“Me traz bastante alegria saber que a humanidade não está sozinha no universo”

“Me traz bastante alegria saber que a humanidade não está sozinha no universo”

Ufólogo revela importância de pesquisadores que tratem a ufologia com seriedade e objetividade.

Aos 14 anos de idade, Jackson Luiz Camargo, curitibano, já lia um pouco a respeito da ufologia. O interesse se intensificou com o tempo, até o momento em que decidiu ir a campo pesquisar e entrevistar testemunhas de avistamentos ufológicos. Quando percebeu a necessidade de que se fossem divulgadas essas informações com maior conhecimento sobre o tema, decidiu mostrar a pesquisa como ela ocorre de fato.

Dessa forma, em 1999, fundou o Portal Fenomenum, o maior banco documental gratuito da internet brasileira. O site conta com áudios, boletins, publicações e revistas antigas sobre o tema, além de diversos casos investigados. Jackson também organiza o Canal Fenomenum do YouTube. Tanto nele quanto no portal, busca tratar da ufologia de forma séria e objetiva.

Em 2018, através da coleta de informações realizada a partir de sites científicos de estudos lunares e nos sites da NASA, o ufólogo publicou seu livro, Entre o Céu e a Terra. Foram vários meses analisando milhares de fotografias e documentos oficias em busca dos registros ufológicos que eram inéditos.

Na sua vida e concepção de mundo, o que a ufologia significa?

A ufologia é um campo de estudos multidisciplinares que visam entender uma série de fenômenos que ocorrem em todo planeta desde a era da pré-história. São fenômenos de natureza inteligente e que podem ter implicações muito profundas na história da humanidade. Podem gerar, inclusive, alterações no que se conhece ao longo da história e mudar alguns conceitos e posturas pessoais de cada pessoa. É um estudo da máxima importância e deve ser realizado com o máximo de seriedade.

Você já teve alguma experiência com um objeto voador não identificado (Óvni)?

Eu já tive avistamentos. Dois no interior do Paraná, no munícipio de Pinhão. Tive outros três avistamentos aqui na cidade de Curitiba e já tive experiências estranhas investigando óvnis. Geralmente, elas confirmam o que se ouve em relatos de casos semelhantes. O que permite ao pesquisador entender um pouquinho mais sobre o fenômeno, mas ao mesmo tempo que responde algumas perguntas acaba por gerar outras.

Quando você teve os avistamentos, acreditou logo em seguida ou teve certa relutância?

Às vezes, na hora a gente não percebe a grandiosidade daquilo que estamos vivenciando, mas depois se começa a pensar a respeito e buscar mais informações que possam explicar o fato. Assim, percebe-se que foi algo bastante estranho e algumas vezes até arriscado. Depende também da maturidade da testemunha ou do pesquisador.

Qual foi a descoberta da história da ufologia que mais te fascinou?

Os estudos que envolvem a abdução são os mais interessantes, porque só é possível entender o que realmente é esse fenômeno ufológico se soubermos o que acontece dentro das naves. E os abduzidos são os que mais têm informações nesse sentido para solucionar esses mistérios.

Por que acreditar que há vida extraterrestre? Isso não é de nenhuma forma assustador para você?

Não, não me assusta. Pelo contrário, me traz bastante alegria saber que a humanidade não está sozinha no universo. O único problema é em relação às pessoas que não têm esse preparo. Principalmente, dentro de meios religiosos, nos quais se negam essas informações e as demonizam. Por isso, é importante divulgar esses dados e preparar o maior número de pessoas para que estejam prontas para encarar essa realidade no futuro.

Como as pessoas ao seu redor reagem à sua crença na ufologia?

Às vezes é complicado quando elas não entendem a importância desse tema. E como a gente trabalha com fatos e situações verdadeiras, quem olha de fora acredita que nós inventamos e mentimos sobre o que ocorreu de verdade.

Isso afetou seus relacionamentos ao longo do tempo?

Não é que tenha chegado a afetar os relacionamentos. Obviamente, a gente dedica muito tempo a isso. Então acabamos por deixar de estar com a família e com os amigos. Isso gera um problema ou outro, mas nada que desanime o ufólogo. Fazemos esse tipo de trabalho porque amamos fazer isso de verdade. Então, o pesquisador não se sente prejudicado, mas às vezes outras pessoas acreditam que foram deixadas de lado.

Ao longo dos anos você deve ter encontrado uma comunidade de ufólogos que compartilhassem das mesmas crenças que as suas. O que significa encontrar outras pessoas com a mesma percepção de mundo que você?

Isso é uma coisa bem legal, porque aí formamos amizades no meio ufológico que duram a vida toda. Tenho amigos que formei na infância em conversas sobre esse tema. Eles são de várias cidades e estados diferentes.

Todo avistamento ou experiência ufológica devem ser compartilhados? Ou, na sua opinião, se a pessoa quer guardar para si, ela pode o fazer sem problema?

Se eu pudesse determinar isso, eu iria querer que todas as informações fossem divulgadas, mas nem sempre é assim. Pois existem pessoas que não relatam o que viram porque não conhecem ninguém que estude o tema ou porque tem medo de que alguém vá ridicularizar o que elas viveram. O que é uma pena, pois esses casos sempre têm muitos dados e informações úteis para a pesquisas.

Em relação à ficção, qual sua opinião na representação da ufologia no cinema e na TV?

Ela deixa muito a desejar, porque quando se fazem filmes geralmente se colocam os alienígenas como os vilões. Raramente se vê isso na ufologia. Eles não estão aqui fazendo maldades deliberadas e tentando dominar o planeta como os filmes tentam colocar. É meio chato como se vê ser abordado nas artes cinematográficas.

Você curte séries como X-Files ou filmes como E.T. – O Extraterrestre?

Olha, esses dois filmes são os melhores. Além de Intruders e Contatos Imediatos de Terceiro Grau que também são muito bons. No entanto, há outros que são bem questionáveis como esse que surgiu ano passado, Não! Não Olhe!,, que é um desastre. Colocou os aliens como coisas que devemos ter medo. E não é bem assim, devemos ter entendimento, não medo. O cinema quase sempre presta um desserviço à ufologia, ao invés de explicar e instruir a população. Ele faz o contrário.

Você tem alguma crença? Acredita em algum tipo de deus?

Eu sou espiritualista, então eu sempre vou pelo conhecimento espiritual na questão de interpretações religiosas e divinas.

E como isso se relaciona com sua crença ufológica?

Não vejo muita influência, na verdade. Meu trabalho é estritamente científico, a espiritualidade é algo mais pessoal de vida, de crescimento e de conduta.

Quando o que há de mais fascinante na vida é o desconhecido que está no espaço, como você faz para levar a vida aqui na Terra?

No dia a dia, pensando na pequenez do homem, em certas práticas e costumes, certos hábitos das pessoas e da sociedade, eu questiono certas condutas tendo em conta essa realidade da vida alienígena. Certas coisas perdem o sentido, digamos. Então eu me guio por esse conhecimento de se ter uma postura ética em relação às outras pessoas e ao planeta. É algo que também vejo na maioria daqueles que tiveram contatos ou investigam os óvnis.

Por que os alienígenas ainda não entraram em contato com a humanidade de forma mais visível?

Porque eles estão fazendo trabalhos de estudo sobre todo o planeta. Desde a análise de plantas, solo, água, ecossistema e da própria humanidade. Como ela é, age e sobre o próprio individuo humano, suas emoções e a nossa sociedade. Tudo isso faz parte de um objeto de estudo para eles. Se houvesse um contato oficial e definitivo, esse estudo que estão fazendo seria afetado e não teria como ser concluído. Talvez, quando eles terminarem esse estudo eles se mostrem abertamente, mas isso a gente não sabe quando pode ocorrer.

Qual, você acredita, que seja a visão dos extraterrestres sobre a humanidade?

Pelo o que se observa nos contatos e nas mensagens enviadas, eles olham para a humanidade com muita curiosidade e com muito carinho. Mais ou menos como alguém olha para uma criança, digamos assim. Aquele carinho por ter uma pessoa menor e ingênua ao seu lado. Ao mesmo tempo em que como cientistas, nos enxergam com interesse pela forma como somos e agimos.

Se você acredita que eles só vão entrar em contato anos no futuro, como você se sente sabendo que talvez não terá a chance de ver isso acontecer?

 Eu acredito que mesmo que a gente não vá ver um contato oficial definitivo num futuro próximo, de qualquer forma já fazemos parte da história. Estudamos os casos, buscamos as comprovações e deixamos tudo registrado enquanto preparamos as pessoas para terem noção sobre esses fatos. Lá na frente, de uma forma ou de outra, teremos reconhecimento. Nosso trabalho não será em vão.

 

Texto: Luis Emanuel Fontana Calixto

Edição: Bárbara Lopes

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