Sem espaço e com salário menor: as dificuldades de ser mulher no Brasil

Sem espaço e com salário menor: as dificuldades de ser mulher no Brasil

Summary

Cargos políticos, públicos e em empresas privadas a realidade é sempre a mesma (e dura) para as mulheres. Aprenda mais sobre as leis em um quiz.

Apesar das mulheres já estarem no mercado de trabalho há um bom tempo, poucas ocupam altos cargos em empresas. Dados apontam que elas são 43,8% de todos os trabalhadores brasileiros, mas apenas 37% ocupam cargos de direção e gerência. No topo, nos comitês executivos de grandes empresas, elas são apenas 10%.

Além de menos espaço nos locais de decisão, mulheres também recebem menos pelo trabalho realizado. Os homens recebem 76%  a mais do que elas. Nos cargos de gerência e direção, essa proporção vai para 68%. 

Quanto mais alto o cargo e a escolaridade, maior a desigualdade de gênero, mesmo que, na média, as mulheres tenham uma escolaridade mais alta (em média oito anos de estudo, enquanto a média de estudo do homem é de 7,6 anos).

Levantamento feito pela Consultoria Internacional Oliver Wyman apontou que o país com maior igualdade de gênero no trabalho é a Noruega, com 33% de mulheres no comando das empresas. No último lugar aparece o Japão, com 2%. 

 

Brasileiras em espaços públicos e de influência

Entre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) indicados pelo presidente da República, há somente duas mulheres. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), dos 33 ministros, seis são mulheres. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), há seis mulheres entre os 27 ministros.  

Recentemente, a militar Dalva Maria Carvalho tornou-se a primeira mulher da história a ocupar um cargo de oficial general das Forças Armadas, posto mais alto que uma mulher pode ocupar no serviço militar.

Na política nacional, também vê-se o baixo número de mulheres. No Congresso Nacional, elas são 15%. Quando o assunto é ser governadora, o país que tem 26 Estados (mais o Distrito Federal) registra apenas uma mulher no comando do executivo. 

 

Mulheres ocupam apenas 29% dos cargos de confiança no governo

Em Brasília, nos seus primeiros 23 dias, o governo Bolsonaro (2019) fez 291 indicações para os cargos no topo da administração federal, os chamados D.A.S., sigla para Direção e Assessoramento Superiores. 

Desse total, 29% eram mulheres, um percentual baixo na comparação com o registrado no final do governo Temer, de 43%, segundo levantamento feito pelo GLOBO com base nos números publicados no Portal de Dados Abertos do Governo Federal. 

A média salarial das mulheres em cargos de confiança do tipo D.A.S. é atualmente de R$ 5.949. No governo Temer, não passava de R$ 4.500. O salário médio dos homens, no entanto, continua sendo mais alto, R$ 9.105. Os dados indicam que homens têm os postos mais bem remunerados, não que ganham mais para exercer o mesmo cargo. Apesar do avanço do governo na comparação com Temer, a média salarial das mulheres equivale a 65% da média dos homens.

Quando o assunto é o comando das estatais brasileiras, notamos outra disparidade. Das 21 indicações durante o governo Bolsonaro para as estatais, 19 são homens e duas são mulheres.

 

Texto: Valéria Almeida (2019)

Edição: Valéria Almeida (2022)

 

 

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