Preço de imóveis dificulta aluguel para estudantes em Guarapuava
Summary
Alunos enfrentam dificuldades para encontrar imóveis com preços razoáveis no bairro Santa Cruz
Muitos são os obstáculos para jovens que estudam e moram fora de sua cidade natal. Passagens de ônibus, transportes públicos, gastos com refeição, renda mensal baixa e o que mais impacta: o aluguel de imóveis. Esse é o caso daqueles que desejam morar perto das universidades no bairro Santa Cruz, que é considerado um bairro nobre na cidade de Guarapuava.
A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) está localizada no município de Guarapuava, região central do estado do Paraná, e possui dois campus na cidade: o Santa Cruz, que está situado no bairro de mesmo nome, e o CEDETEG, que se localiza na Vila Carli. Embora os alunos dos dois campus passem por situações parecidas, os que moram na Vila Carli podem se estressar menos com o preço do aluguel.
VALORES
De acordo com o corretor de imóveis, Paulo Ricardo Rocha (32), os bairros possuem diferença no valor dos aluguéis, principalmente pelo Santa Cruz ser considerado melhor localizado no município.
Segundo Rocha, uma quitinete na Vila Carli varia de 500 a 650 reais, enquanto no bairro Santa Cruz, o valor varia de 700 a 1000 reais. Já quando o assunto é apartamento, o aluguel nos entornos do CEDETEG pode ir de 750 a 1200 reais. Enquanto que no Santa Cruz, os valores saem entre 1000 a 2000 reais. Paulo Ricardo ressalta que a imobiliária avalia o imóvel, mas quem decide o valor final é sempre o proprietário.
A VIDA REAL
Alessandra Koziatek (20) é estudante do primeiro ano de Publicidade e Propaganda na Unicentro, e está morando em Guarapuava há quase dois meses. Quando chegou à cidade encontrou como maior obstáculo o valor dos aluguéis. Primeiramente, Koziatek decidiu alugar uma quitinete com um amigo por 900 reais no bairro Santa Cruz, mobiliada, com internet e água inclusos no aluguel, o que saiu em conta, mas era temporário até a estudante conseguir algo melhor.
Assim, Alessandra assinou um contrato por três meses e, nesse tempo, saiu à procura do seu lugar definitivo. Mas, o tempo não foi o suficiente e ela não encontrou um imóvel dentro de seu orçamento até o término do contrato. “Eu achei muito alto o valor para duas pessoas em um apartamento razoavelmente bom. Os gastos fixos, sem contar mercado, ficariam muito maiores que o salário de estagiário”, relata a estudante sobre os valores elevados.
Outra questão que dificultou ainda mais para a jovem foi sobre as burocracias impostas pelas imobiliárias e que é comum no Brasil todo, mas para estudantes torna tudo mais complicado. Sobre isso, o corretor Paulo Ricardo aponta: “Como tratamos com imóveis de terceiros, temos que ter garantias para aprovação de cadastros” e que a pedida por fiador, caução ou credpago é uma forma que a imobiliária encontra de garantir a segurança do imóvel.
Texto: Isabelle Marinho para o jornal Opine, em abril de 2022
Edição: Millena Ricardo, em outubro de 2022