Denuncie, Mulher!
É considerada violência de gênero aquela que é exercida de um sexo sobre o sexo oposto. Em geral, o conceito refere-se à violência contra a mulher, porque em uma sociedade machista, o sujeito passivo é, geralmente, uma pessoa de gênero feminino. Neste sentido, também se aplicam as noções de violência machista, violência no seio do casal e violência doméstica (designação mais usada).
De toda forma, a violência de gênero também pode incluir as agressões físicas e psíquicas que uma mulher possa exercer sobre um homem. Em contrapartida, a ideia não contempla propriamente os comportamentos violentos entre pessoas do mesmo sexo.
Violência contra a mulher
Os casos de violência familiar ou doméstica raramente são denunciados. O medo, questões financeiras e a vergonha costumam ser os motivos pelo baixo número de denúncias.
Um balanço da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado do Paraná (Sesp) mostra que uma mulher morre vítima de feminicídio a cada cinco dias no estado. Conforme os dados, foram 19 crimes registrados entre janeiro e março de 2022.
O Código Penal prevê, desde 2015, a tipificação do feminicídio como qualificadora do crime de homicídio. No Paraná, até junho de 2022, o Tribunal de Justiça (TJ-PR), teve conhecimento de 96 novos casos de feminicídio.
Quando os dados tratam de violência doméstica, o número chega a quase 23 mil no primeiro semestre de 2022.
Situação local
Em Guarapuava, mesmo após a criação da Secretaria da Mulher, em 2013, ainda é assustador o número e a forma como os casos de violência ocorrem. De 2018 a 2022, foram três casos confirmados de feminicídio, e dois estão em investigação.
A Secretaria atendeu aproximadamente 500 mulheres vítimas de violência doméstica. Diante dos fatos, foi instituído pela Lei Estadual nº 19.873/2019, de autoria da Deputada Cristina Silvestri, e sancionada em 2019, o dia 22 de julho – Dia Estadual de Combate ao Feminicídio.
A data marca a memória da morte da advogada guarapuavana, Tatiane Spitzner, assassinada pelo então marido, em 2018. O dia serve para dar visibilidade à temática, tanto por meio da realização de debates, quanto com ações práticas por parte do Poder Público.
Saiba mais sobre a violência de gênero
Em 2018, uma produção radiofônica produzida por alunas de Jornalismo da Unicentro, Gabriela Becker e Nicole Faria, trabalhou mais sobre o tema. O documentário em áudio traz levantamentos de dados, entrevistas com especialistas e um depoimento pessoal de superação. Quer saber mais sobre o assunto? Acesse o link e confira o documentário na íntegra.
Canais de denúncia
Mulheres em situação de violência têm como pedir ajuda. Se você sofre algum tipo de violência, seja ela moral, patrimonial, sexual, física ou psicológica, ligue 180 e use sua voz para fazer justiça.
Se você é de Guarapuava e região, entre em contato com a delegacia da mulher pelo telefone 3630-1730 ou então na própria Secretaria da Mulher, localizada próximo à Havan.
Texto: Gabriela Becker e Nicole Faria para a disciplina de rádiojornalismo (2018)
Edição: Gabriela Becker (2022)
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