Quem faz natação, seus males espanta

Quem faz natação, seus males espanta

Summary

A atividade física como aliada para a melhora do bem estar e da capacidade pulmonar

Fernando Pessoa dizia que navegar é preciso. Hoje, talvez seja conveniente afirmar que nadar também é preciso. Preciso e saudável. Médicos recomendam e quem pratica também. “Aconselho a natação para qualquer pessoa, pois é uma prática que não gera impacto, é uma atividade completa, que exercita toda a musculatura”, relatou o otorrinolaringologista João Fernandes Leal, que nada há mais de 25 anos. Das muitas vantagens do esporte, uma delas é que dificilmente apresenta restrições ao praticante.
“É uma atividade que não limita o indivíduo. Se ele é obeso, pode nadar. Se tem uma formação óssea frágil, se tem idade avançada, pode nadar. Se tem algum tipo de deficiência, pode nadar também. Diferente de outras atividades, a natação qualquer pessoa pode fazer”, explicou o professor especialista em natação, Júlio, que dá aulas há 15 anos. Mas ele salienta que há situações individuais que devem ser observadas. “Cada caso deve ser trabalhado dentro da limitação ou patologia que o aluno tem. Nós não devemos dizer que a pessoa pode fazer natação, mas sim direcioná-la de acordo com o quadro que ela apresenta, dessa maneira não existe restrição”.
Gerente de uma escola de natação há quase dez anos, Dagoberto Goltz ressalta outros benefícios. Formado em Engenharia Química, ele deixou a capital e optou pela tranquilidade de Guarapuava. “Com a escola de natação posso não ter, em termos absolutos, a mesma renda que eu tinha, mas em compensação a minha qualidade de vida é outra”. Aliada à qualidade de vida, a saúde é outro fator que leva muitos a invadirem as piscinas. “Particularmente, acho que a pessoa deveria procurar uma atividade aquática pela saúde, pois não traz agressão ao organismo. É muito difícil dar uma lesão”, disse Dagoberto.
Muitos médicos também pensam assim. O pneumologista Marcos Bremm de Oliveira diz que, para um asmático, por exemplo, a natação é a primeira atividade que se indica, é um excelente tratamento. “Para a parte respiratória, a natação é uma atividade fantástica, o indivíduo melhora a capacidade pulmonar porque tem que forçar a respiração”, destaca. Segundo o professor Júlio, o indivíduo que nada, sem ser nível competitivo, tem consumo de oxigênio duas a três vezes superior ao de uma pessoa que não nada ou pratica qualquer atividade. “Nossa prioridade é o oxigênio, quanto maior a capacidade de consumo, maior a oferta de oxigênio para todo o corpo”.

DA ESTEIRA PARA A PISCINA?

Para quem não gosta de suar em academia, a natação é uma opção. “Eu fazia academia, comecei a fazer natação para aprender a nadar. Com o tempo, percebi que eu gostava muito mais da natação e desisti da academia. Quando eu viajo, que fico sem fazer natação, meu organismo sente falta. Fica dolorido”, contou Carmem Piccoli Vigil, que nada há 12 anos. Já a acadêmica Gabriela Tozatti, mesmo tendo iniciado as aulas há um mês, diz que já sente os resultados. “Não gosto de academia. Optei pela natação, tive indicação de fisioterapeuta porque tenho problema na coluna e a academia daria impacto, talvez até gerasse lesão. Já notei que meu preparo físico melhorou, também diminuíram as dores nas costas”, explica.

BRINCANDO DE NADAR 

Os resultados da prática de natação com crianças também chamam a atenção. “Com os pequenos, a gente diz que não precisa ter essa preocupação do nado, do mergulho, tem outras coisas muito importantes a serem desenvolvem vem a linguagem, o equilíbrio, a segurança, as relações afetivas, a lateralidade, todas as questões psicomotoras funcionais e relacionais e os primeiros resultados são visíveis e espetaculares”, conta a professora de natação especialista em psicomotricidade aquática, Eloísa Goltz.
“Meu menino, com dois meses e meio, começou a entrar na piscina e desde então não parou mais. Nunca precisou de remédio, com dez meses de idade começou a falar, ele sempre foi muito estimulado na atividade aquática”, diz o professor Dagoberto.

Texto: Ediane Battistuz (2005)

Edição: Milena Cruz (2022)

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