O Quiosque

Está frio. Chove há algumas horas. O pior já passou, mas foi o suficiente para regar as árvores e arbustos do Quiosque. A pequena casinha de metal e cimento tem grande parte de seu toldo rasgado ou em decomposição. Há pequenos cartazes colados na frente, alguns são mais recentes, enquanto dos mais antigos só restou os restos rasgados, grudados na parede. O chão de cascalho está úmido, coberto por folhas amarelo-esverdeadas e enfeitado de lixo. Embalagens vazias, papéis molhados, bexigas estouradas e cigarros decoram o espaço da frente que algum tempo atrás era bem frequentado por estudantes e empregados da universidade. Agora, tudo o que o antigo comércio conhece é a espera por breves visitantes que fumar um cigarro, o suave bater das gotas de chuva sobre o teto e o triste percorrer delas sobre os galhos das árvores.

 

Texto: Luis Emanuel

Edição: Maria Isabela Andrade

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