Jornalismo esportivo ainda é um desafio para as mulheres

Jornalismo esportivo ainda é um desafio para as mulheres

Summary

Mulheres ainda lutam por espaço na editoria esportiva, lugar majoritariamente marcado pela presença masculina.

Desafiando antigos conceitos sociais, jornalistas mulheres como Mylena Ceribelli, ocupam, hoje, posições de destaque em programas esportivos que antes eram apresentados somente por homens. Para um público de aproximadamente 400 futuros jornalistas, durante a realização do 2°. Simpósio de Jornalismo, em Maringá, a ex- apresentadora do programa Globo Esporte, que hoje comanda o Esporte Record,  Mylena Ceribelli, disse que o jornalismo esportivo está necessitando de mais profissionais do sexo feminino. “O campo está aberto e são poucas as profissionais que gostam de atuar nessa área”, declara.

Mylena conta que sempre gostou de praticar esportes e sua carreira no jornalismo começou no rádio, para depois vir a ser uma das âncoras dos programas de esportes de maior audiência na televisão brasileira, o diário Globo Esporte e o dominical Esporte Espetacular. Participando pela primeira vez de um evento destinado a futuros profissionais da Comunicação, ela revelou bastidores de uma profissão que exige uma grande dedicação do jornalista. “Trabalhar em televisão exige muita dedicação. No Globo Esporte já passei por vários setores da produção, gosto de acompanhar a edição do programa, saber de todo o conteúdo da reportagem antes de apresentá-la ao público telespectador. Chego na emissora bem cedo para acompanhar a produção do programa que vai ao ar depois do meio dia”, diz.

Dos bastidores de uma carreira profissional de sucesso ela revela que por algumas vezes sentiu o preconceito por ser “uma mulher” falando de futebol, de corrida de carros, de esportes considerados mais masculinos. Mas que isso foi mudando à medida em que o público foi conhecendo seu trabalho e assimilando que o esporte é universal e não faz distinção entre gêneros. “Tudo depende de como você enfrenta essa situação, eu sei que minha participação no Globo Esporte abriu caminho para outras colegas, e isso é muito bom. Porque vamos derrubando esses tabus”, reforça.

Para Mylena, o jornalismo está em construção constantemente, e as mulheres têm explorado mais os diversos segmentos do setor, o que talvez ainda esteja faltando seja a vontade de trabalhar na cobertura esportiva por parte das próprias mulheres.

 

Mudanças

Segundo Ceribelli, os programas de esportes passaram por mudanças no seu formato para atrair mais o público. O que também aconteceu na Tv Globo. “Precisávamos fazer com que o Globo Esporte voltasse a ser divertido. O esporte estava passando por uma mudança que a televisão não tinha entendido. Nossa proposta era transformar um fato esportivo em entretenimento”, explica. Os índices de audiência do programa confirmam o resultado da inovação, de acordo com as pesquisas de opinião pública.”O Globo Esporte está para o Jornal Nacional, assim como o Esporte Espetacular está para o Fantástico”, compara

Outro ponto favorável é a participação do público nos sites dos programas. “A interatividade com o público é grande através dos sites dos programas, onde questionamos sobre como ficou tal matéria e a resposta é imediata”, conclui

 

Texto: Laine Santos para o jornal Ágora (2005)

Edição: Bárbara Lopes (2022)

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