Dinâmica (2002-2011) e modelagem do incremento diamétrico em fragmento de Floresta Ombrófila Mista na Floresta Nacional de Irati, Paraná

Mailson Roik

Defesa Pública: 30 de maio de 2012

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Solon Jonas Longhi – UFSM – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Carlos Roberto Sanquetta – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

Este trabalho teve como objetivo analisar a composição florística, estrutura horizontal, dinâmica florestal e, ainda, testar a hipótese de que a estratificação dos dados pela análise de agrupamento pode melhorar a modelagem do incremento em diâmetro de espécies da Floresta Ombrófila Mista, bem como avaliar o efeito da utilização de outras variáveis dimensionais, sociológicas, de sítio e competição, além do DAP na estimativa do incremento diamétrico. Para isso, foram utilizados dados provenientes de 25 parcelas permanentes de um hectare cada (100 m x 100 m). Todos os indivíduos com diâmetro à altura do peito maior ou igual a 10 cm (DAP≥10 cm) foram devidamente identificados e mensurados nos anos de 2002, 2005, 2008 e 2011. A análise da alteração na composição florística foi realizada pela presença ou não dos indivíduos em cada período avaliado. A estrutura horizontal foi caracterizada por meio dos parâmetros fitossociológicos de densidade, frequência e dominância das espécies, bem como do valor de importância. Os processos dinâmicos da floresta avaliados foram o incremento, ingresso e mortalidade. A modelagem do incremento foi realizada em nível de floresta, grupo ecológico e grupo de espécies, sendo estes definidos pela análise de agrupamento, com base nos valores de incremento diamétrico médio, por espécie, por classe de diâmetro. A modelagem foi realizada de duas formas: na primeira, procedeu-se o ajuste de oito modelos matemáticos que apresentam como variável independente apenas o DAP; na segunda, foram geradas, pelo procedimento Stepwise, equações para a estimativa do incremento diamétrico com base em variáveis dimensionais, sociológicas, de sítio e competição. A floresta apresentou pequenas alterações em relação a sua composição florística e elevada riqueza de espécies. Durante os nove anos de monitoramento foram registradas 124 espécies arbóreas, 84 gêneros e 42 famílias botânicas. O número de indivíduos diminuiu durante o período de avaliação, ao passo que o número de gêneros e espécies aumentou. A família Myrtaceae apresentou ser a de maior importância, com o maior número de espécies e indivíduos ingressos (22,3% do total). A floresta apresentou um incremento médio em diâmetro de 0,23 cm/ano e em área basal de 0,21 m²/ha/ano, destacando-se a Araucaria angustifolia que apresentou os incremento mais expressivos (0,42 cm/ano e 0,12 m²/ha/ano, respectivamente). A taxa de mortalidade média da floresta foi superior a taxa de ingresso (1,69% e 1,31%, respectivamente). A utilização de outras variáveis independentes, além do DAP, para a estimativa do incremento diamétrico, melhorou os ajustes, com a redução do erro padrão de estimativa e aumento do coeficiente de determinação. As variáveis mais correlacionadas com o incremento em diâmetro foram a forma e a posição da copa. A estratificação dos dados em grupos de maior similaridade, em relação ao crescimento, pela análise de agrupamento, não tornou os modelos apropriados para estimar o incremento em diâmetro, porém trouxe melhoras, reduzindo o erro padrão de estimativa.

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