A pandemia dos não vacinados

A pandemia dos não vacinados

 

O Coronavírus continua circulando no país e muitas pessoas vão se infectar. Algumas ainda vão morrer, mas a grande maioria vai resistir, graças à vacinação. 

A consciência individual impacta no coletivo, porque quanto maior a taxa de vacinados, menos o vírus circula. Quanto menor a circulação, menos mortal e transmissível ele é. 

Segundo o relatório da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná realizado em 2021, os vacinados têm uma chance 22 vezes menor de morrer pela doença. Já o risco de mortes entre as pessoas de 12 a 59 anos, que não tomaram nenhuma vacina, é de 6,59%. No Estado, o índice de mortalidade na mesma faixa etária cai para 0,29% para pessoas com o esquema completo e o reforço.

Chayane Andrade, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Guarapuava, no interior do Paraná, explica que a imunização previne que complicações relacionadas à doença aconteçam com o paciente.

“Se infectar pela Covid independe da vacinação, se você é vacinado ou não você pode pegar a covid uma, duas, três vezes. A questão da vacinação é evitar as complicações da covid e evitar a letalidade dela”, comenta Chayane.

 

Relutantes em vacinar: um problema de saúde coletiva

A relutância em se vacinar ameaça retroceder o avanço ao combate de doenças que já foram erradicadas ou até mesmo aquelas que podem ser evitadas e controladas. 

Enquanto os infectados se multiplicam, eles não afetam apenas quem escolheu não tomar vacinas, mas também quem não pode, por problemas de saúde, receber os imunizantes. 

Atualmente, a onda de desinformação colabora efetivamente para as decisões de milhares de pessoas que decidem não vacinar. Mas a escolha coloca em jogo o trabalho dos cientistas. 

Além da desconfiança em relação a rapidez no desenvolvimento dos imunizantes, o medo inicial se pautava na substância não ser eficaz e, paralelamente, causar danos prejudiciais à saúde. 

Porém, dados confrontam esses apontamentos. Segundo levantamento realizado pela Agência CNN, desde que começou, a imunização tem feito cair o número de mortes por Covid-19 no Brasil (83,2% no primeiro semestre de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021). 

 

Por que uma vacina demora para ser feita?

Enquanto em outros tempos as doenças levavam até 10 anos para receberem uma vacina, em apenas 10 meses de pandemia as primeiras vacinas contra a COVID-19 foram desenvolvidas. 

No entanto, questionar essa a rapidez foi um equívoco, já que esse trabalho “rápido” é resultado de um estudo de quase 20 anos. Durante o período, os cientistas já estudavam a chamada Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) desde 2003, quando aconteceu o primeiro surto global envolvendo um coronavírus.

 

História das doenças erradicadas pela vacina e que voltaram pela falta de imunização

Estudos feitos por cientistas desde 1940 previam que mais de 400 doenças infecciosas surgiriam no planeta. Mais tarde, estimativas desenvolvidas por estudiosos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontaram que existem 1,6 milhão de vírus desconhecidos.

O objetivo dessa lista era alertar e preparar os governos para lidar com uma eventual pandemia, já que em séculos passados a sociedade foi pega de surpresa e sofreu as consequências desastrosas de várias doenças, como a Varíola.

A Varíola foi extinta em 1984, após ser a primeira doença a receber uma vacina, mas antes disso acontecer deixou aproximadamente 300 milhões de mortos pelo mundo. A imunização em massa controlou as infecções até que elas fossem erradicadas.

 

Texto: Gabriela Ukracheski (2022)

Edição: Eliezer Alves e Gustavo Vieira (2022)

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