Metanoia: uma vídeo performance que entrelaça vida e arte

O presente trabalho buscou refletir sobre as relações e implicações existentes entre arte e trajetórias de vida. Essa obra teve por objetivo destacar a trajetória da própria autora por meio da confluência entre quatro linguagens artísticas, sendo elas: as artes visuais, cênicas, dança e música. Levando em consideração a revisão de literatura de Vygotsky (1988 e 2001) sobre a arte e a vida compreendeu-se que a arte pode ser fruto das vivências do artista, fazendo sua construção embasada no arremate dela com as experiências diárias. Todavia o fato da arte ser um reflexo da vida não se pode configurá-la como algo individual, a sociedade tem parcela de influência nos resultados encontrados no campo das artes. Portanto, toda criação artística é também um reflexo do contexto de seu autor, inerente à comunidade em que está inserido. A vida é coletiva e por consequência a criação artística de certa forma também. Portanto, a metodologia utilizada nesta pesquisa baseou-se em um estudo de caso, resultando na vídeo performance em questão. Neste estudo a criação artística provém das vivências de seu criador, como um resultado do acúmulo de informações, aprendizados, dúvidas, experiências e tudo aquilo que de alguma forma é considerado significativo o suficiente para transformar-se em arte. O ato performático conseguiu refletir os sentimentos da autora, como por exemplo, a parte dos movimentos em sombras os quais simbolizam o período em que a autora entrava em conflito com ideias contrárias às suas e revoltava-se, não sabendo lidar com tais sentimentos. Bem como a parte com as tintas colorindo o figurino demonstra a contribuição do modo de pensar das pessoas para a artista, o qual contribuiu para uma perspectiva mais profunda de sua trajetória. Portanto pode-se afirmar que utilizar as vivências do artista em suas propostas enriquece a poética da obra. Ela fará sentido pois terá um enlace com a alma do artista. Atrelar signos de vivência pessoal ao processo criativo de uma composição passa a resultar um produto final com mais nuances de interpretações. Isso leva o espectador a questionar-se olhando para a trajetória do artista e refletindo sua própria trajetória de vida assim como um espelho. Ele pode questionar-se: “como foi minha passagem pela universidade? ”, “quais foram os embates que vivi? ” promovendo a catarse pela identificação do espectador com o artista.