Projeto do USF exibe filmes produzidos por alunos da Vila Jordão em Guarapuava
No último mês, os alunos da Escola Municipal Enoch Tavares e do Colégio Estadual Bibiana Bitercourt, na Vila Jordão, tiveram a oportunidade de ver em primeira mão as produções audiovisuais que produziram durante a oficina de cinema, ofertada e orientada por alunos da Universidade Estadual Centro-Oeste (Unicentro).
O aluno do 1º ano do Ensino Médio, Gabriel Vinicius Macel, conta que é a primeira vez dentro de uma sala de cinema e que, melhor ainda, é ser espectador de um filme seu e de seus colegas de turma. As oficinas duraram 4 meses com aulas semanais e para Gabriel, que cresceu no bairro Jordão, foi uma oportunidade de aprender algo diferente na escola. “Fazer a oficina foi legal, nunca tinha feito isso, mas sempre que acontece algum erro durante a cena, temos que gravar tudo novamente até ficar do jeito que queremos”, comenta.
O coordenador Eduardo Yamamoto abre a sessão de cinema (Foto: André Justus)
O ‘Cine Jordão’ é uma das mais de 100 iniciativas financiadas pelo programa Universidade Sem Fronteiras (USF), com recursos obtidos por meio de edital da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, a Seti/PR.
Nesse primeiro momento, quatro curta metragens e uma exposição fotográfica foram desenvolvidos como resultado das oficinas. Segundo o coordenador, Eduardo Yuji Yamamoto, o projeto nasceu de uma tentativa de conciliar comunicação comunitária e cinema. A prática está sendo bem recebida desde 2016, já que é o segundo ano que o projeto acontece, anteriormente foi realizado em outro bairro de Guarapuava, o Morro Alto. “Para os alunos é uma oportunidade de ter acesso a um conhecimento que é produzido na universidade. Enquanto isso, para os alunos da Unicentro é fundamental conhecer uma outra realidade que muitas vezes não é a deles. É uma experiência extremamente importante para a formação de cada um”, explica.
Técnicas básicas de fotografia e filmagem foram ensinadas por alunos de Comunicação Social e Arte para auxiliar nas produções. O publicitário e bolsista, Thomas Przybysewski, conta que foi muito bom ensinar os alunos e acompanhar o crescimento de cada um. “O projeto é tão importante para as crianças quanto para a gente. Eu acho que o conhecimento pessoal que adquiri foi muito grande, tive contato com pessoas diferentes. Fiz parte do cotidiano e conheci suas dificuldades”, comenta.
As temáticas de aventura e ação foram retratadas nas obras produzidas, com direito a histórias de alienígenas, de maldições, de assaltos e um pouco de terror. “O Cine Jordão foi fantástico para que meus alunos construíssem um novo olhar. Eu percebi neles que esse entendimento da arte e do cinema foi muito claro. A teoria aliada da prática foi essencial, um processo que é muito importante no aprendizado deles”, finalizada a professora de Artes da Rede Estadual, Denise Holzer.
A segunda parte do projeto será destinado para a produção de um documentário sobre o bairro, mostrando o cotidiano, os lugares e as famílias que vivem ali. Será o momento dos alunos, como o Gabriel, apresentarem sua comunidade para todos.
Por André Justus / Mídia e Memória Sem Fronteiras
