Corpo, confinamento e ancestralidade

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O vídeodança CORPO CONFINAMENTO ANCESTRALIDADE foi criado dentro do módulo “Seminário em Artes Integradas” (2020) ofertado pelo curso de Licenciatura em Artes, pela Universidade Federal do Paraná, Setor Litoral (Matinhos-PR). Baseando-se na reflexão dos processos de reconhecimento e protagonismo do corpo ancestral no espaço cotidiano, com ênfase no espaço proporcionado pelo isolamento social voluntário devido à pandemia de COVID-19. O conceito de corpo ancestral, assim entendido como um corpo que resgata seu lugar de origem, suas raízes, a força motriz que o impulsiona, tem como base os estudos das obras da coreógrafa e bailarina franco-senegalesa Germaine Acogny e dos textos do ambientalista brasileiro Ailton Krenak. Assim como a África de Acogny, o Brasil sofreu e ainda sofre um severo apagamento cultural sobre sua identidade, suas raízes, seus modos de existência. Esse apagamento identitário fragmentou a forma de ser/mover do indivíduo. A expressão corporal, essas tramas relacionais, só são possíveis se eu sei quem eu sou. E só posso saber quem eu sou se sei de onde venho. Quem lugar é esse? Como podemos existir sem memória? O dilaceramento desse tecido a que chamamos de identidade tem tornado as pessoas cada vez mais mecânicas, surdas e cegas para perceberem a si mesmas, as potências do corpo, a relação delas com o espaço e com os corpos que nos cercam. Para resgatar essa ancestralidade, que é individual, mas também coletiva, primeiro, é preciso reconhecer esse apagamento. É preciso cair. A principal motivação para sustentar o presente trabalho provém da importância que o tema possui para a sociedade atual, elucidando a necessidade, cada vez mais latente, do reconhecimento e do protagonismo do corpo ancestral enquanto potência de expressão do indivíduo contemporâneo. A construção desse trabalho parte da minha forte relação com a dança e os processos de descobrimento desse corpo ancestral nas vivências cotidianas.

Palavras-chave: Improvisação, Corpo, Ancestralidade.

 

Autora: Aline Maciel Rodrigues

1 comentário

  • Texto muito bem elaborado, compreendi bem o que a autora quis transmitir, de fato só sabemos quem somos se sabermos de onde viemos. Um rio seca e morre, quando se esquece onde é sua nascente.

    Allison Responder

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