Até o início de 1997, encontravam-se em funcionamento na UNICENTRO, Unidade Administrativa Campus Santa Cruz, dez cursos de graduação, sendo que somente um deles, Análise de Sistemas, denominação adotada até o final de 2005, atual Ciência da Computação, iniciado em agosto de 1995, era ministrado em caráter integral. Todos os demais cursos funcionavam em apenas um período, manhã, tarde ou noite, com carga horária concentrada.
O projeto de criação do Curso de Química foi iniciado em junho de 1995, com a participação dos Professores José Cantos Lopes Filho, Carlos Alberto Policiano Almeida e Isis Kaminski Caetano. A proposta inicial era elaborar um projeto de curso de licenciatura em Química. A modalidade de bacharelado seria implantada no decorrer da consolidação do curso e com a disponibilização de novos laboratórios. inicialmente, havia dois laboratórios localizados nas dependências da Unidade Administrativa Campus Santa Cruz, da UNICENTRO, no segundo pavimento. Os três professores de Química faziam parte do Departamento de Ciências Exatas, DEXATAS, denominação anterior do atual Departamento de Matemática, DEMAT, que contava com cerca de 28 professores. o DEXATAS era o maior departamento da instituição naquela época e responsável pela oferta das disciplinas de Matemática, Física e Química. Os professores de Química e Física eram minoria, e os assuntos discutidos nas reuniões em grande parte, estavam relacionados ao Curso de Matemática.
Antes mesmo do início do Curso de Química, os professores de química e física propuseram a criação do Departamento de Química e Física o DQF. A justificativa para o desmembramento do DEXATAS, fundamentava-se na necessidade da organização do espaço e da adequação para atender ao novo curso que estava por iniciar.
O primeiro passo para o desmembramento foi dado apresentando o que seria o primeiro projeto para a criação do DQF. Essa iniciativa gerou uma oposição natural no DEXATAS, que foi vencida com a elaboração de uma proposta contendo o cronograma das atividades que seriam desenvolvidas na preparação do início do curso e da necessidade de descentralização. O espaço físico já havia sido previsto, havendo a necessidade de aquisição de móveis, computador, impressora e os materiais básicos de consumo.
Criado o DQF, a tarefa era adequar o espaço físico e, na época, curiosamente, não havia computador disponível na instituição para atender ao novo departamento. Por intermédio da professora Rosi Mariana Kaminski Pissi, Diretora do Campus Santa Cruz, na época, um computador foi subtraído do DEXATAS sob protestos do professor Camilo, então Chefe do Departamento.
Visando à organização dos programas das disciplinas do Curso de Química, o passo seguinte foi a elaboração do projeto de criação do Colegiado de Química, sendo formado por professores de Química, Física e Matemática. Aprovado o projeto, o Colegiado iniciou suas atividades em agosto de 1996. A primeira Coordenadora de Colegiado foi a professora Silvia Sargenti, recém Pós-Doutora transferida do Campus de Irati para o Campus Santa cruz, de Guarapuava, que ocupou o cargo interinamente. Entretanto, ainda no mesmo ano, houve eleições gerais para os colegiados de cursos da UNICENTRO e o Professor Juarez Matias Soares foi eleito coordenador por dois anos. Posteriormente, foi reconduzido por mais dois anos, permanecendo no cargo até 2000. A partir do ano de 2001, o cargo de coordenação foi extinto, permanecendo os cargos de Chefe e vice-Chefe de Departamento.
Um acontecimento muito importante ocorrido em 1999 foi quando o DQF transferiu-se da Unidade Administrativa Campus Santa Cruz para o Campus CEDETEG. O Campus CEDETEG havia sido projetado para ser uma Escola Agrotécnica Federal pelo Governo Federal, entretanto, o projeto não foi levado adiante e as dependências foram abandonadas. Como o local estava sem uso, muitos prédios estavam sem manutenção. Os laboratórios de Química e Física tiveram de ser adequados para atender às aulas práticas do Curso de Química. O alojamento foi adaptado para o funcionamento do DQF e sala de professores. Essa mudança ocorreu na administração do Professor Carlos Alberto Ferreira Gomes. Nessa época, havia muita insegurança nessa transferência. Seriam as dependencias do CEDETEG adequadas para o desenvolvimento das atividades acadêmicas? O CEDETEG receberia a devida atenção na solução de problemas cotidianos de um campus universitário?
A prefeitura de Guarapuava, por meio do então Prefeito Vitor Hugo Burko, assumiu o compromisso de ocupar o espaço e, através de um acordo com a Reitoria, disponibilizou parte desse espaço à UNICENTRO, para ofertar alguns de seus cursos de graduação e, também, à Fundação Educacional de Guarapuava, FEG, para ofertar dois cursos de graduação: Medicina Veterinária e Agronomia. Esses cursos eram, parcialmente, custeados pelos alunos, através do pagamento de mensalidades. Posteriormente, em 2003, esses cursos integraram-se à UNICENTRO.
Um pouco mais desta história pode ser acompanhada abaixo!!
Textos do livro Curso de “Química da Unicentro: História de um Empreendimento de Sucesso” escrito pelos professores Carlos A. P. Almeida, Karin C. Justi, Sueli P. Quináia e Yohandra R. Torres, 2009, Editora UNCENTRO.
O Curso de Química da UNICENTRO
O Curso de Química fazia parte do Plano de Expansão do Ensino de Graduação, do período de 1992 a 1996, e integrava um documento que solicitava a criação da Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO. O plano previa a extinção do Curso de Licenciatura em Ciências de 1o grau, e o surgimento dos cursos de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, e Licenciatura Plena em Química, ambos previstos para 1993.
O projeto do Curso de Química foi elaborado no primeiro semestre de 1995 e previa um número de 30 vagas anuais, com disciplinas distribuídas nos períodos vespertino e noturno. O curso previa uma carga horária de 2.992 horas para a Licenciatura, e 3.094 horas para o Bacharelado, excluindo as 68 horas destinadas a “Prática Desportiva”.
A primeira versão do projeto do Curso de Química foi elaborada, prevendo, somente, a modalidade de Licenciatura. Uma cópia dessa primeira versão foi encaminhada ao professor Alsedo Leprevost, Presidente do Conselho Regional de Química – 9a Região, em 1995, solicitando uma análise crítica quanto ao seu conteúdo. O professor Leprevost, gentilmente, recebeu os professores Cantos e Policiano em sua casa, em Curitiba, para discutirem sobre os aspectos referentes ao projeto do Curso de Química, e sugeriu a inclusão da modalidade Bacharelado. Então o projeto original do Curso de Química foi reformulado, incluindo a modalidade de Bacharelado.
Os professores Roberto Verdade e Mauro Baldez da Silva, ambos da Universidade Estadual de Maringá, foram convidados a estudar o projeto, realizar as modificações que julgassem necessárias e verificar a estrutura física disponível na UNICENTRO, para o início de funcionamento do Curso de Química. A vinda desses dois professores foi muito proveitosa, possibilitando o aprofundamento nas discussões sobre todo o conteúdo do projeto.
Vale ressaltar uma dificuldade enfrentada na época da elaboração do projeto decorrente da carência em equipamentos de informática, como computadores e impressoras. O projeto do Curso de Química foi então elaborado em um computador 286, utilizando o editor de texto ChiWriter, de uso pessoal. Previamente ao início da elaboração do projeto, esse computador encontrava-se com a placa “mãe”, de circuito impresso, quase completamente danificada, oxidada devido ao vazamento da bateria interna. Ela foi recuperada com ferro de solda, após constatar que o conserto ficaria com um preço mais elevado que um equipamento novo.
O projeto do Curso de Química iniciou a tramitação no DEXATAS, e recebeu a aprovação departamental em 14 de junho de 1995. O Conselho Departamental do Campus convalidou a decisão do DEXATAS, em 21 de junto de 1995. Em seguida, o projeto foi para a Congregação do Campus, onde a decisão do Conselho Departamental foi ratificada. Em 26 de julho de 1995 o projeto foi analisado e aprovado pela Comissão de Legislação e Normas da Câmara de Graduação do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão, CEPE. O plenário do CEPE, acompanhando a decisão da comissão, aprovou, por unanimidade, o projeto do curso, em 28 de agosto de 1995.
Neste contexto é interessante observar um despacho da Diretoria de Ensino informando que uma cópia do Projeto do Curso de Química foi encaminhada a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, SETI, e ao Conselho Estadual de Educação, em 29 de junho de 1995.
A autorização para o funcionamento do Curso de Química ocorreu em 19 de abril de 1996, e foi publicada no diário oficial da união No 77, de 22 de abril de 1996, portaria No 357. Nesta época havia uma política de expansão da universidade, estimulando o início imediato de novos cursos de graduação. Entretanto, o Curso de Química não foi iniciado em agosto de 1996, por decisão dos membros do DQF. Em reunião conjunta entre o DQF, Reitoria da UNICENTRO e a Direção do Campus, ficou decidido que o Curso de Química iniciaria em 1997. O DQF justificou sua decisão, informando sobre a necessidade de uma melhor organização do novo contexto de funcionamento de um curso de graduação. Além disso, a instituição carecia de experiências no funcionamento de um curso de graduação, iniciado em agosto, defasado da estrutura até então vigente na Universidade. Após a reunião, ficou decidido o início de funcionamento do Curso de Química para fevereiro de 1997.
Nos dois primeiros anos do curso, as disciplinas da matriz curricular eram comuns às modalidades de Licenciatura e Bacharelado, cabendo ao acadêmico de química optar por uma ou outra habilitação ao término do 2o ano. A duração do curso era de 4 anos, no mínimo, e 6 anos, no máximo. As Tabelas 2.1 a 2.6 apresentam as disciplinas e as respectivas cargas horárias do curso.
Tabela 1 Núcleo comum de disciplinas básicas obrigatórias ao bacharelado e a licenciatura
Disciplinas | Série | Carga Horária |
Matemática I | 1º | 204 |
Matemática II | 2º | 136 |
Estatística para experimentalista | 2º | 68 |
Física I | 1º | 170 |
Física II | 2º | 170 |
Química Geral | 1º | 136 |
Química Experimental | 1º | 68 |
Química Inorgânica I | 2º | 136 |
Química Inorgânica II | 3º | 136 |
Química Analítica I | 2º | 102 |
Química Analítica II | 3º | 136 |
Análise Instrumental | 4º | 136 |
Físico-Química 1 | 3º | 136 |
Físico-Química II | 4º | 136 |
Química Orgânica I | 2º | 170 |
Química Orgânica II | 3º | 170 |
Sub-total | 2210 |
Tabela 2 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias ao bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Tecnologia Química | 3º | 102 |
Química Tecnológica de Alimentos | 4º | 136 |
Optativas | 3º e 4º | 136 |
Estágio Supervisionado em Indústria | 4º | 136 |
Introdução a operações unitárias | 3º | 102 |
Sub-total | 612 |
Tabela 3 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Didática Q | 3º | 68 |
Psicologia da educação | 3º | 68 |
Estrutura e funcionamento do ensino de 1º e 2º graus | 4º | 68 |
Optativas | 3º e 4º | 136 |
Prática de ensino de química, física e matemática | 4º | 170 |
Sub-total | 510 |
Tabela 4 Disciplinas obrigatórias complementares ao bacharelado e a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Informática Aplicada à Química | 1º | 68 |
Bioquímica Aplicada à Química | 4º | 68 |
Química e meio ambiente | 4º | 68 |
Prática desportiva | 1º | 68 |
Mineralogia | 4º | 68 |
Sub-total | 340 |
Tabela 5 Disciplinas optativas de formação profissional para bacharelado e licenciatura.
Disciplina | Série | Carga Horária |
Tópicos Especiais em Química I | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química II | 3º/4º | 68 |
Organização industrial | 3º/4º | 68 |
Instrumentação do Ensino de Química | 3º/4º | 68 |
Introdução a Mecânica Quântica | 3º/4º | 68 |
Desenho Técnico | 3º/4º | 68 |
Bioquímica Industrial | 3º/4º | 68 |
Análise de Alimentos | 3º/4º | 68 |
Química de Solos | 3º/4º | 68 |
Inglês Instrumental | 3º/4º | 68 |
Espanhol Instrumental | 3º/4º | 68 |
Cinética das Reações Químicas | 3º/4º | 68 |
Tabela 6 Resumo da carga horária para cada habilitação
Componente Curricular MC-1 | Bacharelado | Licenciatura |
Obrigatórias Básica | 2210 horas (69,89%) | 2210 horas (72,22%) |
Obrigatórias Profissionalizantes | 612 horas (19,35%) | 510 horas (16,67%) |
Obrigatórias Complementares | 340 horas (10,75%) | 340 horas (11,11%) |
Carga Horária Total | 3162 | 3060 |
O processo de reconhecimento do Curso de Química foi elaborado em 1999, sob coordenação do professor Juarez Matias Soares. O documento apresentava informações gerais sobre a qualidade acadêmica, situação jurídica, recursos materiais e demonstrativo do suporte financeiro da UNICENTRO. Nesses itens também estavam incluídas informações específicas sobre o Curso de Química, estrutura de funcionamento e atividades de ensino, pesquisa e extensão vinculadas ao quadro docente e discente.
O Conselho Estadual de Educação designou a Comissão Verificadora do Curso de Química, composta pelo Conselheiro Teófilo Bacha Filho, pelo professor Dr. Nilton Carnieri, como perito, e Izes Neira Kuchpil, Assessora Técnica do Conselho Estadual de Educação.
Em seu parecer, o professor Dr. Nilton Carnieri indicou a necessidade em tornar a disciplina “Desenho” obrigatória para a modalidade de Bacharelado, ao invés de optativa, conforme constava no projeto original. Além disso, indicou a necessidade de acrescentar 2,2 créditos para as disciplinas de Química Inorgânica e Físico-Química, cada uma. As disciplinas de Química Orgânica e Química Analítica estariam com 2,0 e 3,3 créditos em excesso, respectivamente (Resolução SN/CFE/16.11.62, que estabelece o currículo mínimo para curso de bacharelado em química).
Para a modalidade de Licenciatura, o professor Dr. Nilton Carnieri indicou que todas as exigências estariam contempladas no projeto pedagógico, entretanto apresentava um excesso de 492 h/a.
O reconhecimento do Curso de Química da UNICENTRO, Licenciatura e Bacharelado, foi assinado pelo Governador do Estado do Paraná em 11 de maio de 2001, Decreto No 4098, e publicado no Diário Oficial do Estado do Paraná em 14 de maio de 2001.
Em 23 e 24 de novembro de 2000, os professores Luiz Augusto dos Santos Madureira e Maria Olímpia de Oliveira Rezende, da UFSC e IQSC-USP, respectivamente, estiveram visitando a UNICENTRO para avaliar as condições de oferta do Curso de Química.
De acordo com o relatório de avaliação elaborado, a biblioteca não apresentou uma avaliação satisfatória em alguns itens. O corpo docente também obteve uma avaliação insatisfatória, por ser considerado jóvem, com experiência inferior a 5 anos de atuação no magistério superior. Outros itens, como valorização docente, estrutura curricular, atividades para o corpo discente, informações complementares sobre o corpo discente, instalações gerais e especiais obtiveram avaliações satisfatórias, com conceitos A.
O Departamento de Química da UNICENTRO tem se distinguido pela constante busca de atualizações em suas matrizes curriculares. Desde a implantação do Curso de Química, os professores reformularam duas vezes o Projeto Pedagógico, adaptando-o às normas oficiais do Conselho Federal de Química e do Ministério da Educação. Até o ano de 2000, a matriz curricular era constituída por disciplinas anuais, rigidamente distribuídas ao longo dos quatro anos do curso.
Na primeira reformulação, a matriz curricular ganhou certa flexibilidade para a habilitação de bacharelado, permitindo ao acadêmico concluir as disciplinas do curso em três anos e meio. No oitavo semestre o acadêmico de bacharelado poderia dedicar-se, exclusivamente, ao estágio supervisionado em indústria.
A partir dessa primeira modificação, o Curso passou a oferecer quarenta (40) vagas com uma única turma anual, em período integral. Na matrícula da segunda série o acadêmico teria que fazer a opção pela habilitação do curso (Bacharelado ou Licenciatura). Caso o acadêmico optasse por cursar as duas habilitações, o departamento de química não teria a responsabilidade em oferecer horários diferenciados nas disciplinas específicas de cada habilitação, e o acadêmico teria que dar preferência à conclusão de uma das habilitações.
As Tabelas 2.7 a 2.13 apresentam as disciplinas da matriz curricular da primeira modificação do projeto pedagógico.
Tabela 7 Núcleo comum de disciplinas básicas obrigatórias ao bacharelado e a licenciatura
Disciplinas | Série | Carga Horária |
Matemática I | 1º | 204 |
Matemática II | 2º | 136 |
Estatística | 2º | 68 |
Física Geral I | 1º | 170 |
Física Geral II | 2º | 170 |
Química Geral | 1º | 136 |
Química Geral Experimental I | 1º | 68 |
Química Inorgânica I | 1º | 102 |
Química Inorgânica II | 2º | 102 |
Química Inorgânica III | 3º | 68 |
Química Analítica I | 2º | 102 |
Química Analítica II | 3º | 136 |
Química Analítica Instrumental | 4º | 136 |
Físico-Química/Termodinâmica e Soluções | 2º | 102 |
Físico-Química/Cinética | 3º | 68 |
Físico-Química/Eletroquímica | 3º | 68 |
Físico-Química/Química Quântica | 4º | 68 |
Físico-Química Experimental | 4º | 68 |
Química Orgânica I | 2º | 136 |
Química Orgânica II | 3º | 136 |
Análise orgânica | 4º | 68 |
Sub-total | 2312 |
Tabela 8 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias ao bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Química Tecnológica Inorgânica | 3º | 68 |
Química Tecnológica Orgânica | 3º | 68 |
Optativa de Formação Profissional I | 3º | 68 |
Optativa de Formação Profissional II | 3º | 68 |
Optativa de Formação Profissional III | 4º | 68 |
Optativa de Formação Profissional IV | 4º | 68 |
Estágio Supervisionado em Indústria ou Laboratório | 4º | 408 |
Sub-total | 816 |
Tabela 9 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Didática | 3º | 68 |
Psicologia da educação | 4º | 68 |
Org. e funcionamento da educação básica | 4º | 68 |
Optativa de Formação Profissional I | 3º | 68 |
Optativa de Formação Profissional II | 3º | 68 |
Estágio Supervisionado em Química I | 3º | 102 |
Estágio Supervisionado em Química II* | 4º | 102 |
Prática de ensino | 102 | |
Sub-total | 646 |
Tabela 10 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias a licenciatura e ao bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Iniciação à Pesquisa em Química | 2º | 68 |
Sub-total | 68 |
Tabela 11 Disciplinas obrigatórias complementares ao bacharelado e a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Informática Aplicada à Química | 1º | 68 |
Desenho técnico | 1º | 68 |
Inglês Instrumental | 1º | 68 |
Filosofia | 3º | 68 |
Mineralogia | 2º | 68 |
Eletiva de Formação Complementar III | 3º | 68 |
Eletiva de Formação Complementar IV | 3º | 68 |
Sub-total | 476 |
Tabela 12 Disciplinas optativas de formação profissional para o bacharelado e para a licenciatura.
Disciplina | Série | Carga Horária |
Tópicos Especiais em Físico-química | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Analítica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Orgânica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Inorgânica | 3º/4º | 68 |
Princípios dos Processos Químicos | 3º/4º | 68 |
Introdução a Operações Unitárias | 68 | |
Bioquímica | 68 | |
Bioquímica Industrial | 68 | |
Análise de Alimentos | 68 | |
Química de Solos | 68 | |
Química dos Materiais | 68 | |
Química da Madeira | 68 | |
Corrosão Metálica e Proteção | 68 | |
Química Ambiental | 68 | |
Quimiometria | 68 | |
História das Ciências | 68 | |
Epistemologia das Ciências | 68 | |
Introdução à Mecânica Quântica | 68 |
Tabela 13 Resumo da carga horária para cada habilitação
Componente Curricular MC-2 | Bacharelado | Licenciatura |
Obrigatórias Básica | 2312 horas (62,96%) | 2312 horas (66,02%) |
Obrigatórias Profissionalizantes | 884 horas (24,07%) | 714 horas (20,38%) |
Obrigatórias Complementares | 476 horas (12,96%) | 476 horas (13,59%) |
Carga Horária Total | 3672 | 3502 |
Em 2003, o DEQ promoveu uma nova reestruturação dos currículos plenos de Licenciatura e Bacharelado, por meio de uma comissão constituída por professores do departamento (currículo MC3). Essa modificação atendeu as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Química, de acordo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 1996 (Lei 9394/96) e ao Edital no 04/97 da Secretaria de Educação Superior do MEC. A organização disciplinar do curso foi constituída por três conjuntos de disciplinas, a saber: 62,96 % de obrigatórias básicas, 24,07 % de profissionalizantes obrigatórias e 12,96 % de complementares obrigatórias.
A partir de 2004, após a segunda atualização da matriz, a flexibilidade ficou ainda maior, pois as disciplinas do projeto pedagógico foram semestralizadas. A matriz curricular vigente para o Curso de Química, nas modalidades Licenciatura e Bacharelado, funciona sob o Regime Seriado anual, com disciplinas semestrais, conforme previsto no artigo 35 do regimento geral do estatuto da UNICENTRO.
O Curso de Química, conforme a nova matriz curricular MC3, tem a duração de quatro anos para as modalidades de Bacharelado e Licenciatura, com carga horária total do currículo pleno de 3944 horas e 3740 horas, respectivamente (Tabelas 2.14 a 2.24).
Tabela 14 Núcleo comum de disciplinas básicas obrigatórias para bacharelado e licenciatura
Disciplinas | Série | Carga Horária |
Matemática I | 1º | 68 |
Cálculo I | 1º | 68 |
Química geral I | 1º | 136 |
Química geral experimental I | 1º | 34 |
Física geral I | 1º | 68 |
Física geral experimental I | 1º | 68 |
Química geral II | 1º | 68 |
Química geral experimental II | 1º | 68 |
Química inorgânica | 1º | 102 |
Cálculo II | 2º | 68 |
Física geral II | 2º | 68 |
Física geral experimental II | 2º | 68 |
Química qualitiva I | 2º | 68 |
Termodinâmica | 2º | 102 |
Cálculo III | 2º | 68 |
Cinética química | 2º | 102 |
Química inorgânica estrutural | 2º | 68 |
Química orgânica I | 2º | 136 |
Química qualitativa II | 2º | 34 |
Eletroquímica | 3º | 102 |
Química dos complexos | 3º | 136 |
Química orgânica II | 3º | 136 |
Química quantitativa I | 3º | 68 |
Métodos eletroanalíticos e cromatográficos | 3º | 68 |
Química ambiental | 3º | 68 |
Química de soluções e superfícies | 3º | 68 |
Química quantitativa II | 3º | 68 |
Análise orgânica | 4º | 102 |
Métodos espectroanalíticos | 4º | 68 |
Fundamentos de bioquímica | 4º | 68 |
Sub-total | 2414 |
Tabela 15 Disciplinas básicas adicionais para o bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Mineralogia | 4º | 68 |
Tabela 16 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias para o bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Química dos materiais | 3º | 68 |
Desenho técnico I | 2º | 34 |
Desenho técnico II | 2º | 34 |
Estatística | 2º | 68 |
Optativa de formação profissional I | 3º | 68 |
Química tecnológica inorgânica | 3º | 68 |
Química tecnológica orgânica | 3º | 68 |
Introdução a química quântica | 4º | 68 |
Optativa de formação profissional II | 4º | 68 |
Quimiometria | 4º | 68 |
Sub-total | 612 |
Tabela 17 Disciplinas profissionalizantes obrigatórias para a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Didática | 2º | 68 |
Psicologia da educação | 3º | 68 |
Optativa de formação profissional I | 3º | 68 |
Instrumentação de ensino I | 4º | 68 |
Instrumentação de ensino II | 4º | 68 |
Optativa de formação profissional II | 4º | 68 |
Organização e funcionamento da educação básica | 4º | 68 |
Sub-total | 476 |
Tabela 18 Disciplinas complementares obrigatórias para o bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Informática aplicada à química | 1º | 68 |
Inglês instrumental | 1º | 68 |
Iniciação à pesquisa em química | 1º | 68 |
Administração e empreendedorismo | 2º | 34 |
Trabalho de conclusão de curso | 4º | 100 |
Sub-total | 338 |
Tabela 19 Disciplinas complementares obrigatórias para a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Informática aplicada à química | 1º | 68 |
Inglês instrumental | 1º | 68 |
Iniciação à pesquisa em química | 1º | 68 |
Filosofia | 2º | 68 |
Mineralogia | 4º | 68 |
Trabalho de conclusão de curso | 4º | 100 |
Sub-total | 440 |
Tabela 20 Disciplinas optativas de formação profissional para o bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Tópicos Especiais em Físico-química | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Analítica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Orgânica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Inorgânica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais de Química Tecnológica | 3º/4º | 68 |
Filosofia | 2º | 68 |
Tabela 21 Disciplinas optativas de formação profissional para a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Tópicos Especiais em Físico-química | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Analítica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Orgânica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em Química Inorgânica | 3º/4º | 68 |
Tópicos Especiais em ensino de química | 3º/4º | 68 |
Administração e empreendedorismo | 2º | 34 |
Tabela 22 Atividades Extra-classe para o bacharelado
Disciplina | Série | Carga Horária |
Estágio supervisionado em indústria ou laboratório | 4º | 272 |
Atividades complementares: monitoria, participação em programas de extensão, participação e apresentação em congressos, publicação de artigos, entre outros) | 1º- 4º | 100 |
Estágio Curricular em indústria ou laboratório | 238 | |
Sub-total | 610 |
Tabela 23 Atividades Extra-classe para a licenciatura
Disciplina | Série | Carga Horária |
Estágio supervisionado em química I | 3º | 136 |
Estágio supervisionado em química II | 4º | 68 |
Estágio supervisionado em química III | 4º | 68 |
Atividades complementares: monitoria, programas de extensão, congressos, publicação de artigos, entre outros) | 1º-4º | 100 |
Estágio Curricular | 4º | 136 |
Sub-total | 508 |
Tabela 24 Resumo da carga horária para cada habilitação
Componente Curricular | Bacharelado | Licenciatura |
Obrigatórias Básica | 2482 horas (61,4%) | 2414 horas (62,9%) |
Obrigatórias Profissionalizantes | 612 horas (15,1%) | 476 horas (12,4%) |
Obrigatórias Complementares | 338 horas (8,4%) | 440 horas (11,5%) |
Atividades Extra-classe | 610 horas (15,1%) | 508 horas (13,2%) |
Carga Horária Total | 4042 | 3838 |
Histórico do Departamento de Química
O atual Departamento de Química, DEQ, originou-se do Departamento de Química e Física, DQF, criado em 01 de abril de 1996, que por sua vez, originou-se do Departamento de Ciência Exatas, DEXATAS, agrupando professores de química e física. Em 2002 o DQF transformou-se em DEQ, logo após o surgimento do Curso de Física e a criação do Departamento de Física, DEFIS.
Os professores de química do DQF foram os responsáveis pela elaboração e criação dos Cursos de Química e Engenharia de Alimentos. Por um determinado período, professores relacionados ao Curso de Engenharia de Alimentos também faziam parte do DQF, até a criação do Departamento de Engenharia de Alimentos, DEALI, em 2001.
O primeiro documento oficial, solicitando a criação do Departamento de Química e Física, foi encaminhado à Diretoria do Campus de Guarapuava em 05 de junho de 1995. Ele continha um ofício dos professores de química e física, interessados na criação do departamento, e a ata 364 do DEXATAS, de 18 de maio de 1995.
A ata registrava a manifestação do prof. José Cantos Lopes Filho, que solicitava providências quanto a criação do DQF, além de informar que o projeto do Curso de Química encontrava-se na fase final de elaboração e deveria “…entrar no Conselho Estadual de Educação até três de junho.”. Portanto, havia a necessidade da formação do DQF. Consta na ata que “…os presentes foram unânimes em aprovar a solicitação.”
O ofício, assinado pelos professores José Cantos Lopes Filho, Carlos Alberto Policiano Almeida e Ísis Kaminski Caetano, de química, Juarez Matias Soares, Sandro Aparecido dos Santos, Silvério Antônio Simon e José Luis Saviel Geraldis, de física, solicitava, formalmente, a abertura do novo departamento.
Na reunião ocorrida em 18 de maio de 1995, os professores do DEXATAS solicitaram um projeto mais circunstanciando, que descrevesse as atividades que seriam desenvolvidas no âmbito do novo departamento. Para atender a essa solicitação, um novo processo foi aberto em 04 de julho de 1995. O processo apresentava um projeto completo, com justificativa, composição do departamento, disciplinas de química e física ofertadas, espaço físico destinado ao departamento, relação de equipamentos, móveis, e laboratórios. Consta nesse novo processo o parecer do Chefe do Departamento, professor Gilberto Franco de Souza, que informava que “… o projeto recebeu a aprovação dos docentes que compõem o atual Departamento de Ciências Exatas…”, e foi assinado em 25 de julho 1995. Nesse segundo processo também havia uma previsão de contratação de docentes pelo período de 1996 a 1999, sendo 8 para química, e 1 para física, além da contratação de 4 técnicos para atender aos laboratórios de química e física.
O local destinado às atividades administrativas do DQF ocupava um espaço físico de 9 m2, conforme Figura 2.1. Anexo ao espaço do DQF estava o espaço destinado ao colegiado do Curso de Química, também com 9 m2. Tanto o espaço destinado ao departamento quanto aquele destinado ao colegiado, faziam parte de um local previsto para acomodar os setores administrativos e pedagógicos dos cursos de Ciências Biológicas e Química. Os dois departamentos dividiam a sala de reuniões (17 m2), sala de professores (37 m2) e sala de estudos (13 m2). Esses locais ocupavam o primeiro pavimento, acima da biblioteca, no Campus Santa Cruz.
O DQF contava com espaços destinados aos Laboratórios de Química Geral e Inorgânica (64 m2), Química Orgânica (49 m2), Química Analítica e Físico-Química (61 m2), e Almoxarifado para os reagentes e vidrarias (23 m2), localizados no segundo pavimento do Campus Santa Cruz.
Além dos espaços destinados à química, existiam aqueles destinados à física: almoxarifado (31 m2), Laboratórios de Ondulatória e Eletricidade (68 m2), Mecânica e Termologia (78 m2) e sala dos professores de física (12 m2). Também estavam localizados no segundo pavimento do Campus Santa Cruz, em frente ao espaço destinado a química.
O projeto do DQF previa a aquisição de diversos equipamentos e móveis, tais como um microcomputador 486, uma impressora, mesas, escrivaninhas, cadeiras, arquivos de aço, entre outros.
Após a criação do DQF, a aquisição dos equipamentos e móveis foi um processo lento e, de certa forma, curioso. A saída de tantos professores, antes lotados no DEXATAS, gerou a expectativa de aquisição de um microcomputador, proveniente do departamento de origem, já que existiam 3 disponíveis na sala dos professores deste departamento. Como as negociações com o então chefe do DEXATAS, para a aquisição de um microcomputador não progrediam, foi solicitada à Diretora do Campus, professora Rosi Mariana Kaminski Pissi, uma solução para o impasse. A Diretora, sensibilizada com a dificuldade do DQF, digiriu-se ao DEXATAS juntamente com um auxiliar e retirou um microcomputador da sala de reuniões, sob protesto do chefe do citado departamento.
Atendendo às determinações institucionais da época, o DQF preparou um planejamento das atividades para o ano de 1996, processo No 1432/96, de 08 de março de 1996, e encaminhou à Direção do Campus de Guarapuava. O projeto apresentava uma descrição pormenorizada das atividades relacionadas às áreas do ensino, da pesquisa e da extensão.
Como atividades de ensino, o projeto evidenciava as disciplinas oferecidas pelo DQF aos diversos cursos de graduação. Em 1996 o DQF oferecia 2 disciplinas de química para o Curso de Licenciatura em Ciências de 1o Grau (4 turmas), e 6 disciplinas de física para os Cursos de Matemática e Licenciatura em Ciências de 1o Grau (11 turmas). Na época o projeto já indicava a realização de estudos para elaboração de uma proposta de criação do curso de física.
Como atividades relacionadas à pesquisa, foram apresentados os seguintes projetos: Elaboração de um software para auxílio no ensino de gases ideais (Carlos Alberto); Aproveitamento do bagaço de laranja (Citrus aurantium L) para produtos alimentícios (José Cantos); Análises fisico-químicas e microbiológicas de águas (José Cantos); Avaliação da qualidade do leite consumido no município de Guarapuava (José Cantos); Reestruturação e montagem dos novos equipamentos para o laboratório de física (Soares); Elaboração de um documento propondo a criação de um instituto de pesquisa e extensão; Participação em congressos e encontros regionais e nacionais; Elaboração de um projeto propondo a criação do PET, com início para 1998, para alunos do Curso de Química.
Como propostas de atividades de extensão destacavam-se: Programa de capacitação dos professores do Núcleo Regional de Ensino de Pitanga; Fabricação de produtos de limpeza e higiene; Produção de brindes em resina de poliéster; Elaboração de um projeto visando a formação de um arquivo com informações diversas sobre indústrias e/ou empresas na área de química, e informações sobre escolas de primeiro e segundo graus da região de Guarapuava e a realização de cursos mensais de utilização da resina de poliéster.
O projeto para a criação do Colegiado do Curso de Química foi encaminhando em 20 de agosto de 1996, com a justificativa da necessidade da estruturação do Curso, previamente ao seu início, previsto para fevereiro de 1997. A autorização de funcionamento do curso havia sido obtida junto ao Conselho Estadual de Educação em abril de 1996.
A proposta do projeto evidenciava as diversas ações que seriam necessárias para estruturar o Curso de Química. Os diversos itens que compõem o projeto são descritos a seguir.
1 – Atividades da Coordenação
Com a previsão da primeira turma do Curso de Química para o início de 1997, a coordenação seria responsável por diversas atividades, tais como:
– solicitar a elaboração dos programas das disciplinas ofertadas ao Curso de Química aos departamentos responsáveis;
– promover a discussão desses programas visando uma maior interdisciplinaridade;
– organizar o calendário de atividades para o ano de 2007;
– organizar o horário das disciplinas juntamente com o chefe do departamento;
– verificar a adequação dos laboratórios para a realização das aulas práticas;
– iniciar a participação das reuniões do conselho intercolegiado;
– elaborar um projeto pedagógico.
2 – Projeção da Carga Horária
Para justificar a necessidade da formação do colegiado, previamente ao início do Curso de Química, em 1997, o projeto apresentava a projeção de carga horária das disciplinas de química, para o Curso de Química, a partir de 1997 até 2000, com a formatura da primeira turma.
A projeção de carga horária foi realizada levando-se em consideração o aumento no número de aulas, ano-a-ano, evidenciando assim a necessidade de concurso para a contratação de professores a medida que o curso avançava. As disciplinas foram distribuídas aos professores existentes e uma estimativa foi realizada, com a distribuição de carga horária aos futuros professores.
A distribuição de aulas também foi realizada levando-se em consideração a necessidade da saída de professores para capacitação docente. Dessa forma, como o prof. Policiano tinha a previsão de iniciar o doutorado em 2000, nenhuma carga horária lhe foi atribuída nesse ano.
3 – Composição do Colegiado
A proposta para a composição do colegiado indicava a participação de professores de departamentos que participavam com as maiores cargas horárias no curso. O projeto indicava 3 representantes do DQF, Ísis Kaminski Caetano, Sílvia Regina Sargenti e Juarez Matias Soares; além de um representante de cada um dos seguintes departamentos: Ciências Exatas – DEXATAS, professor Dionísio Burak, Metodologia e Prática de Ensino – DEMPE, professora Eliane Strack Schimin e Educação – DEDUC, professora Luci Zempulski Jorgensen. O projeto também previa a participação de um representante discente.
Os nomes foram designados, inteirinamente, membros do Colegiado do Curso de Química, sendo as professoras Silvia e Ísis, a Coordendadora e Vice-Coordenadora, respectivamente. Os mandatos eram provisórios até a realização da escolha definitiva dos nomes que assumiriam os cargos pelos dois anos seguintes, 1997 e 1998. Sendo assim, eleições gerais estavam previstas para os diversos departamentos pedagógicos da instituição.
A partir de 05 de dezembro de 1996, houve uma alteração na composição do Colegiado do Curso de Química, com a substituição da professora Ísis Kaminski pelo professor Wilson Rocha, do DQF, a substituição da professora Luci Zempulski Jorgensen, pelo professor Paulo Guilhermetti, do DEDUC, e substituição da professora Eliane Strack Schimin, do DEMPE. O mandato foi de 2 anos contando a partir de 17 de fevereiro de 1997.
A Ata no 02, do livro de atas do Colegiado de Química, de 13 de dezembro de 1996, registra a reunião extraordinária do Colegiado, sob a presidência da professora Ísis Kaminski, para eleger o Coordenador e o Vice-Coordenador do Curso. Estiveram presentes os professores Dionísio Burak, Sílvia Regina Sargenti, Juarez Matias Soares e Sandro Aparecido dos Santos, representando o prof. Wilson Rocha (por procuração). Foram eleitos os professores Juarez Matias Soares e Sílvia Regina Sargenti como Coordenador e a Vice-Coordenadora, respectivamente.
4 – Documentação e Tramitação do Projeto
O projeto de criação do colegiado foi analisado e aprovado pelos membros do Conselho Interdepartamental do DEXATAS, no mesmo dia em que foi protocolado, em 20 de agosto de 1996. Em 28 de agosto o documento foi encaminhado à direção da UNICENTRO com a Resolução No 011/96-D/FAFIG, de 27 de agosto de 1996, que oficializava a criação do colegiado do Curso de Química.
A Portaria No 075/96-D/FAFIG, de 30 de agosto de 1996, designou, interinamente, os membros do colegiado de química. A indicação de nomes havia sido solicitada, previamente, aos departamentos: Metodologia e Prática de Ensino (Protocolo No 3424/96, de 28/08/1996), Educação (Protocolo No 3425/96, de 28/08/1996) e Ciências Exatas (Protocolo No 3426/96, de 28/08/1996).
A Portaria No 075/96-D/FAFIG, de 30 de agosto de 1996, designou interirinamente, os membros do Colegiado do Curso de Química até o dia 22 de setembro de 1996.
A Portaria No 076/96-D/FAFIG, de 30 de agosto de 1996, designou, interinamente, as professoras Silvia Regina Sargenti e Ísis Kaminski Caetano, coordenadora e vice-coordenadora do colegiado, respectivamente. O mandato seria até o dia 22 de setembro de 1996. Esse prazo foi prorrogado até o final do ano, quando houve a primeira eleição do colegiado de química.
O projeto de criação do colegiado foi analisado pelos Conselheiros da Comissão de Legislação e Normas do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. Professores Dionísio Burak (parecer técnico) e Edélcio José Stroparo (Relator), ambos se manifestaram, favoravelmente, à homologação da constituição do Colegiado. Em 13 de setembro de 1996, o plenário do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão aprovou, por unanimidade, a homologação do colegiado. Após ser aprovado em plenário, o projeto recebeu a Resolução No 086/96 D.P/UNICENTRO, de 16 de setembro de 1996, homologando a criação e a constituição do Colegiado do Curso de Química do Centro Universitário de Guarapuava.
A Portaria No 103/96-D/FAFIG, de 05 de dezembro de 1996, designou os membros do colegiado do Curso de Química pelo período de 2 anos, contados a partir de 17 de fevereiro de 1997. A nova composição do colegiado contava com os professores: Juarez Matias Soares, Sílvia Regina Sargenti e Wilson Rocha (DQF); Dionísio Burak (DEXATAS); Paulo Guilhermetti (DEDUC).
A Resolução No 065-D/FAFIG, de 06 de dezembro de 1996, designava o dia 13 de dezembro de 1996, como data para escolha do Coordenador e Vice-Coordenador do Colegiado de Curso em todos os Departamentos Pedagógicos da Instituição.
A Portaria no 017/97-D/FAFIG, de 06 de fevereiro de 1996, nomeou os professores Juarez Matias Soares e Silvia Regina Sargenti como Coordenador e Vice-Coordenadora do Curso de Química, respectivamente.
O Curso de Engenharia de Alimentos estava previsto para funcionamento em 1994, e também fazia parte do Plano de Expansão do Ensino de Graduação, no período de 1992 a 1996, assim como o Curso de Química.
O projeto de Criação do Curso de Engenharia de Alimentos foi elaborado no primeiro semestre de 1997, pelos professores Carlos Alberto Policiano Almeida, José Cantos Lopes Filho e Ísis Kaminski Caetano, do DQF. Consta no projeto de criação que informações preliminares do curso foram apresentadas em reunião ordinária do DEQ, já em 20 de março de 1997. O relator do projeto no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNICENTRO foi o professor Vito Hugo Zanette, atual Reitor da universidade, e aprovado pelo plenário em 1o de agosto de 1997. O projeto previa um número de 30 vagas anuais, com disciplinas distribuídas nos períodos matutino e vespertino. Após a elaboração do projeto o professor Carlos Alberto Gasparetto, da UNICAMP foi convidado a vir a Guarapuava a analisar o documento e propor os ajustes necessários para o bom funcionamento do curso.
Um fato interessante aconteceu no primeiro semestre de 1997. Após finalizada a elaboração do projeto do Curso, havia a necessidade de encontrar um professor com experiência no funcionamento de um Curso de Engenharia de Alimentos. Primeiramente, foi contatado o Chefe de Departamento do Curso de Engenharia de Alimentos da PUC, de Curitiba, que não aceitou vir a Guarapuava para analisar o projeto, devido ao baixo valor do pró-labore oferecido. O caminho seguinte foi tentar encontrar outro professor que aceitasse tal desafio, por um pró-labore pouco significativo. Após algumas tentativas o telefone do Departamento de Engenharia de Alimentos da UNICAMP foi obtido. Quando a ligação foi realizada, um aluno de doutorado atendeu e informou que o Chefe do Departamento chamava-se Gasparetto e repassou o telefone ao professor. Imediatamento o professor Gasparetto aceitou o convite e já marcou a vinda para Guarapuava. O aluno que atendeu era o professor Ranieri (atual Chefe do Setor de Ciências Exatas e de Tecnologia da UNICENTRO).
Assim, em junho de 1997, o professor Gasparetto, o professor Ranieri e outros dois estudantes estiveram em Guarapuava para estudar o projeto do Curso de Engenharia de Alimentos. Posteriormente, Ranieri fez o concurso para professores não titulares da UNICENTRO, tornando-se professor do Curso de Engenharia de Alimentos.
O projeto do Curso de Engenharia de Alimentos foi protocolado em 27 de junho de 1997 e criado em 29 de setembro de 1997, de acordo com a Resolução No 002/97 – COU/UNICENTRO. Em 17 de outubro de 1997, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, homologou o funcionamento do Curso de Engenharia de Alimentos da UNICENTRO, Resolução No 026/97, conforme publicado pelo Diário Oficial do Estado do Paraná no 5117, de 24 de outubro de 1997.
O Curso de Engenharia de Alimentos começou suas atividades no início de 1998, com funcionamento em regime seriado anual, período integral e com carga horária de 3.944 h/a, podendo ser integralizado no período de cinco a oito anos. Foi reconhecido em 28 de novembro de 2002, de acordo com o Decreto No 6644, assinado pelo Governador do Estado do Paraná, Jaime Lerner.
O Curso de Física da UNICENTRO, modalidade licenciatura, foi criado em 29 de outubro de 2001, conforme Resolução No 028/2001 – COU/UNICENTRO. O Curso foi criado com uma carga horária de 2.924 h/a, e duração de quatro anos, no mínimo, e sete anos, no máximo. Desde sua implantação em 2002, o curso é oferecido no período noturno, com trinta vagas anuais.
Posteriormente, a carga horária do curso foi alterada para 3.328 h/a e duração de seis anos, no máximo, conforme Resolução No 053/2003 – COU/UNICENTRO.
O Departamento de Física, DEFIS, fez sua primeira reunião departamental em 20 de fevereiro de 2002, sob presidência do Chefe de Departamento, prof. Silvério Antônio Simon. Até essa data os professores de física faziam parte do DQF, que passaria a ser denominado DEQ.
A ata de no 01/2002 – DEFIS registra que o prof. Silvério assumiu o departamento solicitando “… empenho para que o recém criado Departamento que abriga o Curso de Física desta Universidade cumpra com sua missão que é participar com competência do Ensino, Pesquisa e Extensão junto a esta comunidade Acadêmica.” Estiveram presentes os professores: Fábio Luiz Melquiades, Juarez Matias Soares, Pedro Pablo González Borrero e Valdir Casaca Aguilera Navarro.
A partir de agosto de 2007 o DEQ passou a contar com uma nova estrutura física que abriga os setores administrativos e pedagógicos do curso de Química e do curso de Pós-graduação em Química Aplicada. No pavimento térreo encontram-se salas de aula reservadas às atividades de ensino na graduação, salas de chefe, vice-chefe, secretaria do Departamento de Química e sala de reuniões. No pavimento superior encontram-se as salas de aula, mini-auditório, sala de estudos, sala de informática, sala do coordenador e vice-coordenador do curso de pós-graduação e secretaria da Pós-Graduação. É nesse pavimento onde acontecem, principalmente, as atividades pedagógicas e administrativas da pós-graduação em Química. A Figura 2.1 apresenta a fotografia do novo bloco do Departamento de Química, construído após a aprovação do primeiro mestrado institucional da UNICENTRO. As Figuras 2.2 e 2.3 correspondem a fotografias do interior desse bloco, e o mini-auditório utilizado para as defesas das dissertações de mestrado e dos trabalhos de conclusão de curso de graduação, bem como para a realização de eventos científicos.
Bloco de química inaugurado em agosto de 2007.
(Banco de Imagens UNICENTRO, Coordenadoria de Comunicação Social)
Interior do bloco de química.
(Banco de Imagens UNICENTRO, Coordenadoria de Comunicação Social)
Mini-auditório do DEQ. Fotografia de inauguração do bloco.
(Banco de Imagens UNICENTRO, Coordenadoria de Comunicação Social)
Logo após a construção do novo bloco, as aulas teóricas da graduação passaram a ser ministradas nesse novo ambiente, onde alunos de graduação e de pós-graduação oportunamente interagem. As aulas experimentais são ministradas no bloco de laboratórios de ensino em Química instalados em 1999, após transferência do curso para o Campus CEDETEG.
O bloco onde são realizadas as aulas experimentais conta com quatro laboratórios de ensino (Laboratório de Química Geral e Inorgânica, Laboratório de Orgânica, Laboratório de Química Analítica e Laboratório de Físico-química), almoxarifado de Química, salas de permanência de docentes do DEQ, dois laboratórios de pesquisa do DEQ, dois laboratórios de ensino em Física e almoxarifado do Departamento de Física. As Figuras 2.4 e 2.5 apresentam fotografias do bloco de laboratórios e um dos laboratórios de ensino. As fotografias foram obtidas durante o I Simpósio em Química Aplicada (SIMQUIA), realizado em outubro de 2007, e ilustram uma visitação pública de alunos do ensino médio. Nesta visitação aos laboratórios de ensino, foram,realizados experimentos para mostrar um pouco da química, com objetivo de despertar o interesse dos alunos pela ciência.
Jardim no interior do bloco de laboratórios de ensino em química.
(Banco de Imagens UNICENTRO, Coordenadoria de Comunicação Social)
Interior do laboratório de ensino em físico-química.
(Banco de Imagens UNICENTRO, Coordenadoria de Comunicação Social)
Além dos dois laboratórios de pesquisa instalados no bloco dos laboratórios de ensino, novos laboratórios foram instalados em 2006, com recursos provenientes do FINEP (Edital CT-Infra/2005) para a edificação de um Centro Interdisciplinar Multiusuário de Pesquisa – CIMPE, com uma área de, aproximadamente, 400 m2 (Figura 2.6) . Neste bloco foram instalados seis novos laboratórios em pesquisa onde atuam os docentes do programa de pós-graduação. Um desses laboratórios abriga equipamentos multi-usuários adquiridos em projetos institucionais ou através de projetos aprovados por agências de fomento ao pesquisador.
Fotografia do Centro Interdisciplinar Multiusuário de Pesquisa – CIMPE
(Banco de Imagens UNICENTRO, Coordenadoria de Comunicação Social)
A Pós-graduação em Química
Até o ano de 2003, durante a administração do Prof. Carlos Alberto Ferreira Gomes, a UNICENTRO experimentou um rápido e amplo processo de crescimento horizontal de criação de novos cursos de graduação. Dessa maneira ampliou-se, significativamente, a oferta de vagas na graduação, fato extremamente importante para o atendimento da demanda regional por cursos de nível superior. A criação desses cursos, e o conseqüente crescimento de profissionais graduados em diversas áreas, estabeleceram novos desafios para a UNICENTRO. Em virtude da nova realidade, percebeu-se a necessidade de crescimento vertical da UNICENTRO, com a implantação de cursos de pós-graduação stricto sensu em todas as áreas do conhecimento abarcadas pela universidade. Também se fazia necessária a qualificação dos docentes efetivos, através de afastamentos para cursar mestrado e/ou doutorado, e o incentivo à realização de estágios de pós-doutoramento.
O esforço pela implantação de um Curso de Mestrado em Química, próprio da UNICENTRO, surgiu da necessidade em ajudar a promover a verticalização educacional, uma vez constatada a existência de demanda regional. Assim, considerando a vocação de desenvolvimento científico dos docentes do DEQ e o compromisso institucional de promover o desenvolvimento regional fez surgir o mestrado em química.
Deve-se ressaltar que a maioria do corpo docente do DEQ é composta por professores doutores, qualificados, em programas de pós-graduação conceito 5 a 7: USP, UNICAMP, UFSCar e UFSC.
Os professores efetivos da UNICENTRO têm procurado diversas alternativas para atrair recursos para a universidade. Através da participação individual em editais de apoio a pesquisa, promovidos por agências financiadoras, como CNPq e Fundação Araucária, ou por participação em projetos multi-usuários estruturantes do FINEP, tem ocorrido uma melhora significativa da infra-estrutura e de equipamentos nos laboratórios de pesquisa atuais.
Inicialmente, o primeiro passo dado para atender a demanda regional, para a formação de recursos humanos qualificados foi a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu. Isso possibilitou a formação continuada aos graduados, ou profissionais já atuantes. Num segundo momento, houve à submissão a CAPES de projetos de Mestrado em Química stricto sensu. Esses esforços pioneiros foram recompensados com a aprovação, em 2005, do primeiro Mestrado da UNCENTRO, o Mestrado em Química Aplicada, fato histórico de elevada importância para o fortalecimento da UNICENTRO como universidade, que objetiva a excelência no ensino, na pesquisa e na extensão.
Entretanto, o início das atividades da Pós-graduação lato sensu ocorreu em 1998, com o “Curso de Especialização em Ensino de Ciências de 2º Grau”, nas áreas de concentração de Biologia e Química. Nesse curso participou apenas um docente do ainda DQF, o prof. Carlos Alberto Policiano Almeida, que atuou como coordenador do curso. Juntaram-se também, para ministrar as disciplinas na área de química e orientar as monografias, professores da UEL. Deve-se destacar que esse curso foi, principalmente, voltado para o Ensino de Ciências no 2º Grau, sobretudo para as áreas de química e biologia. Pretendia-se auxiliar os professores na difícil tarefa de vincular o ensino das ciências ao cotidiano.
O segundo curso de especialização, o “Curso de Especialização em Físico- química”, foi ofertado em 2002. Coordenado pelo Prof. Mauro C. Lopes, o curso teve uma participação expressiva dos docentes do recém criado DEQ. Esse curso enfocou a pesquisa científica nas áreas de físico-química, química analítica e química orgãnica e já preparava os alicerces para o futuro mestrado. Pretendia-se desenvolver trabalhos de monografia de qualidade que pudessem gerar artigos científicos para alavancar a produção científica do corpo docente, requisito fundamental para a aprovação de um mestrado em química próprio.
O terceiro curso de especialização, o “Curso de Especialização em Ciências: a ciência moderna e suas aplicações”, teve sua primeira turma ingressante em fevereiro de 2005, e uma segunda turma no ano seguinte. O curso objetivou fomentar discussões com o foco inter e multidisciplinar tendo a participação de professores dos DEFIS, DEQ e DEBIO. Também objetivou a análise de literatura especializada em ciência moderna, discutindo assuntos de fronteira como materiais nanoestruturados, nanotecnologia e nanociência, produtos naturais, biologia celular e molecular, aplicações tecnológicas, dentre outros. Um fato relevante, que refletiu o elevado comprometimento do corpo docente com a pesquisa, é que os recursos arrecadados com as mensalidades foram utilizados, na integra, para a aquisição de reagentes e materiais de consumo para sustentar as atividades de pesquisa dos professores participantes dos cursos de especialização.
A principal clientela desses cursos foi de professores do ensino médio ou superior da região, que buscavam a qualificação profissional. Juntaram-se também recém formados da Química ou de cursos correlacionados, da UNICENTRO, bem como também de outras universidades do Estado de Paraná. Esse público também alimentou as esperanças pelo futuro curso de mestrado, que iniciou em 2006.
1 – O primeiro projeto de Mestrado: Química Tecnológica e Inovação
Em 2003, um grupo de docentes do Departamento de Química elaborou a primeira proposta de curso de Mestrado em Química, intitulada “Mestrado em Química Tecnológica e Inovação”. Para elaboração do projeto e implantação do mestrado foi criada uma comissão especial composta pelos professores Paulo Rogério Pinto Rodrigues, Fauze Jacó Anaissi e Yohandra Reyes Torres, com Portaria No 002/2003-PROPESP/UNICENTRO, de 04 de julho de 2003. A proposta tinha por objetivo atender a demanda existente na região por cursos de pós-graduação em Química stricto sensu, demanda detectada por ocasião da oferta dos cursos de especialização em Química lato sensu. O curso formaria profissionais especializados para atuarem na região Centro-Oeste do Estado. Os pós-graduados formados estariam aptos a elaborar novas técnicas e processos inovadores em Química ou áreas afins, além de possuírem profundos conhecimentos em técnicas de pesquisa científica, para promoverem o desenvolvimento industrial da região Centro-Oeste do Estado de Paraná.
Alguns fatos demonstraram o pronto apoio institucional recebido, como a criação, no âmbito da instituição, do Curso de Mestrado em Química Tecnológica e Inovação, através da Resolução No 016/2003-COU/UNICENTRO, de 26 de setembro de 2003, e a aprovação do Projeto do Curso de Mestrado pela Resolução No 037/2003-COU/UNICENTRO, de 27 de novembro de 2003. Ambas as aprovações ocorreram, ainda, na gestão do Reitor prof. Carlos Alberto Ferreira Gomes.
O projeto submetido a CAPES contava com 9 docentes doutores, permanentes do programa, dos departamentos de Química e Física da UNICENTRO: Neide Hiroko Takata, Tania Toyomi Tominaga, Fauze Jacó Anaissi, Mauro Chierici Lopes, Paulo Rogério Pinto Rodrigues, José Maria Maciel, Sueli Pércio Quináia, Edgard Moreira Ganzarolli e Yohandra Reyes Torres. Também constituíam a proposta 8 doutores colaboradores do programa: Ricardo Celeste (UNICENTRO), Isis Kaminski Caetano (UNICENTRO), Silvia Maria Leite Agostinho (IQUSP), Ernesto Chaves Pereira de Souza (IQSC), Marcos Roberto da Rosa (UNICENTRO), Isabel Craveiro Moreira (UNICENTRO), César Cornélio Andrei (UEL) e Ieda Spacino Scarmínio (UEL).
Propunha-se como Área de Concentração, a Química Tecnológica e Inovação, compreendendo 4 Linhas de Pesquisa: Materiais, Eletroquímica, Técnicas de determinação de traços no meio ambiente e Química de produtos naturais. O perfil tecnológico do curso proposto era justificado em função dos vários projetos aprovados pelo corpo docente junto a agências de fomento, as parcerias estabelecidas com indústrias da região, a procura por parte do setor produtivo da região por recursos humanos qualificados em química e o crescimento apresentado nos últimos anos pelo setor industrial químico de Guarapuava e do Brasil.
Uma das exigencias da CAPES para a recomendação de novos cursos de pós-graduação na área de Química é que a produção científica do corpo docente deve atingir, no mínimo, o patamar dos cursos existentes com conceito 3, que é de 0,5 publicação por docente, por ano. Em relação aos últimos 3 anos (anteriores à proposta de mestrado em 2003) o núcleo de professores integrantes da proposta de mestrado mostrou uma média de 1,11 publicação por docente, por ano. Portanto, a criação do curso de mestrado na área de Química também almejava alavancar as publicações dos docentes em termos qualitativos e quantitativos através da orientação de alunos de mestrado cujas dissertações devem gerar artigos científicos ou pedidos de patentes.
Em Ofício No 192/2003/CAA/CAPES, de 11 de novembro de 2003, o Conselho Técnico Científico da CAPES informou que a proposta de mestrado em Química Tecnológica e Inovação não foi recomendada, pois “a análise da proposta evidenciava deficiências em aspectos considerados essenciais para o desenvolvimento da pós-graduação stricto sensu”. No parecer anexado foram considerados como pontos deficientes da proposta a não descrição dos equipamentos disponíveis para o desenvolvimento dos projetos apresentados e a biblioteca. Também, segundo a comissão da área, “seria desejável que o quadro de pesquisadores do Núcleo Permanente apresentasse maior experiência em orientação de alunos e demonstrativo de independencia relativa à produção científica”. Essa última afirmação referia-se ao fato de que a maioria das publicações dos pesquisadores do quadro permanente originava-se de trabalhos desenvolvidos em outras instituições, fruto dos trabalhos de doutorado.
No entanto apesar das carencias apontadas, a comissão da área ressaltou o interesse da proposta formulada e sua coêrencia em relação à area de concentração, linhas de pesquisa e projetos porém, considerou que as disciplinas propostas e as ementas apresentadas não atendiam aos objetivos do programa sendo que, em alguns casos, as ementas propostas eram muito básicas e mais adequadas para o nível de graduação. Destaca-se também que a citada comissão considerou a dimensão e regime do corpo docente adequado para as atividades de pós-graduação.
2 – A Trajetória da Implantação do Mestrado em Química Aplicada
Buscando atender as recomendações da assessoria da CAPES, o projeto de mestrado em Química Tecnológica foi reformulado. A segunda proposta foi protocolada na UNICENTRO em 04 de agosto de 2004, protocolo No 04604/2004, para análise pelos órgãos superiores da instituição. Esse processo contém os documentos que permitem acompanhar as etapas que conduziram à aprovação do Mestrado em Química Aplicada. Essas etapas são brevemente relatadas neste capítulo.
A nova proposta de Mestrado em Química mudou, não apenas o nome do curso para Mestrado em Química Aplicada, mas também fez reformulações mais profundas quanto às disciplinas ofertadas pelo programa, suas ementas, número de créditos, bem como criou um novo regulamento. Os 09 docentes permanentes foram agrupados em apenas 2 linhas de pesquisas: (1) Materiais, Interfaces e Aplicações e (2) Metodologias Analíticas e Aplicações. A nova proposta apresentava, como coordenador, o professor Fauze Jacó Anaissi.
A primeira linha de pesquisa seria desenvolvida pelos docentes Fauze Jacó Anaissi, Mauro Chierici Lopes, Paulo Rogério Pinto Rodrigues do DEQ e Pedro Pablo González do DEFIS, enquanto a segunda linha de pesquisa, pelos docentes do DEQ Edgard Moreira Ganzarolli, José Maria Maciel, Sueli Pércio Quináia, Yohandra Reyes Torres e do DEFIS Tania Toyomi Tominaga. O novo projeto contava, ainda, com a colaboração dos professores do DEQ, Sergio Toshio Fujiwara, Ricardo Celeste, Neide Hiroko Takata, e do DEBIO Cynthia Beatriz Furstenberger. O professor Jarem Raul Garcia, da UEPG, também participaria como colaborador.
No entanto, a nova proposta teve recomendação final recusada conforme o ofício 360/2004/CTC/Capes, de 12 de novembro de 2004. A assessoria científica da CAPES, constituída pelos professores Alfredo Arnóbio de Souza da Gama (UFPE), César Zucco (UFSC) e Solange Cadore (UNICAMP) fundamentou a não implantação do mestrado nos seguintes argumentos:
-estrutura curricular do curso estaria carente de informações importantes, como por exemplo, quais seriam as disciplinas que pertenciam aos grupos I, II e III (disciplinas básicas obrigatórias, disciplinas obrigatórias complementares e disciplinas optativas, respectivamente) e o número de créditos atribuídos às mesmas, conforme regulamento do curso.
Analisando o parecer da comissão de avaliação, verificou-se que a referida comissão analisou a nova proposta de Mestrado em Química Aplicada (2004), utilizando o regulamento da proposta anterior, do mestrado em Química Tecnológica e Inovação (2003), o que levou a incongruências referentes à grade curricular e ao número de créditos. O erro ocorreu porque não havia meios para remessa eletrônica do novo regulamento até o momento do envio à CAPES da nova solicitação, em 2004. A CAPES tinha informado que, caso fossem necessárias informações complementares, essas seriam solicitadas, o que de fato não aconteceu.
Desta forma, em 10 de dezembro de 2004 a PROPESP, juntamente com o DEQ, encaminhou ao Conselho Técnico Científico da CAPES o pedido de reconsideração, esclarecendo os itens considerados falhos ou confusos.
Contudo, de acordo com o ofício no 053-11-07/2005/CTC/Capes, de 21 de março de 2005, a reconsideração apresentada não foi acatada. Destaca-se que o comitê da área que analisou o pedido de reconsideração foi constituído pelos professores Jairton Dupont (UFRGS) e Faruk Jose Nome Aguilera (UFSC), diferentemente do comitê que analisou o projeto apresentado em 2004.
A nova comissão considerou muitos aspectos adequados, como o comprometimento institucional com a implementação do curso de mestrado, a infra-estrutura disponível (instalações físicas, laboratórios, biblioteca, recursos de informática, etc) e a proposta do curso. A comissão salientou que os projetos de pesquisa aprovados assegurariam o financiamento para os primeiros anos de mestrado e que a necessidade eventual de equipamentos de grande porte poderia ser suprida com intercâmbios entre os programas de mestrado da UNICENTRO com os de outras IES consolidadas do pais. Também destacou que “as disciplinas, diga-se em número pequeno, estão bem articuladas com a área de concentração e especialmente com as linhas de pesquisa”.
Porém, a principal restrição destacada pela comissão foi quanto à quantidade e o perfil do corpo docente, que estaria abaixo do mínimo necessário para garantir a continuidade e sucesso do curso de mestrado. Os docentes, na sua maioria, eram recém formados, com produção científica relativamente baixa, não demonstrando independência científica. A produção científica citada estava relacionada a trabalhos realizados durante o processo de formação dos próprios docentes.
No entanto, apesar das deficiências apontadas, houve elogios ao projeto. Isso incentivou a elaboração de uma nova proposta, corrigindo as deficiências apontadas. Assim, na proposta encaminhada a CAPES, em junho de 2005, novos doutores foram incorporados ao programa, mantendo os objetivos iniciais, área de concentração e linhas de pesquisa, pois esses itens tinham sido considerados adequados pela comissão da CAPES.
Para demonstrar a maturidade científica do corpo docente permanente do programa e sua capacidade de orientação foram destacados na nova proposta os docentes orientadores de alunos nos programas de iniciação científica. Muitos docentes tinham sido contemplados com bolsas PIBIC/CNPq/UNICENTRO, PIBIC/Fundação Araucária/UNICENTRO e PBPI/UNICENTRO, e também outros orientavam alunos em iniciações científicas voluntarias. Ainda, 06 docentes do programa participavam do Curso de Especialização em Ciências possibilitando uma experiência prévia de orientação em programa de pós-graduação lato sensu.
Com a nova proposta, o número de docentes permanentes do programa aumentou para 12 e o de colaboradores para 8. A incorporação dos novos doutores melhorou o perfil do corpo docente elevando a média de produção científica docente/ano para 3,16. Os docentes permanentes do programa eram professores doutores dos departamentos de Química e Física da UNICENTRO sendo: do DEQ Carlos Alberto Policiano de Almeida, Edgard Moreira Ganzarolli, Fauze Jacó Anaissi, Mauro Chierici Lopes, Paulo Rogério Pinto Rodrigues, Sérgio Toshio Fujiwara, Sueli Pércio Quináia, Yohandra Reyes Torres e do DEFIS Luiz Fernando Cótica, Pedro Pablo González Borrero e Tânia Toyomi Tominaga. A categoria de docentes colaboradores foi composta por professores dos departamentos de Química, Física e Biologia da UNICENTRO bem como professores de outras instituições: do DEQ Marcos Roberto da Rosa, Neide Hiroko Takata, Ricardo Celeste, do DEFIS Eduardo Vicentini, Fernando Fuzinatto Dall`Agnol, do DEBIO Cynthia Beatriz Furstenberger e de outras instituições Jarem Raul Garcia – Química/UFSCar e Ricardo Mercadante – DEQ/UNIOESTE.
Embora fossem realizadas as modificações no projeto original, o Conselho Técnico Científico da Capes, Oficio No 221-06/2005/CTC/CAPES, de 19 de setembro de 2005 decidiu, fundamentado em parecer da consultoria científica externa, por não recomendar o programa de pós-graduação em Química Aplicada. Desta vez a comissão era composta pelos professores Jairton Dupont (UFRS), Marcos Nogueira Eberlin (UNICAMP), Faruk Jose Nome Aguilera (UFSC) e Vitor Francisco Ferreira (UFF). No parecer, a comissão destacou vários pontos positivos como: forte apoio institucional, infra-estrutura modesta com recursos captados de órgãos de fomento, corpo docente jovem, de boa formação, que tem demonstrado aptidão em pesquisa e em captação de recursos. A comissão também considerou a quantidade e produção científica do corpo docente adequada. Porém, a estrutura curricular proposta foi considerada “dispersa em temas especializados e bastantes dispares… A proposta carece, portanto, de um elenco de disciplinas básicas e obrigatórias que assegurem a formação sólida requerida para um programa de mestrado em química.”
Em correspondência dirigida ao Diretor de Avaliação da CAPES, o Pró Reitor de Pesquisa e Pós Graduação, Prof. Dr. Osmar Ambrósio de Souza, e o Coordenador do Mestrado em Química, Prof. Dr. Fauze Jacó Anaissi, apresentaram recurso ao parecer da CAPES. Fundamentaram-se no parecer da comissão da área que avaliou positivamente itens fundamentais da proposta e apenas apontou a estrutura curricular como imprópria. Embora a mesma seja tão importante quanto os outros itens considerados positivos, poderia ser facilmente reformulada. O coordenador do programa Dr. Fauze Jacó Anaissi enfatizou o pleno acordo dos docentes do mestrado com a análise feita pela comissão da área quando apontou que a estrutura curricular carecia de disciplinas básicas. Ressaltou, porém, que tal fato devia-se ao histórico da Proposta do Programa de Pós- graduação, aqui apresentado, uma vez que a primeira critica recebida da comissão da área foi justamente a das disciplinas serem muito básicas. Tal parecer levou à reformulação da grade curricular e à introdução de disciplinas especificas, articuladas com as linhas e projetos de pesquisas do programa. Também, em todas as avaliações realizadas pelas respectivas comissões de área, a estrutura curricular tinha sido destacada como coerente e adequada para o programa proposto levando a pensar que a mesma cumpria as exigências da CAPES para programas de mestrado.
Em virtude do último parecer recebido em 19 de setembro de 2005, a comissão de implantação do mestrado elaborou uma nova estrutura curricular, procurando atender aos critérios estabelecidos pela CAPES, e propondo um elenco de disciplinas básicas, alterando ementas de disciplinas optativas para atender aspectos de formação básica e excluindo disciplinas muito especificas. Esta nova proposta foi aprovada pela Capes, em reunião do CTC acontecida no perído de 31 de janeiro a 02 de fevereiro de 2006. A aprovação foi baseada na recomendação da Comissão de Área, composta pelos professores Jairton Dupont (UFRS), Marcos Nogueira Eberlin (UNICAMP), Luis Carlos Gomide Freitas (UFSCar) e Francisco Carlos Nart (IQSC). Essa comissão atribuiu conceito 3 ao Mestrado Acadêmico em Química Aplicada.
A comissão da área voltou a destacar o comprometimento institucional com o programa, a infra-estrutura modesta, mas que seria aprimorada através de alguns investimentos institucionais e projetos FINEP/CT-Infra em curso. Também considerou que, como fruto de ampla discussão pelo corpo docente, a nova grade curricular tinha sido aprimorada e bem estruturada. O corpo docente foi considerado suficiente para sustentar as atividades do mestrado, apenas ressalvando que o número de colaboradores mostrava-se acima de 30% em relação aos docentes permanentes, ou seja, fora do quadro idealizado para a área. Portanto, por ocasião de futuras avaliações o programa deveria propor alternativas para adequar a composição do corpo docente.
De fato, o fortalecimento da infra-estrutura dos laboratórios e da pesquisa foi consolidado com a aprovação do projeto no CT-Infra/2005, cujo título é “Edificação para formação de um Centro Institucional Multi-Disciplinar de Pesquisa Cientifica e Tecnológica CIMPE” e subprojeto “Centro Institucional intermultidisciplinar de Pesquisa Científica e Tecnológica- CIMPE” submetido a FINEP (Chamada Pública MCT/FINEP/CT-Infra 01/2005). Foram construídos 12 Laboratórios de Pesquisa dos quais 6 estão em pleno funcionamento e sob a responsabilidade de professores que compõem o programa de mestrado em Química Aplicada:
1) LabMat – Laboratório de Materiais e Compostos Inorgânicos, coordenação Profs. Fauze Jacó Anaissi e Sérgio T. Fujiwara,
2) Cronat – Laboratório de Cromatografia e Produtos naturais, coordenação Profa. Yohandra Reyes Torres,
3) LAbGati – Laboratório de Análise de Traços e Instrumentação, coordenação Profs. Sueli Pércio Quináia e Edgard M. Ganzarolli,
4) LabEsp – Laboratório de Espectroscopia, coordenação Profa. Tânia Toyomi Tominaga,
5) LINE – Laboratório de Pesquisa em Interface Eletroquímica, coordenação Profs. Mauro C. Lopes e Carlos A. Policiano Almeida,
6) LABCAL – Laboratório de Cálculos Químicos e Físicos, coordenação Prof. Eduardo Vicentini.
Desta maneira o Mestrado em Química Aplicada iniciou suas atividades em 2006, com a primeira turma. Até o momento atual, três turmas estão em andamento, com as primeiras defesas de dissertação de Mestrado em Química Aplicada já acontecendo.
Diante deste panorama, o corpo docente tem se comprometido a buscar o fortalecimento das linhas de pesquisa, a consolidação dos grupos de pesquisa, a aprovação e preparação de novos projetos, e a orientação de um maior número de alunos de iniciação científica. Tudo isso, visando o crescimento cientifico que reflita no conceito CAPES para apresentar, oportunamente, uma proposta de curso de Doutorado em Química, mantendo assim o pioneirismo de ser o Primeiro Programa de Pós-Graduação da UNICENTRO.