Projeto Florescer realiza primeira sessão de cinema de 2022 com as crianças da Escola Municipal Hildegard Burjan

Projeto Florescer realiza primeira sessão de cinema de 2022 com as crianças da Escola Municipal Hildegard Burjan

A atenção toda voltada para o telão. Nas imagens, exibidas no Cinema da Unicentro, o protagonismo era todo dos pequenos. Foi assim que os estudantes do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Hildegard Burjan encerraram as atividades do Florescer, projeto de extensão desenvolvido pela Unicentro. Nas produções audiovisuais, os pequenos mostram o que aprenderam durante as oficinas realizadas na escola.

A gente acredita que, na medida em que elas aprendem, elas também podem ensinar, e a gente faz isso através dos vídeos. Então, elas primeiro têm acesso ao conteúdo da Lei Maria da Penha, da violência contra a mulher, do machismo, e aí, depois, elas vão mostrar, na perspectiva delas, da forma como elas entenderam esse conteúdo, para levar essas informações a mais pessoas da forma, então, como elas entenderam”, explica a professora Ariane Pereira, do Departamento de Comunicação Social, que é coordenadora da ação extensionista.

Crianças acompanharam 10 produções audiovisuais produzidas por elas (Foto: Coorc)

Para chegar ao resultado visto no cinema, os estudantes têm antes quatro encontros com a equipe do projeto. No primeiro, o tema trabalhado é o Estatuto da Criança e do Adolescente. Depois, aprendem sobre equidade. No terceiro encontro, a conversa é sobre a Lei Maria da Penha. “A gente ensina um pouco sobre a história da Maria da Penha, que é o que, na minha opinião, encanta mais as crianças, é o que desperta para elas o que o Florescer está fazendo ali. A partir daí, eles aprendem sobre os cinco tipos de violência, elas decoram sobre esses tipos e fazem isso com muita força na oficina. A quarta oficina é a melhor porque a gente faz as crianças como agentes de produção. Então, a gente deixa eles livres para escolher o que eles querem fazer”, detalha sobre as duas últimas oficinas a estudante de Jornalismo Gabriela Ukracheski, que é bolsista do Florescer.

As crianças”, complementa a professora Ariane, “ao longo das quatro semanas, elas vão criando uma intimidade, uma cumplicidade com a gente e vão contando, muitas vezes, histórias das vidas delas e vão, ao mesmo tempo, internalizando essas informações, percebendo que essas informações não são conteúdos dispersos. Na verdade, fazem parte do dia a dia delas, de cada um”.

Mostrando o que aprenderam, avaliam a secretária de Política Públicas para Mulheres, Priscila Schran, e a procuradora da Mulher de Guarapuava, vereadora Bruna Spitzner, as crianças comprovam a importância do projeto para a promoção da equidade de gênero e para o combate à violência contra a mulher. “Muda a cultura, muda o jeito de pensar e traz muito mais esperança que, realmente, a gente está construindo uma cidade, uma Guarapuava toda que compreende uma equidade de gênero como um pilar de sustentação para a sociedade”, diz Priscila. “Esse trabalho”, concorda Bruna, “desenvolvido com as crianças é importantíssimo, porque elas levarem para casa o que é a violência, os tipos de violência, contarem para as mães, é uma forma de acender um alerta também”. Já a professora de uma das turmas, Valquíria Campos,acredita que o “projeto, atingindo as crianças, elas vão ver na casa, como que reflete lá na casa – pai, mãe – e vão começar a saber se defender”.

Os protagonistas das produções também gostaram do que viram na telona. “Eu achei legal. Eu tava falando sobre os tipos de violência, a da Maria da Penha, física, sexual, patrimonial, psicológica, moral”, conta Pedro Rafael Bernardes Machado. E se no vídeo eles já deram um show, ao vivo, o que aprenderam continua na ponta da língua. “Não pode bater em mulher, xingar a mulher. São cinco as violências contra a mulher – moral, física, psicológica, patrimonial e sexual”, detalha, sem hesitar a estudante Flávia Tamires.

O trabalho feito pelo Florescer com as crianças já ultrapassa as salas de aulas e reflete na comunidade, concretizando o papel da extensão, que é um dos pilares da universidade pública. “A gente tem, de edições anteriores do projeto, um registro na Secretaria da Mulher de um aumento de mais de 40% na procura de mulheres do bairro das escolas onde a gente realiza as oficinas, procurando ajuda, procurando informação, tentando entender o que acontece com elas. Então, dessa maneira, as crianças mostram que elas são efetivamente muito dispostas a serem agentes da transformação, e elas fazem isso”, revela Ariane.

Na avaliação da pró-reitora de Extensão e Cultura da Unicentro, professora Lucélia de Souza, o Florescer “é realmente, a universidade cumprindo com o seu papel no sentido de apoiar as pessoas”. Opinião que tem a concordância do vice-reitor da universidade, professor Ademir Fanfa Ribas, que também acompanhou a sessão de Cinema. “Tem ajudado a divulgar as questões relacionadas à violência contra a mulher, provocando já nas crianças essa vocação de entender da igualdade entre homens e mulheres, entender da importância do respeito com a mulher, entender da importância de estarmos juntos numa sociedade defendendo todas as pessoa””.

A Escola Municipal Hildegard Burjan é apenas a primeira escola a finalizar as oficinas do Florescer na retomada do projeto, após a pandemia de Covid-19. Só nesse primeiro semestre, as oficinas estão sendo realizadas em 11 turmas de terceiro ano, das cinco escolas de Educação Fundamental localizadas no Morro Alto.

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