Nova era do pedágio paranaense
Summary
Vínculo contratual das antigas concessionárias terminou em novembro de 2021. Estradas do Paraná seguem sem manutenção.
Há 24 anos o governo do Estado do Paraná contou com seis concessionárias responsáveis pelas principais rodovias do estado.
Elas foram as primeiras empresas que assumiram as concessões, em 1997, no Governo Jaime Lerner. Os contratos terminaram em novembro de 2021. Desde então, o Governo do Estado protela as licitações e processos que irão definir as novas concessionárias das rodovias.
História da implementação das praças de pedágio no Paraná
Quando o pedágio foi implantado no Estado em 1997, a população ficou insatisfeita por diferentes motivos, o principal era o preço da tarifa. O então governador Jaime Lerner, sofreu com a insatisfação, tendo quedas em sua popularidade. Por isso mesmo, em 1998, decidiu baixar o preço do pedágio.
Mas a medida não solucionou o problema. Em 2000, as empresas concessionárias ganharam na Justiça o direito de aumentar o preço, e foi quando assinaram o primeiro aditivo contratual do pedágio.
O pedágio paranaense era um dos mais caros do Brasil. Seu trecho mais caro, em Jataizinho, custava R$ 26,40 para carros de passeio. Em outras praças o preço variava, mas todos custavam mais de R$10.
PREÇO DO PEDÁGIO PARANAENSE
O estudante Alisson Oszatiuk, morador de Prudentópolis, utiliza transporte coletivo para ir a Guarapuava quase todos os dias. Ele alega que o motorista responsável pelo seu transporte gastava em média R$ 680,00 por mês com pedágio. Além do alto valor, disse que as estradas não estavam bem estruturadas, tendo buracos em muitas partes.
“Falta estrutura para o atual cenário do trânsito”, afirma.
O trecho que Alisson percorre é o da BR 277, que era responsabilidade da concessionária Caminhos do Paraná.
Nova Proposta dos pedágios paranaenses
Com o fim do contrato, tanto o governo estadual quanto o federal lançaram uma nova proposta para o pedágio do Paraná. Ela foi aprovada em agosto do de 2021. No novo plano, serão implantadas 15 novas praças de pedágio, passando de 27 para 42 trechos.
A proposta consiste em um contrato de 30 anos com as novas empresas assumindo as operações, que serão divididas em 6 lotes. Cada lote irá a leilão de forma separada. Leva o lote a empresa que oferecer a menor tarifa de pedágio. No entanto, não há motivos p
ara comemorar. O preço pode ser ajustado depois dos primeiros anos de concessão. As empresas ganhadoras contarão com um aporte financeiro garantido pelo governo para iniciar suas atividades.
O contador e investidor financeiro, Leandro Parmejani, explica que aporte financeiro é um depósito de determinado valor para a garantia do serviço. No caso do novo modelo de pedágio, quanto menor o preço da taxa, maior será o aporte a ser depositado.
Expectativas para as novas concessões
Natália Santos era operadora de pedágio da concessionária Ecocataratas e estava no cargo há 3 meses. A empresa que empregava Natália era responsável por 387,1 quilômetros da BR 277, ligando Guarapuava e Foz do Iguaçu. Ela relata que após o encerramento do contrato, o futuro dela na empresa é incerto.
“Enquanto não sair as licitações, não temos resposta concreta do que irá acontecer. Os funcionários estão na expectativa que ele (contrato) seja renovado”.
Segundo a operadora, a Ecocataratas conta com uma média de 400 funcionários A empresa afirmou que há chances de manter os empregos caso continue com a concessão ou haja uma nova concessionária, pois muitos colaboradores têm experiência e tempo de serviço.
Infográfico feito pela Gazeta do Povo (2018) que
ilustra onde fica cada praça de pedágio
e quem administrava os trechos até o
fim da concessão.
Texto: Mylena Camargo
Edição: Maria Isabela Andrade