Grilos, gafanhotos e esperanças

Imagem 1. Grilo da espécie Gryllus assimilis. Crédito: Wikimedia commons.

Imagem 2. Gafanhoto da espécie Macrotona australis. Crédito: Wikimedia commons.

Imagem 3. Esperança da espécie Tettigonia viridissima. Crédito: Wikimedia commons.

A ordem Orthoptera (Ortho=reto + ptera=asas) é representado pelos grilos, gafanhotos e esperanças. Existem cerca de 17 mil espécies descritas, os insetos que pertencentes a essa ordem tem como características gerais o aparelho bucal mastigador, asas anteriores em tégmina e patas posteriores saltatórias. Possui hábito alimentar como insetos fitófagos (mastigadores), muitos são pragas em nossa agricultura. Os gafanhotos apresentam colorações variadas, sendo os mais conhecidos e observados com maior frequência de coloração verde, esses insetos apresentam camuflagem homocromia, pois se assemelham a cor do ambiente em que vivem, como por exemplo a cor verde da grama, ficando praticamente invisível aos seus predadores.

Aprenda a diferenciar grilos, gafanhotos e esperanças com o vídeo.

Você já ouviu falar da Nuvem de gafanhoto?

Imagem 4. Nuvem de gafanhotos. Crédito: Wikimedia commons.

O fenômeno da natureza que assusta e impressiona. A nuvem é um comportamento de migração, que atinge somente 20 dentre as 7 mil espécies de gafanhotos. O processo envolve tanto aspectos dos próprios insetos quanto do ambiente em que vivem, que fornecem uma espécie de gatilho para que eles se desloquem. Eles saem de um lugar onde o recurso pode estar começando a ficar escasso ou as condições ambientais não são ideais e vão rumo a outra área que propicie a continuidade da espécie. O fenômeno pode estar relacionado, ao aumento da temperatura e à diminuição da chuva. Além disso, grandes monoculturas e plantações agrícolas são mais sujeitas ao ataque dessas pragas. Os insetos são capazes de destruir plantações inteiras em apenas algumas horas. De acordo com projeção do coordenador do Programa Nacional de Gafanhotos do Serviço Nacional de Saúde da Argentina (Senasa), Héctor Medina, a nuvem, de cerca de 1km², deve conter mais de 40 milhões de gafanhotos, que podem devorar em um só dia o consumo alimentar de 2 mil vacas ou 350 mil pessoas. Mas é importante ressaltar que estes insetos não transmitem doenças e não atacam animais ou seres humanos. Eles atacam material vegetal para se alimentar, e é aí que mora o perigo: o deslocamento da nuvem pode trazer graves consequências para a agricultura e, indiretamente, para a pecuária, já que pode prejudicar os recursos usados para a criação de animais. Por isso, eles são considerados um risco para a segurança alimentar. De 400 espécies de gafanhoto conhecidas, algo em torno de 50 são nômades — isto é, se deslocam quando há um aumento populacional — e apenas pouco mais de dez causam prejuízos à agricultura. A única espécie nômade que vive regularmente no Brasil e causa problemas é a Rhammatocerus schistocercoides, encontrada no Mato Grosso.

O vídeo a seguir mostra como é a nuvem de gafanhotos.

 

Fontes:

Imagem 1. Wikimedia commons, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Acheta_domestica_male.png.

Imagem 2. Wikimedia commons, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Macrotona_australis_laying_eggs.jpg.

Imagem 3. Wikimedia commons, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dixi-Tettigonia_Viridissima.jpg.

Imagem 4. Wikimedia commons, disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Plague_locust.jpg.

Embrapa, Ordem Orthoptera, disponível em: https://www.embrapa.br/cerrados/colecao-entomologica/orthoptera.

Infoescola, Nuvem de gafanhotos, disponível em: https://www.infoescola.com/ecologia/nuvem-de-gafanhotos/.

 

Acadêmicos responsáveis: Alexsandra de Lima Klates; Aline Noga; Fabiana Polidorio dos Santos; Isac marcelo Gonçalves da Silva; Pedro Augusto Gonçalves Tilp.