Análise de fatores ergonômicos em atividades de implantação florestal
Pedro Caldas de Britto
⠀
Defesa Pública: 31 de agosto de 2012
⠀
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Luciano José Minette – UFV – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Nilton Cesar Fiedler – UFES – Segundo Examinador
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
⠀
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi avaliar fatores ergonômicos em atividades de implantação florestal, subsidiando a tomada de decisão para melhoria do conforto, saúde e segurança dos trabalhadores florestais. O estudo foi realizado em uma empresa florestal localizada nas regiões do Norte Pioneiro e Campos Gerais, Estado do Paraná, envolvendo as atividades de plantio manual, com aplicação de hidrogel; adubação de base; aplicação de herbicida e roçada semimecanizada. Na pesquisa foram estudados os fatores humanos e as condições do trabalho, por meio de questionários aplicados aos trabalhadores na forma de entrevistas individuais. Foi determinado o perfil antropométrico da população por meio de 41 medidas coletadas em 250 trabalhadores da implantação florestal. As principais variáveis antropométricas foram relacionadas com as ferramentas utilizadas em cada atividade, propondo quando necessário, adequações de acordo com as medidas da população nos percentis de 5; 50 e 95%. Foi ainda realizada uma avaliação de desconforto postural com o uso de um questionário com o mapa de desconforto postural, por meio de entrevistas individuais aos trabalhadores, que permitiu identificar a frequência de ocorrência e a intensidade de desconforto/dor em diferentes regiões do corpo para cada atividade. Além disso, foi realizada uma avaliação biomecânica com o uso de filmagens dos trabalhadores em três percentis, classificados conforme a estatura da população, (5, 50 e 95%), para cada uma das atividades, sendo os dados analisados no “software” 3DSSPP (Programa de Predição de Postura e de Força Estática 3D). Os resultados demonstraram que a idade média dos trabalhadores foi aproximadamente 35 anos, 89,23% é de origem rural, 52% são casados e 77,53 % são de baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto). Quanto ao tempo de serviço na empresa, a média foi de 14,9 meses e o tempo médio de experiência na função de 12,46 meses. A estatura média dos trabalhadores é de 156,8, 167 e 178,5 cm, respectivamente, representado nos percentis de 5, 50 e 95%. Os resultados da avaliação antropométrica demonstraram a necessidade de ajustes em alguns equipamentos e que sejam adaptadas às variações antropométricas dos trabalhadores, tais como as dimensões dos pés, das mãos, distância de alcance dos braços, estatura em pé, entre outros. Os questionários de desconforto/dor comprovaram que as regiões mais problemáticas foram os ombros e as pernas, podendo estas serem justificadas devido ao peso transportado e devido as distâncias percorridas em locais de difícil acesso e ainda com resíduo da colheita florestal. Nas avaliações biomecânicas as articulações do quadril e ombros foram as mais afetadas, porém com pouco risco de lesão aos trabalhadores. Nas atividades de plantio e adubação, os trabalhadores mais altos (percentil 95%) apresentaram maiores riscos potenciais de lesão, do que os trabalhadores mais baixos, que pode ser justificado pela postura inadequada adotada em consequência das dimensões inadequadas das ferramentas utilizadas na execução das atividades florestais.