Projeto do USF presta apoio psicológico a portadores de alterações genéticas

Projeto do USF presta apoio psicológico a portadores de alterações genéticas

Um dos novos projetos do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) tem sido essencial na vida da farmacêutica Elaine Tomazine, 37 anos. Há três meses ela vem sendo frequentemente acompanhada pela equipe do projeto ´Apoio psicoeducativo e psicoterapeutico das pessoas e familiares com alteração genéticas e desenvolvimento profissional´, desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Elaine chegou ao grupo de apoio por intermédio de um grupo local de mulheres com distúrbios de fertilidade, após ter passado por situações de abortos espontâneos.

Elaine faz o acompanhamento com o psicólogo Guilherme há três meses (Foto: Renatha Giordani)

No momento, a farmacêutica passa por um processo de análise genética e, portanto, o acompanhamento psicológico é indispensável. “O apoio psicológico te fortalece, nós tínhamos uma percepção que só seriamos mulher se tivéssemos filhos. E, com este fortalecimento, nós construímos um grupo de amigas, me fortaleceu como pessoa, por que talvez não aconteça de eu engravidar, mas eu me sinto uma pessoa forte o suficiente para continuar em frente. A felicidade não é só isso e o projeto continua me mostrando muitas coisas; com o Guilherme, eu tenho o acompanhamento completo, não só na infertilidade, é um trabalho como pessoa”, comenta Elaine, referindo-se ao bolsista do projeto Apoio psicoeducativo e psicoterapêutico, Guilherme Gomes, 29 anos, formado em Psicologia. “O projeto tem uma grande relevância, porque essas pessoas com alterações genéticas muitas vezes só recebem o resultado e têm um acompanhamento médico, mas não tem um suporte psicológico, um acompanhamento de desenvolvimento de comportamento que vai auxiliar a lidar com essa problemática”, analisa o especialista. “Essa é uma alteração para a vida toda, desenvolver comportamento de adesão ao tratamento, tomada de decisão, solução de problemas, enfrentamento e até o próprio acolhimento em relação à problemática, porque é um impacto para a vida dela, muitos tem até dificuldade de compreender que essa alteração não é uma doença, é uma alteração para vida toda”, continua o psicólogo.

O Apoio psicoeducativo e psicoterapeutico das pessoas e familiares com alteração genéticas e desenvolvimento profissional é uma das mais de 100 propostas que têm sido financiadas desde o começo do ano por meio do programa Universidade Sem Fronteiras (USF), uma das maiores ações extensionistas do Brasil. Elas são operacionalizadas diretamente pelas sete universidades estaduais do Paraná – Unioeste, UENP, Unespar, UEL, UEM, UEPG e Unicentro – com recursos obtidos por meio de edital da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, a Seti/PR. O projeto como uma vertente de um organismo maior, já que é um dos braços do programa de Aconselhamento Genético que funciona na UEL há mais de 40 anos e conta com diversas áreas do conhecimento, entre elas Biologia e Psicologia. A iniciativa atende a área da 17ª Regional de Saúde, o que corresponde a 21 municípios da região Norte do Paraná. A equipe conta com cerca de 12 graduandos, recém-graduados, sob a coordenação de Renata Grossi.

Por Renatha Giordani / Mídia e Memória Sem Fronteiras

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