O medo que te aflige é o mesmo que te sustenta

O medo que te aflige é o mesmo que te sustenta

Summary

Esse sentimento está presente em todos os momentos da nossa vida, mas será que estamos preparados para assumir essa convivência?

Para os dicionários, medo significa uma pertubação a partir da ideia de se expor diante de algo, seja real ou não, como, por exemplo, o medo de fantasmas. Para além dos dicionários, o medo é uma sensação de alerta diante de algo que o organismo acredita ser uma ameaça. O medo faz parte do ser humano, pois por meio dele conseguimos medir as consequências de nossos atos.

Mas o medo, logicamente, pode se tornar algo ruim, “O medo nos traz diversos malefícios, como nos impedir de fazer determinadas coisas, de conhecer novas pessoas e aceitar novos desafios, de arriscar, de ser nós mesmos, etc.”, ressalta a psicóloga, Jessíca Belo.

Existem diferentes tipos e níveis de medo, em alguns casos o organismo reage de forma exagerada a ele, se tornando um caso patológico, assim o medo que deveria ser benéfico acaba virando fobia.

 

As Fobias

A fobia é uma antecipação de ansiedade, e ao contrário do medo, o individuo para que ele decida entre enfrentar ou fugir, ela simplesmente paralisa. Podemos desenvolver os mais variados e estranhos tipos de fobias, desde o medo de tomar banho, do vento, de ser tocado, ao medo do escuro, altura, insetos como besouros ou baratas, e aracnídeos. Além da fobia, existem outras doenças que podem estar ligadas ao medo, como o Transtorno de Pânico, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Anorexia, Bulimia, etc.

Brown Tarantula from Southern California. Front View

Por esses motivos, é de extrema importância que estejamos atentos a frequência do nosso medo. “Devemos assumir o controle da nossa vida para não permitir que O medo seja guia”, explica a psicóloga. Não podemos dizer que haja tratamento ou cura do medo, mas existem formas de amenizá-lo. “Através da psicoterapia, identificam-se as crenças na qual ele se apoia, e visa-se elimina-os sintomas de forma gradual, para que o paciente aprenda a lidar com as situações que lhe causam medo e desconforto”, comenta Jéssica.

 

O medo e a educação

Historicamente vemos o medo ligado a cultura, sendo usado para educar, aliás, uma criança com medo é uma criança obediente e sem coragem de impor suas vontades. Na vida adulta a cultura do medo continua e temos medo de guerras, de terroristas, de bandidos, de sair nas ruas, etc.

 

O medo e a política

Politicamente o medo é usado como forma de coerção, de forma que vemos uma série de notícias, fatos e acontecimentos, e assim nos deixamos levar/prender pelo discurso ideológico que o governo queira impor. Trabalhamos por conta do medo de ficar sem casa e sem comida, estudamos para não sermos fracassados, seguimos as leis para não fazermos coisas consideradas “erradas” e que nos levem a ser condenados ou marginalizados, e assim por diante.

 

Os medos reais

A maioria das pessoas não consegue mais sair de casas tranquilas, temem o que vão encontrar nas ruas, não usam as roupas que querem e não falam o que tem vontade. Nem
se quer podem ver O jogo do seu time, sem se preocupar com a violência que está presente em todos os lugares, inclusive nos estádios.

 

O medo da solidão

Outro medo bastante comum e presente na nossa sociedade, é o medo de ficar/estar só. As novas tecnologias podem ajudar, ou não, pois, enquanto aproximam, afastam os corpos. As novas tecnologias podem ajudar, ou não, pois, ao mesmo tempo que aproximam, afastam os corpos. Hoje em dia temos mais amigos virtuais do que reais, e isso se dá por que a vida
se tornar a nossa vida dos sonhos, perfeita. “Pela internet encontrar as pessoas certas requer menos esforço, além de ser mais fácil de idealizar e passar uma imagem
daquilo que não somos. Por exemplo, uma pessoa tímida que pessoalmente não consegue desenvolver uma conversa, pela internet, tem facilidade de falar sobre si e sobre pensando, evitando uma possível rejeição pela timidez”, explica a psicóloga.

 

“Devemos assumir o controle da nossa vida para não permitir que o medo seja nosso guia”

 

A busca pelo medo

Como explicar as pessoas que pagam ingressos para assistir algo que as faça sentir medo? Filmes de terror são produzidos desde o início do cinema, e com o uso das tecnologias eles estão cada vez mais reais. Estes filmes arrecadam milhões nas bilheterias ao redor do mundo, movimentando um comércio que podemos chamar de “Indústria do medo”. Cada filme carrega uma essência, roteiros totalmente aleatórios mais com algo em comum, tentar transmitir ao espectador as maiores e melhores sensações de medo possíveis.

Outra forma de buscar pelo medo é em relação aos esportes, dependendo da modalidade ele é um elemento essencial. Podemos dizer que alguns atletas são viciados em adrenalina, em sentir medo. Saber controlar as emoções no esporte dependendo da circunstância pode separar o vitorioso do último colocado. Pesquisas indicam que os atletas sentem diferentes tipos de medo: como errar durante uma competição, o medo de arriscar, ou passar vergonha socialmente e até mesmo o medo de se expor.

A única saída para os atletas lidarem com esse medo é trabalhando sua autoconfiança, quanto mais ele confia em si, menor é sua ansiedade e insegurança. Todo o atleta, após e alcançar um bom resultado, descreve o sentimento de alívio, de dever cumprido e superação dos próprios limites.

 

 

 

Texto: Jéssica Meheret

Edição: Valéria Almeida 

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