Dá um bom caldo
Summary
Com o frio chegando, as sopas se tornam uma boa pedida.
Apesar do ciclo do inverno aqui no Brasil já estar chegando ao seu fim, Guarapuava ainda vem sofrendo com o vento e o tempo chuvoso, que potencializa o frio no município. Além disso, a cidade é por si só mais fria do que outras do estado. Uma dica para aproveitar as noites geladas de Guarapuava e ter um momento aconchegante com quem se ama é tomar uma sopa.
Uma boa opção desde sempre?
Desde o século XII, os caldos de vegetais são pratos que se popularizaram na Europa. As sopas têm um histórico em várias localidades frias e acabaram se misturando à cultura do povo que reproduz a receita com os ingredientes comuns da sua região.
No caso do Brasil, um país onde a criatividade na hora de fazer uma receita não se atém aos livros das vovós, sopas e caldos que eram costumes nos velhos países europeus, ao serem reproduzidos aqui, acabam mudando para agradar o brasileiro, que gosta de um tempero marcante e de uma refeição farta.
O jovem Victor Rodrigues é vegetariano e apaixonado por sopas e caldos. Por isso, tem costume de fazer caldos para se aquecer no inverno. “É uma boa pedida sim, mas não para substituir uma refeição. Eu sempre coloco azeite, margarina, chimichurri, caldo de legumes, cebolinha, coentro e alho. Adoro essas sopas que são bem temperadas e que esquentam quando começa o frio”.
Sopa x saúde
Outro ponto a se destacar é que as sopas e os caldos se tornam uma opção no inverno para o consumo de água, “como é um prato que tem uma quantidade elevada de água, ajuda a hidratar”, destaca a nutricionista Patrícia Chiconatto. Segundo ela, a hidratação correta é importante e por isso, pratos como a sopa podem ser uma saída para os momentos de frio intenso.
Mas a nutricionista alerta que as pessoas que têm diabetes ou intolerância a algum tipo de alimento, como os ricos em glúten, devem prestar atenção nos ingredientes das sopas.
“Uma dica boa é sempre aproveitar temperos naturais. Usar alho, cebola, cheiro-verde, pimenta, açafrão e outros tipos. E deixar de lado aqueles caldos prontos, que são ricos em sódio e conservantes e não oferecem muitos nutrientes para uma boa alimentação. Além disso, tentar colocar alguns alimentos ricos em fibra, como a linhaça, a soja e a quinoa”, acrescenta Patrícia.
A nutricionista também explica que o último grão possui vitaminas C, E, é rico em fibras e um alimento muito nutritivo, graças à quantidade elevada de vitaminas e sais minerais, que garante que a sua sopa seja uma equilibrada refeição.
De outras culturas
Mesmo sem ter o conhecimento das dicas que garantem uma sopa nutritiva, existem várias receitas antigas que são feitas com ingredientes dos grupos nutricionais. É o caso da bosh, uma sopa alemã, que sempre foi costume na casa da universitária Keli Diane Hein. Keli é de descendência alemã e explica que a bosh “é muito boa, para se tomar em qualquer época, à noite, principalmente acompanhada de pão. “Muito gostosa e fácil de fazer. É costume lá em casa e eu aprendi a fazer com meus pais”, conta a universitária. “Você cozinha a batata com a vagem até ficar molinho com um pouco de sal. Quando tá no ponto coloca farinha, nata, limão e uma gema. Vira um creme e você coloca na sopa, que fica mais grossa. Fica gostosa e é uma ótima dica para o inverno”.
Outras culturas trouxeram receitas que são muito apreciadas aqui na região. Um exemplo é o Goulash (foto na galeria). Essa sopa de origem polonesa é feita com pedaços de carne, batata, páprica doce e é bem temperada com pimenta- do-reino. Uma sopa que além de esquentar por ser servida quente, tem pimenta e deixa o corpo ainda mais aquecido. “Essa é uma das sopas que eu adoro. Sempre que posso vou a um restaurante para tomar e essa faz parte da minha lista de sopas para o inverno” conta o universitário Luan Sales.
Além da Goulash, outra sopa que é conhecida na região graças aos imigrantes ucranianos é a borshe. “É importante colocar um alimento de cada grupo para balancear a refeição. Então, uma carne que é rica em proteínas, o macarrão que é rico em carboidratos e legumes que são fonte de vitaminas e sais minerais. A borshe, por exemplo, tem a carne de porco, a beterraba e o repolho”, Patrícia dá a dica. O nome é parecido com o da sopa alemã, mas a receita é bem diferente. Tem outras sopas, que são comuns no país como a canja, sopa de feijão, as sopas de legumes, entre outras receitas que fazem parte do cardápio do brasileiro.
Vários restaurantes, em Guarapuava, têm buffet de sopas nessa época. Mas se você gosta de ir para cozinha e experimentar, além de trazer um pouco do mundo para suas panelas e para o seu paladar, é só conferir as receitas da edição e aproveitar a oportunidade de colocar o seu toque especial.
Confira as receitas em áudio clicando aqui
Descrição delas por aqui:
Borshe
Ingredientes:
– 1 beterraba grande
– 1 cenoura
– 1 cebola
– 1 xícara de chá de creme de leite fresco
– 2 a 3 tomates
– 2 tabletes de caldo de galinha dissolvido em
1 litro de água fervente
– pimenta a gosto
– 1 dente de alho
– 1/2 xícara de chá de aipo picadinho
– vinagre
Modo de preparo:
Rale a beterraba e coloque numa panela juntamente com a cenoura e a cebola raladas, tomates picados, alho esmagado e o aipo. Junte o caldo. Cozinhe em fogo baixo, até que os legumes fiquem macios. Tempere com a pimenta e junte um pouco de vinagre. Bata
levemente o creme de leite. Despeje a sopa numa sopeira, e coloque na superfície o creme de leite. Sirva imediatamente.
Sopa de Legumes
Ingredientes:
– 1 tomate sem pele e sementes
– 1 colher de sopa de parmesão ralado
– 1 nabo pequeno
– 1 mandioquinha (batata média)
– 2 cebolas
– 2 cenouras médias
– 2 batatas grandes
– 2 cravos da Índia
– 8 vagens grandes
– Sal a gosto
Modo de preparo:
Corte os legumes em pedaços, preferivelmente pequenos. Coloque todos em um caldeirão com bastante água para cobri-los, depois, junte a cebola inteira com os 2 cravos espetados, e um pouco de sal.
Cozinhe de 3 a 4 horas em fogo lento, para que todos os legumes fiquem muito macios. Quando pronta, retire a cebola com os cravos espetados e sirva a sopa muito quente, com o queijo ralado por cima.
Texto: Samilo Takara
Edição: João Vitor Marques