalmente para não caracterizar a situação atual como crítica e evitar dificuldade na obtenção de possíveis empréstimos ou créditos no mercado. O compensado apresenta-se em uma fase de maturidade e em declínio, isso porque a empresa nada fez para se impedir a situação. No entanto, existem estratégias para evitar o declínio.

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